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42 - Como definir o psiquismo humano? RAMATÍS - Definir o psiquismo humano não é tarefa das mais fáceis, mas pode-se traçar uma linha de raciocínio acerca do assunto, pois muito falta a compreender sobre o mesmo! O psiquismo poderia ser perfeitamente comparado ao banco de
informações do indivíduo, onde consta um número incalculável de dados processados no decorrer de seu ciclo evolutivo. É também dividido por setores que atuam em diversos estados vibratórios, cada qual sediando especificamente cada segmento psíquico, como as emoções, por exemplo. (1)
1 - São os corpos sutis, ou veículos do Espírito. As emoções são sediadas no Corpo Astral. Não se pode mensurar o tamanho do psiquismo de cada indivíduo uma vez que ele se expande a cada dia com a compreensão de fatos novos ou a resolução de experiências mal resolvidas, e que ainda se encontram pendentes. Também podemos definir o psiquismo como um microcosmo em processo de ilimitado crescimento, e atuando em uma freqüência exclusiva, diferencia um indivíduo de outro, pela carga de
informações "conscientes" que possui. O psiquismo também diferencia-se daquilo que chamamos "conhecimento", porque este define tudo aquilo que consta em nossa linha de compreensão; o que um dia aprendemos e que se encontra à nossa disposição de maneira consciente, como a alfabetização, o aprendizado das cores, da aritmética, etc. Poderíamos dizer também que o bom uso do que se conhece chama-se "sabedoria"! O psiquismo abrange tudo! O que se conhece conscientemente e o que não se conhece ainda, mas que faz parte do conhecimento Maior. Não devemos pensar que algo que não se conhece, simplesmente não existe, mas sim, este algo apenas está adormecido ou não pode ser compreendido pelo indivíduo no presente
momento, mas mais cedo ou mais tarde fará parte do acervo consciencial do ser, desde que desperte este "algo" e o compreenda. É também pelo psiquismo que age o ser humano, e percebemos nisso a diferença comportamental que provoca a individualidade, uma vez que ela nada mais é do que a consciência "deste" ou "daquele" conhecimento a ditar o comportamento no indivíduo. Analogamente, também poderíamos comparar o psiquismo a um grande "oceano" e o indivíduo a um pequeno "navio" a explorar cada gota deste oceano. O comportamento humano depende de como este navio se porta a navegar.
Com isso, temos aqueles que naufragam em tempestades de pensamentos
incompreensíveis, perdendo total controle de sua realidade, mas também aqueles que navegam com maestria, tornando-se em pouco tempo seres conscientes de si próprios e identificados com o Criador! .
43 - Seria então o psiquismo um imenso reservatório de conhecimentos à disposição do indivíduo? RAMATÍS - Um reservatório infinito, extremamente organizado e compreensível para os Engenheiros Siderais, mas em quase que total "confusão" para os humanos de vosso planeta. Na verdade, o crescimento se dá na medida em que essa confusão vai sendo organizada, e isso é tarefa para algumas centenas de encarnações! Não vos desanimeis! O caminho da compreensão sobre o psiquismo é prazeroso, um vez que é cheio de descobertas. Mas a mente humana é tão estranha que num primeiro momento se vangloria de algo novo, depois, como que a se depreciar, pergunta-se: - "Como isso não foi descoberto há mais tempo?" Acaba percebendo a simplicidade na essência de algo aparentemente complexo! Tudo referente ao conhecimento gira em torno disto: primeiro a surpresa, o êxtase, depois a perplexidade diante de algo tão óbvio! Recorramos a um simples invento que proporcionou para a humanidade um salto gigantesco: a roda! Não se sabe por quem, nem quando foi descoberta, mas sabemos que sua "tecnologia" é por demais simples. O que deveria ter pensado seu inventor... Hoje a roda nos parece um artefato simples, uma vez que já conhecemos seu princípio, mas seria possível imaginar quanto tempo fora investido para se chegar até ela? Assim como a descoberta da roda, milhares de outras informações estão contidas no psiquismo humano e permanecem intocadas. Com o passar do tempo, munida de muita perseverança e disciplina, a humanidade tornará estas informações palpáveis, e saberá que são tão simples como o princípio da roda!
44 - Vos referis ao psiquismo como sendo portador de informações as quais não se conhece, ou que não foram despertadas em nível de consciência do ser humano. Haveria uma maneira específica para trazermos à tona tais informações? RAMATÍS
- Não somente existem milhares de formas como já estão sendo aplicadas de uma maneira ou de outra nos lares, escolas primárias, universidades e no dia-a-dia, experimentando os novos métodos que trazem à humanidade quaisquer formas de crescimento. Tomemos o exemplo dos livros: Simples artefatos que carregam riquíssimas fontes de conhecimentos através dos quais a humanidade avança.
Podem registrar fatos ocorridos há milênios, formando a memória daqueles que já passaram pelo planeta, deixando seu pensamento expresso na simplicidade do alfabeto. O que seria da tão conhecida psicanálise se Platão ou Sócrates não houvessem deixado suas divagações que formam hoje as bases da filosofia? Com base em pensamentos destes e outros filósofos conseguiu-se a compreensão de muitos mistérios ainda tão comuns ao pensamento do homem! Voltando ao objetivo principal do assunto, o livro, vemos que ele não reflete somente a síntese do pensamento de seu escritor, mas é na verdade um grande desencadeador psíquico, pois proporciona ao homem a abertura de uma gama variada de questionamentos! Abrem-se então
as portas do verdadeiro saber, que é representado pela ação do raciocínio. O livro, em si, é apenas um compêndio de palavras inertes, mas ao ser lido, cada palavra ganha a propriedade sublime de fertilizar o "solo psíquico" tornando-o um fértil canteiro para o acondicionamento das mais belas flores do intelecto. A explosão de novas informações forma verdadeiro espetáculo pirotécnico no momento em que um questionamento trazido por uma simples leitura leva a outro, e a outro, e assim formam-se as mais abalizadas teses científicas que constituem verdadeira "catapulta" para os avanços científico-tecnológicos, que impressionam até os próprios pesquisadores. A capacidade de exploração psíquica é algo simplesmente incomensurável, e pode ser melhor executada bastando que o homem se torne disciplinado para com suas tarefas básicas. É preciso também, nesta busca, aprimorar o comportamento, tornando-o mais condizente com a era em que atualmente se vive. Pois vemos, em plena aurora do novo milênio, seres tão primitivos quanto nosso antecessor de neanderthal. Não se quer falar dos aborígines ou hotentotes, mas do habitante das grandes metrópoles que, a manusear aparelhos dos mais sofisticados, demonstra a brutalidade do silvícola em suas atitudes. Que manuseia com destreza equipamentos que simbolizam o aperfeiçoamento humano, mas que no trato com seu semelhante ou os demais moradores de nossa Casa Maior demonstra a insensibilidade do caçador diante da indefesa caça.
45 - Existiriam, ainda, outras formas de desenvolvimento psíquico que não o estímulo através da informação e seus veículos?
RAMATÍS -
Sim, e talvez a principal delas: a consciência comportamental, praticada há milênios no antigo Oriente! 46 - Ao falar sobre o antigo Oriente, vem-nos logo a curiosidade de como vós vivestes, vosso dia-a-dia, além das lições tomadas e mais tarde proferidas a vossos discípulos. Seria possível uma abordagem sobre isto?
RAMATÍS
- Tanto possível quanto imprescindível para uma compreensão mais profunda do assunto em foco. É também válido enfatizar que muitos atingiram em vida corpórea estágios muito mais altos, se ocupando a esclarecer orbes bem mais complexos do que o vosso. Os primeiros anos da vida de um discípulo dos Templos iniciáticos são fundamentais para a estruturação de sua personalidade, a ponto de torná-la absolutamente receptiva às realidades cósmicas. Devemos dizer que é uma jornada árdua, da simples lição teórica até sua incorporação em nosso cotidiano. Ficávamos horas e horas em absoluto silêncio apenas mergulhados em nosso interior, sentindo nosso corpo, seus músculos, o processo da respiração, as reações químicas, orgânicas e energéticas desencadeadas pela alimentação, pensamentos, etc. Era uma verdadeira seqüência de técnicas meditativas a viabilizar o auto conhecimento. Era importante conhecermos cada impulso muscular, cada pequena reação, enfim, era primordial conhecer a linguagem do corpo que muito nos fala, mas que nós, seres absolutamente "apressados", somos incapazes de compreender. Eram lições riquíssimas que proporcionavam a compreensão de uma aparente simples dor de cabeça, com a qual o corpo nos fala muita coisa. Aprendíamos a lê-Ia e eliminá-la. Numa época onde a introspecção era o diálogo de cada família, quase sempre os conflitos que afloravam do inconsciente do ser tinham sua origem em vidas pregressas, e ao serem detectadas eram facilmente trabalhadas e "escoadas" do âmago consciencial. A conjugação das mais variadas "terapias" mentais e corporais proporcionavam a todos a serenidade e compreensão dos mistérios do psiquismo, ainda tão desconhecido do homem quanto as profundezas do macrocosmo. Antes da iniciação de qualquer discípulo, era fundamental o autoconhecimento ao máximo possível. Era preciso saber todas as reações desencadeadas pelas experiências cotidianas, e os mais disciplinados seguidores caracterizavam-se pela destreza em manterem o equilíbrio e a serenidade, evitando os descontroles emocionais gerados por uma personalidade adoentada. Eram provas freqüentes, que com o passar do tempo e a consciência de que cada momento deveria ser aceito e vivido intensamente, proporcionavam aos discípulos a euforia de uma criança que descobre algo de novo em seu mundo. Era prazeroso o processo de autodescoberta e a conscientização dos fatos, que aos poucos iam sendo vivenciados e superados em sua íntegra: era o caminho do aperfeiçoamento!
A mais profunda e humilde análise de uma atitude que fora tomada imprudentemente provocava um reflexo geral em todos os que participavam das meditações e encontros terapêuticos: a superação e conscientização dos atos, que ao serem consumados ecoam em todo o universo!
47 - Ao falar dos "conflitos" arraigados em vidas pregressas, nos parece que a personalidade que vestimos atualmente em nada influencia, mas antes é determinada pelo que fomos no passado. Poderíeis explicar o fundamento e a necessidade de se acessar lembranças de vidas pregressas como forma de proporcionar maior serenidade e compreensão ao indivíduo?
RAMATÍS - Vede, pela maneira que esta pergunta nos foi colocada, poder-se-ia interpretar que todos vivemos do passado, e a ele estamos presos. Isso não é verdade! Também teremos de nos utilizar da coerência admitindo o homem como um ser integral, dotado de um complexo conjunto anímico-espiritual, e não apenas um amontoado de carne, nervos e ossos, que age, pensa e sente. Se nos utilizarmos deste princípio para entender o homem, haverá de chegar o dia em que acreditaremos que os açougues poderão servir de "retificas" e "montadoras" humanas! Todas as ciências que estudam o funcionamento humano, mesmo as da psique, estão ainda muito próximas do "físico", por
serem novas, apesar de terem dado um salto gigantesco, fazendo com que a própria medicina convencional passasse a buscar maiores esclarecimentos sobre a condição vibracional do homem. É o momento em que passa a aceitar conceitos milenares como a acupuntura, o método vibracional da homeopatia, que nada traz de seqüelas em sua posologia, e que foi praticado há muito na Atlântida pelos conhecidos sacerdotes-alquimista; e muito em breve, outros conceitos serão acolhidos, revolucionando toda a humanidade. Os motivos que levam uma pessoa a ser influenciada pelo "peso" de uma existência pregressa podem ser os mais variados, como o remorso, o ódio, a culpa, entre outros. Poderíamos dizer que o ser humano é movido por dois extremos: seu mundo interno e seu mundo externo, pessoas que o cercam, etc. É através dessa dualidade que busca o equilíbrio, trilhando os caminhos da evolução. Se o meio externo o influencia, levando-o a tomar esta ou aquela atitude, o meio
interno o influencia ainda mais, pois a atitude só foi consumada porque encontrou dentro de si um compêndio de informações para tal: é a prova de que o conteúdo interno do homem é muito mais importante do que o externo, e portanto, deve ser observado e estudado criteriosamente! Desde que a criatura é concebida organicamente, começa através do contato vibracional a perceber o mundo a seu redor. Como está desprovida momentaneamente dos
sentidos que nos facultam a integralidade da percepção do mundo físico, possui maior poder de expansão mental, que lhe permite absorver as primeiras informações do mundo com o qual terá contato mais adiante. Isto acontece também, muito embora de maneira menos intensa, nos primeiros anos de vida do indivíduo que, através de sua educação, angaria estereótipos que lhe servirão de base por toda a vida. Ao se estruturar educacionalmente o ser passa a ter condições de comparar idéias, fatos, situações, conceitos, com seu manancial intelectivo, o que lhe proporciona o aceitar ou o não aceitar, o seguir ou o não seguir por determinado caminho. Só há o
pensar e agir se houver a combinação dos meios interno e externo.
Esta química é na realidade a mais importante fundamentação para explicar as diferenças comportamentais do ser no meio onde vive. Mas, se ao adquirir tais "ferramentas de subsistência", o ser ainda assim varia seu comportamento, comparado aos demais, sua maneira única de introjeção pode perfeitamente ser explicada pelo prisma da reencarnação, compreendida e aceita há milênios pelas mais variadas correntes filosóficas. O que faz com que diante de determinada situação um indivíduo atue desta ou daquela maneira, nos mostra que os conteúdos arquetípicos são muito diferentes quando comparados com outras individualidades: é a bagagem reencarnatória
influenciando a formação educacional do ser para o meio onde vive!
Também poderíamos perfeitamente comparar a educação do ser reencarnado com o ferramental que um mecânico utiliza para recondicionar os mais variados apetrechos de alçada das ciências mecânicas. Nesta simples, porém interessante comparação, existem dois pontos fundamentais para o bom desempenho do mecânico: o complexo de ferramentas que possui, e sua "competência" para aquilo que faz. De nada adiantaria este mecânico possuir um arsenal de ferramentas, se seu talento-conhecimento proporcionasse apenas uma superficial noção das leis mecânicas. Neste caso, quanto mais profundamente o mecânico souber, aliando estes dois itens mencionados anteriormente (talento-conhecimento) melhor se sairá ante os mais variados problemas da mecânica. Por outro lado, ao possuir insuficiente conjunto de ferramentas, seu trabalho se tornaria mais penoso, mesmo portando requisitos da genialidade. A educação que se recebe é na verdade o ferramental do mecânico, e sua competência, nada mais do que a vasta bagagem que traz, que aumenta a cada processo reencarnatório. Seriam estas as fundamentações que nos mostram como somos influenciados por nossas personalidades vestidas no passado! Se por um lado os conhecimentos e habilidades adquiridos no passado nos proporcionam melhor compreensão e facilidade ao "reaprendermos" uma atividade qualquer, por sua vez os traumas e as situações mal resolvidas caracterizam verdadeiro "inferno" psíquico a atormentar o indivíduo. Pois tudo o que brota do âmago consciencial do ser, por mais negativo que seja, ainda assim faz parte deste ser, e deve ser lapidado para tanger as raias da normalidade!
48 - Se partirmos do conceito de história que nos lembra a importância de estudar o passado para melhor compreender o presente, seria fundamental então que olhássemos para trás buscando nos compreender? Seria isso?
RAMATÍS - Poder-se-ia acrescentar "estudar o passado para melhor compreender o presente planejando de maneira sensata o futuro", de modo a não reincidir em antigos erros, ganhando com isso tempo e evolução. Se olharmos os fatos com mais atenção, podemos perceber que a humanidade já possui plena autonomia para acessar conscientemente as lembranças de vidas pregressas, muito embora ainda não se tenha dado conta disso. Basta
olhar para seu próprio comportamento, seus gostos, seus afetos e desafetos. Tudo isso reflete o que já foi vivenciado, uma vez que inconscientemente se busca a "repetição" dos antigos costumes de outrora. As influências de vidas pregressas, tão comuns, quando exerci das de maneira positiva resultam na precocidade das genialidades e dos talentos mais diversos. Porém, quando as
influências são de experiências traumáticas, mal resolvidas, provocam as mais diversas limitações no indivíduo. De forma lógica, sendo o cosmo um "grande ser" em eterno crescimento, é o homem, dentro dos objetivos cósmicos, um ser de infinita expansividade, mas somente há expansão no momento em que vai superando cada barreira imposta pela evolução. Entre o superar de cada barreira ocorrem milhões de tentativas fracassadas até que, acertando aos poucos, passe a lidar com cada fato de sua vida munido de grande habilidade, qual maestro a conduzir grande orquestra pelos movimentos de sua batuta. Para que se atinja a perfeição será preciso que a humanidade vibre sublimidades de maneira totalmente "instintiva", o que atualmente ainda é difícil, uma vez que tudo o que aflora instintivamente são os conflitos pedindo resolução! Tal estágio é muito significativo e merece a maior consideração, pois a humanidade está passando por uma verdadeira "limpeza domiciliar",
onde tudo aquilo que já se encontra obsoleto terá de ser descartado. Haveremos ainda de considerar que, para que o homem descarte algo de si, é preciso saber o que está descartando e o porquê. É por isso que tais lembranças acabam ultrapassando o "véu do esquecimento" de outras vidas, justamente por ser necessário, ou melhor, fundamental para o homem. Pois dessa maneira passará por um processo de "elaboração" de seus conflitos, libertando-se das correntes dogmáticas do medo, do conservadorismo, e da "crença" no sentido psicológico.
49 - Como definir fisicamente um conflito que emerge de nosso lado inconsciente?
RAMATÍS - Se o indivíduo pudesse observar melhor suas reações físicas, teria uma visão panorâmica de seus conflitos. Tudo aquilo que consta em nosso reservatório psíquico, e que não ganhou uma elaboração, é periodicamente projetado para o lado consciencial com o objetivo de que o próprio indivíduo sinta, avalie e se liberte compreendendo o conteúdo que veio à tona. Muitas vezes, um conteúdo que simboliza algo que fora mal resolvido, ao ser projetado para o lado consciencial provoca uma profunda sensação de mal-estar, que se ignorada, mais adiante será novamente remetida ao consciente com sintomas mais densos, até que o indivíduo busque a causa que lhe gera estes sintomas. É a prova de que o corpo acusa quando não estamos bem psiquicamente. Por isso a importância de uma constante higienização mental através das terapias ou das técnicas meditativas. Na certeza de que a doença física é conseqüência de doença mental, podemos manter tratamentos profiláticos, evitando grandes sofrimentos. Adotando todo um conjunto de hábitos simples, a humanidade poderá conquistar a linha de equilíbrio que tanto busca, sem com isso pagar um preço muito alto!
50 - Em afirmações anteriores dissestes que a grande maioria dos conflitos tem sua origem em vidas pregressas. Como libertar-se de algo que emerge de região tão profunda?
RAMATÍS -
Novamente chegamos ao ensino de Jesus, que dizia: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará!" e "Batei e abrir-se-vos-á!" Estes dois "lembretes", para serem praticados, requerem muita coragem. Pois nem sempre a verdade é doce, mas mesmo com gosto de fel, tornará a criatura mais próxima da Harmonia Suprema, na medida em que a paz interior vai conquistando divisas. No momento em que o homem conseguir olhar para dentro de si sem julgamentos, permitindo que tudo aquilo que está preso em seu interior seja liberado, verá que não fez mais do que sofrer sem necessidade alguma. Pois não podemos esconder de ninguém o que supostamente está contido em
nosso pensamento, porque manifestamos em nossos atos o que verdadeiramente somos, e quanto mais tentamos esconder, mais
explicitamente nossos segredos aparecem! Um dos primeiros passos é
agirmos de acordo com o que realmente somos, buscando a correção de
nossos pontos mais obscuros. A obrigação de controlar nossas más
inclinações é tão importante quanto a avaliação e o questionamento
do porquê somos assim. No momento em que negamos uma tendência
inferior que possuímos, ao invés de eliminá-la estaremos alimentando-a no traiçoeiro território das mentiras; estamos negando a nós mesmos, o que acarretará grandes transtornos no amanhã. Mas, ao contrário, se olharmos munidos de muito amor, compreensão e autoperdão, aí teremos grandes chances de perseverar. A aceitação de um fato consumado, juntamente com o "eu me perdôo, permitindo-me recomeçar com consciência", é a principal chave para a libertação do homem! Todo e qualquer conflito somente ficará
preso porque há o processo da auto- recriminação, e com isso, a humanidade prende-se ainda mais, quando na verdade teria de se libertar
51 - O que dizer de pessoas que questionam os trabalhos ligados ao psiquismo afirmando ser um "jogo perigoso", e que pode deixar seqüelas?
RAMATÍS - Dever-se-ia questionar sob que condições se faz uma afirmativa destas, e o que se entende por perigoso! É óbvio que todo e qualquer profissional que atue, somente deve atuar com o conhecimento de causa do que está fazendo. Da mesma maneira que um motorista possui credenciais para dirigir, o profissional da área do psiquismo também possui credenciais para o que lhe compete.
Não se pode esquecer que um diploma ou qualificação profissional não outorga moral a ninguém. Vemos por aí profissionais qualificados sem o mínimo de consciência moral, que se transformam em verdadeiros marginais de elite, agindo impunemente. O perigo de um trabalho na área do psiquismo está justamente na intenção do que se faz, no propósito que se quer atingir, e, desde que saibamos praticar os exemplos de Jesus, munidos de muito amor e tolerância, abnegados da pretensão do resultado, estaremos capacitados a qualquer trabalho ou à superação de uma dificuldade! De uma maneira ou de outra, conhecer o psiquismo é desbravar a floresta da ignorância na qual a humanidade se encontra, mas de que terá de sair cedo ou tarde. Ademais, o ser humano é dotado de um "sistema psíquico" extremamente perfeito, que coordena cada informação, remetendo-a para o lado consciente na medida em que este demonstre capacidade em compreendê-la. As reações físicas, por mais "escabrosas" que possam parecer, fazem parte do processo de
"interpretação" de um algo que está sendo remetido ao consciente, o
que acarreta para alguns "observadores" certo pavor e a crença de que tais reações são perigosas! O material que se encontra no âmago
do ser, e que conflita em seu interior, quando é "despejado" em um processo terapêutico, nos dá a impressão de que o paciente, ao entrar em catarse, sofre indescritivelmente, mas na verdade seu aparente sofrimento é na verdade um precioso escoamento de"algo" que mais adiante pode se converter em uma doença incurável. São energias nocivas que, acumuladas no decorrer dos tempos, ganham uma benéfica solução ao serem trazidas para o consciente do indivíduo que, vendo não ser mais possível guardar para si verdadeiro "paiol
de pólvora", liberta-se através de uma reação de desespero, que repetimos, aos olhos dos leigos é algo perigoso, mas que em sua essência é profundamente sublime! É a natureza que se renova a cada "catástrofe"!
52 - Vem-nos a mente aquele ditado que diz: "de boas intenções o inferno está cheio!" O que dizeis disto?
RAMATÍS -
Dizemos que é hora de parar de querer encontrar coisas onde não existem! Chega de desconfiar de tudo, de colocar obstáculos justificando tudo! Esta é uma verdadeira mania que tem custado para a humanidade anos e anos de muito sofrimento, dado o verdadeiro comodismo de que acabou se contagiando. É hora de olharmos de maneira séria para as coisas, sem fugirmos, arrumando desculpas para nos desviar da resolução de nossos problemas. No atual momento em que a humanidade atravessa, é injustificável alguém mencionar que não teve oportunidade para se trabalhar ou que desconhece a existência de trabalhos de condicionamento mental. Não há justificativas para o marasmo e para a inércia! Devemos nos lembrar das tentativas que devem ser praticadas exaustivamente até que encontremos nosso caminho, ou pelo menos o caminho menos doloroso.
É comum ouvir que este profissional não é sério, aquele, possui técnicas sem qualquer embasamento, aquele outro ainda é um incompetente, e etc. Todos estamos em processo de aperfeiçoamento e não podemos encontrar pessoas ou profissionais perfeitos, porque a perfeição é algo de que a humanidade ainda está desprovida! Outro fator que deve ser levado em conta é o "dolo" de um ato qualquer.
Pois um indivíduo consciente das Verdades Supremas jamais pensaria em prejudicar alguém que o procura com o intuito de ser ajudado. Lembremo-nos que às vezes um simples comentário carregado de maldade é muito mais "perigoso" do que um desencadear psíquico provocado por um profissional aparentemente incapacitado!
53 - Com relação ao peso de uma somatização psíquica, de um processo doloroso, o que dizeis a respeito?
RAMATÍS - Tomemos por princípio que cada um escolhe o caminho que quer percorrer até sua libertação de algo que o perturbe. Neste caso, temos aqueles que, abnegados, aceitam sua realidade, por mais mórbida que possa parecer, recomeçando humildemente a caminhada rumo ao destino que lhes fora traçado em proposta reencarnatória. Todavia, temos aqueles que vivem de queixumes o tempo todo, se declarando pessoas verdadeiramente desgraçadas e esquecidas por Deus, que fazem questão de viver num "inferno" que criaram para si, puxando os seus para o meio desse inferno imaginário. Deus nunca nos esquece, mas nós, muitas vezes em grandes revoltas, O esquecemos, e não nos damos conta de que somos os responsáveis por nossos atos, e quando nos colocamos em situações difíceis, podemos escolher dois caminhos: o da queixa infundada, ou o do desafio, para que
cresçamos como criaturas Divinas em busca do verdadeiro contato com o cosmo! Geralmente, a não aceitação de um fato emerge da hipocrisia, que nos torna criaturas cegas, incapazes de percebermos que colhemos frutos de semeaduras imprudentes. Aliás, esquecemos desta "regrinha" básica que nos diz que "a semeadura é livre mas a colheita é obrigatória"! A somatização psíquica só é necessária porque guardamos todos os "detritos" emocionais das mais diversas situações que passamos. Sensações que experimentamos quando ouvimos algo que não nos agrada e que despertam em nós alguma "impressão" de raiva, rancor, ele. Não devemos esquecer de que, no momento em que sentimos tal reação, aquilo já passou a fazer parte de nós.
Somos nós manifestados em um sentimento! Uma raiva manifestada em nosso interior, que foi desencadeada por um comentário qualquer de alguém, passa a ser nossa inimiga no momento em que a sentimos, e isto deve ser observado com muito critério, para que não nos transformemos em "cargueiros do sofrimento"!
54 - Poderíeis esclarecer mais a questão trazida por vós, sobre o fato de se buscar inconscientemente a repetição dos antigos costumes de outrora?
RAMATÍS - Este é um fato óbvio, uma vez que não só buscamos os velhos costumes como escolhemos sempre o vivenciar de experiências mal resolvidas! O psiquismo é algo realmente fabuloso, a ponto de nos "comandar", mostrando em geral o caminho mais indicado, e que nem sempre acaba sendo o mais fácil. Aquele que precisa vivenciar a desgraça, acaba buscando-a. Todavia, aquele que precisa da compreensão do lícito e do ilícito, por força da lógica e de sua necessidade, acaba se deparando com o ilícito, para que possa escolher. Se dissociarmos o livre-arbítrio, poderíamos ver que ele nada mais é do que um compêndio de escolhas, opções, que determinam este ou aquele resultado. Pensamos que dominamos o campo das "escolhas" e "opções", mas diríamos que ainda falta um bom tanto para que isso aconteça. Geralmente somos induzidos por nossos "conteúdos pendentes" a resolver algo. É a nossa necessidade "emergente", que praticamente nos obriga às escolhas. Novamente podemos recorrer à analogia com o seguinte exemplo: "imaginemos que estamos caminhando por uma rua, e logo mais adiante avistamos um indivíduo pelo qual nutrimos certa repulsa. Num impulso, tomamos a atitude de atravessar a rua ou ainda, virarmos na primeira esquina." À primeira vista isso pode parecer um absurdo, mas acontece na maioria das' vezes! Poderíamos definir tal atitude como reflexo de algo pendente em nós, pois com toda a certeza, o que nos impulsionou a tomar tal atitude não foi nosso poder de decisão. Nós apenas aceitamos uma "sugestão" vinda de nosso interior: é a fuga das resoluções! É por isso que não raro, muitas decisões acabam trazendo sofrimento. De um lado protelamos ao máximo algo que já não pode ser levado adiante, e de outro tudo o que foi protelado acaba acumulando volume, com o "emergente" tornando a situação bem mais complicada de ser resolvida. É como os juros de uma conta que não foi paga em seu vencimento!
55 - Estais afirmando que o livre-arbítrio nada mais é do que um mero subordinado de nossos conteúdos pendentes? É isto?
RAMATÍS - Não leveis tudo ao pé da letra! É preciso captar as entrelinhas das coisas para que se tenha uma compreensão mais clara, panorâmica, dos fatos que acontecem todos os dias e que representam as escolhas! Não se quer dizer que sendo o indivíduo dotado do livre arbítrio, tenha ele a liberdade
de fazer tudo o que lhe dá na cabeça. Pelo contrário, percebe-se que mesmo tendo vontade de algo, opta sempre pela necessidade, que se torna mais importante do que o real desejo. Vemos por aí todos os dias exemplos de pessoas que não têm alternativa de trabalho, tendo que se sujeitar a penosos cotidianos, para garantir o sustento da família; ou ainda, quando queremos manter algo realmente importante para nós, procuramos através do esforço angariar subsídios para tal. Outra analogia nos diz que se não pagarmos a conta de luz em dia, haveremos de não receber o serviço prestado pela companhia de eletricidade mais adiante. Neste caso, há uma grande diferença entre querer pagar a conta de luz e ter necessidade do serviço prestado pela companhia. É a velha história de que, se realmente quisermos algo, temos de nos esforçar para obtê-lo. Resumindo, todas as coisas que se apresentam ante nossa liberdade de escolha, mostram acima de tudo a realidade do "necessário" a ser escolhido, o que nem sempre nos faz optar por algo que gostaríamos, mas sim, pelo que se faz necessário no momento, o que não quer dizer que o indivíduo não possa simplesmente abrir mão destas condições aqui descritas. Pois que a desistência também é uma opção!
56 - Percebemos a repetividade de palavras como "conteúdos pendentes" ou "emergentes" em vossas afirmações. Poderíeis nos explanar mais a respeito do significado de tais apontamentos?
RAMATÍS - O termo conteúdo, na linguagem das ciências da psique, significa tudo aquilo que move o indivíduo a tomar esta ou aquela decisão. Reflete também os arquétipos que possui em seu interior e que o diferenciam das demais pessoas. Das muitas situações que o indivíduo passa em sua existência atual e em existências pregressas, vai acumulando uma certa experiência que nem sempre é positiva no sentido "físico" da palavra. Às vezes
ocorrem os traumas que perduram por longo tempo, até que numa nova
oportunidade o indivíduo vivencie o que deixou marcas no passado, e com isso consiga a superação desses traumas. No momento em que vai superando, os conteúdos pendentes vão sendo "transformados" em experiências, que simbolizam a partir deste momento a consciência do próprio indivíduo, seu manancial de informações que estará sempre à sua disposição em qualquer época evolutiva, bastando apenas que este acesse tais informações em seus "arquivos mentais".
Já o conteúdo emergente simboliza tudo aquilo que está mais do que no ponto de maturidade e pode ser resolvido, uma vez que foi projetado do inconsciente para o consciente psíquico para sua resolução. O conteúdo emergente também pode ter sido desencadeado por uma situação qualquer que tenha provocado no indivíduo um certo incômodo. De acordo com a aceitação ou repulsa do indivíduo, seu conteúdo emergente poderá provocar distúrbios que podem variar, desde uma simples dor de cabeça até uma profunda depressão. Tudo dependerá de como o indivíduo enfoque o que está emergindo de seu interior. Às vezes, um conflito que precisa ser resolvido e que se faz emergente na consciência, pode se traduzir por uma sensação de tristeza súbita, sem causa aparente. É um forte sinal de que o corpo muitas vezes nos quer falar, mas nós, seres muito apressados, acabamos não percebendo que precisamos nos despojar de algo. Se avaliarmos a instabilidade comportamental de um indivíduo, ou a nossa, veremos que estamos nos debatendo com esses conteúdos o tempo todo, bastando apenas nos perguntar porque mudamos bruscamente de comportamento e de opinião nas mais diversas horas do dia, sem motivos consistentes para tal!
57 - Falais muito da consciência corporal, do sentir com o corpo. Poderíeis nos esclarecer mais sobre isso?
RAMATÍS - Eu vos perguntaria: "Teria o corpo alguma importância ante o processo evolutivo do espírito encarnado?" Sim! É fundamental a conscientização total do veículo que serve ao espírito! A mente é algo de muita importância, mas também precisa, para a evolução da consciência, utilizar as
percepções físicas do mundo material, e isto só pode ser proporcionado com o corpo. Poder-se-ia dizer que a maioria das pessoas não se preocupa com este fator, que pode proporcionar a total libertação espiritual, bem como a superação de tudo o que está ainda pendente no acervo consciencial do indivíduo. O corpo possui uma memória, tal qual o psiquismo, pois que este expande-se na matéria através do corpo, o qual pode ser seu fiel intérprete.
Com sua memória, o corpo pode ajudar a trazer das profundezas do psiquismo as informações de que o ser precisa para buscar sua tão almejada felicidade. E se o indivíduo souber manipular esta faceta do corpo, poderá se surpreender descobrindo aptidões que nem imagina possuir. As sensações físicas na verdade poderiam traduzir-se em ondas altamente carregadas de energia curadora e geradoras do equilíbrio para o ser, que se expandem da matéria para o conjunto anímico-espiritual, da mesma maneira que o processo inverso acontece. Numa época em que a humanidade se utiliza principalmente dos atributos mentais para evoluir, esquece que o corpo pode lhe proporcionar um certo "encurtamento" do caminho. Na pressa, mal percebe que está a humanidade se tornando escrava de suas criações, cada vez mais distante das verdadeiras sensações e emoções do espírito, que encarnado, projeta de maneira intensa sua vida, sua energia, para o seu veículo de manifestação na matéria. A civilização do mentalismo precisa mais do que nunca aliar suas
amplas percepções mentais às percepções corporais. Se isso for atingido, o impulso evolutivo será imensurável para a humanidade!
Quantas vezes o homem parou para, através do tacto, avaliar a textura e a suavidade das pétalas de uma flor, de uma folha?
Quantas vezes caminhou de pés descalços a sentir que realmente existe em sua forma mais integral no mundo físico, ao toque de seus pés no solo? Ah, se soubésseis o quão extasiantes são as coisas mais simples da vida, proporcionadas pelas aptidões do corpo, como o simples toque, o contato com a natureza, com outros seres diferentes de nós, mas que se avizinham, morando na casa Maior!
Poderíeis aprender muito mais sobre os segredos da vida se parásseis para sentir vosso corpo! É essencial o equilíbrio corpo-espírito para que possamos levar uma vida livre das angústias, das insatisfações, das vicissitudes que o ciclo reencarnatório nos proporciona. Percebemos como as pessoas têm medo de sentir com o corpo, e com isso, acabam reprimindo o estado natural deste instrumento fundamental à vida corpórea. Neste caso, poderíamos atribuir ao conservadorismo da educação dos povos atuais, que, munidos de preconceitos que também lhes foram passados, ensinam a criança, em tenra idade, a reprimir seus sentimentos, que lhe fluem naturalmente do âmago espiritual. Assim, criam-se os "enrijecimentos" musculares, que impedem, aos pouquinhos, que o corpo libere aquilo que vem de sua parte mais
profunda.
58 - Em nível "energético", como ocorre o enrijecimento muscular ou encouraçamento emocional?
RAMATÍS - Todo o enrijecimento muscular ocorre quando, numa atitude de defesa, a musculatura do corpo se contrai. Nessa contração há uma concentração maior de energias, que acabam formando a "memória corporal". No momento em que há uma concentração energética, ela ali permanece como que um "sistema de alarme" a disparar ante qualquer tentativa de perturbação da integridade físico-emocional. Assim, ao se repetirem situações onde o corpo precise defender-se, haverá sempre um aumento da concentração destas energias, e então, formam-se os "enrijecimentos crônicos" ou os encouraçamentos.
Quando há a cronicidade de um enrijecimento muscular ou emocional, o indivíduo fica desprovido quase que totalmente da sensibilidade, comprometendo a atividade normal de um tecido ou órgão. É então que organicamente manifestam-se problemas como o "bloqueio ocular", onde temos o exemplo da hipermetropia, miopia, astigmatismo; o "bloqueio genital", que ocorre principalmente em mulheres, dado a transtornos como violência sexual, agressividade ou insensibilidade de seus parceiros, e nestes casos, o encouraçamento pode ser tão intenso que provoca problemas como "vaginismo", entre outros, que acabam proporcionando dores ou insensibilidade geral nas regiões visadas. O bloqueio genital pode também acontecer em homens causando-lhes a impotência ou outros problemas semelhantes. A menos que se proporcione o escoamento correto destas energias, a tendência é a relativa piora, ou a cronicidade em seu estado mais
crítico, tornando mais difícil o processo de reversão destes encouraçamentos. Sempre que acontece um encouraçamento, após sua identificação é necessária uma reeducação comportamental para que não haja uma reincidência, ocasionando-os novamente. Como forma de tratamento de problemas desta ordem, quase sempre é necessário que se busque o auxílio de um terapeuta ou profissional ligado a áreas mais específicas, uma vez que quase sempre a origem é muito ampla, de difícil diagnóstico, principalmente quando o todo psicofísico está envolvido nesses conflitos energéticos.
59 - Seria possível explicar-nos mais sobre como se formam os "enrijecimentos musculares"?
RAMATÍS - Em primeiro lugar, poderíamos afirmar que nosso corpo é formado por uma gama complexa de "sensores nervosos" e "condutores de energia". Como afirmado anteriormente, essas energias, ao escoarem dos veículos internos, têm seu desaguadouro final no corpo físico. É nele que o espírito manifesta tudo o que possui, desde uma simples mazela ao mais genial talento lapidado no decorrer das existências corpóreas. Percebe-se que durante todo o tempo o espírito remete ao corpo essas energias, que variam em sua freqüência, desde a mais baixa, ou energia degradada, deletéria, até a mais alta, ou energia sublimada. Ao receber energias de origem mais sublime, é natural que o indivíduo manifeste profunda sensação de bem-estar. A captação destas energias pode ser de duas origens: a fonte interna, ou tudo aquilo que "brota" do âmago consciencial, ou a fonte externa, através de um bom diálogo, de um ato qualquer que proporcione essa espécie de desencadear. energético. O resultado físico do desaguadouro de energias mais sublimes proporciona em sua maioria o "relaxamento muscular", a sensação de leveza. Porém, quando a energia é de baixa vibração, ao emergir do âmago consciencial do ser, provoca uma espécie de "turbulência", trazendo sensações de desconforto, mal-estar, náuseas, dores, etc. O escoamento de energias degradadas causa verdadeira mutilação nos corpos energéticos do homem, que inevitavelmente será retransmitido ao corpo físico. Enfim, seu desaguadouro provoca uma sensação de "contração": é a reação do corpo ante a possibilidade de sentir dor! A contração muscular é uma forma de defesa do próprio complexo orgânico do ser. Este fato comumente acontece em situações "externas", ou seja, situações por que o indivíduo passa todos os dias e que lhe são desagradáveis, ou que lhe representem perigo. Com isso, através da memória corporal, toda vez que uma situação se repete ou está para se repetir, o corpo reage instintivamente ria tentativa de se defender, evitando algo que possa atingir sua integridade. São movimentos quase que imperceptíveis, mas que com o passar do tempo hão de provocar
sérios transtornos no momento em que o indivíduo precisa manifestar corporalmente aquilo que emerge de seu interior. Assim, o desaguadouro natural de energias se obstrui, criando as linhas de neurose, e suas conseqüências mais desastrosas! Um exemplo muito comum, que acontece todos os dias, é a atitude dos pais ante seus filhos, quando usam da "surra" para educar. Muitos pais, ao tornar tal atitude dizem a seus filhos: - "Se chorar vai continuar apanhando!" Com esta frase, não é preciso fazer mais nada para
criar um trauma em alguém! Ora, se todos sabemos que o choro é a exteriorização mais comum de tudo aquilo que nos perturba internamente, e que através dele está ocorrendo verdadeiro despejo emocional, mesmo no choro da criança que está sendo "conscientizada" através das "palmadas" dos pais. Neste caso, através dessa espécie de punição, o corpo cria em sua memória a seqüência lógica dos seguintes clichês: "Se eu não manifestar o que sinto, não serei mais punido, pois a punição me causa dor!" Tal qual a criança ouviu: "Se chorar, vai continuar apanhando!" Com o passar do tempo, dos anos, é possível imaginar esta criatura manifestando suas emoções? Desabafando algo que a perturba seriamente? Se quando pequena, foi "ensinada" que a manifestação de seu desabafo emocional acarretaria algo muito mais doloroso: a dor física! Este é apenas um dos milhares de exemplos que ternos todos os dias da repressão educacional que está contida em cada família deste planeta, e que urgentemente precisa ser reciclada. Linhas de rebeldia são corrigidas com muita persistência e verdadeira
disciplina ante a conscientização de nossos atos; e a violência, mesmo justificada, por mais "inocente" que possa parecer, provoca
aquilo que conhecemos por "enrijecimento muscular", ou ainda, o
encouraçamento emocional. Um fator importante é o "dolo" em uma
situação que provoque estes traumas. Nem sempre os pais possuem a consciência do que podem provocar em seus filhos ao tornarem tal
atitude, uma vez que o enrijecimento muscular ou encouraçamento emocional é fruto das defesas do indivíduo, acionadas por ele para evitar sofrimentos futuros, e não deve ser encarado como um fator provocado por alguém em uma atitude impensada. Há que se levar em conta que todos temos uma condição própria de "introjeção" de informações externas, e com isso, alguns podem se encouraçar mais, outros nem tanto, uma vez que possuem menos receios com relação ao sofrimento, conseguindo se expor mais integralmente ao meio em que vivem. É apenas uma questão de aceitar ou recusar a compreensão e a ponderação ante um momento que se está vivenciando. Por mais que a
violência deixe marcas, ainda é possível torná-la menos dolorosa no momento em que procuramos compreender o que levou um ser humano a praticá-la. Não há como culparmos alguém por um ato sem antes sondarmos o que o fez concretizá-lo; por mais desprezível que possa parecer, ainda assim este ato foi provocado pelos "conteúdos pendentes" de seu praticante. Por isso a importância da conscientização de nossos atos. Para que os que vierem como nossos filhos não sejam adeptos dos mesmos hábitos nem um pouco salutares!
60 - A violência doméstica atualmente é muito comum, principalmente com crianças, que, protegidas em seu lar dos marginais da rua, encontram em seus pais e "babás" pessoas vis e maquiavélicas. A quem seria atribuído a responsabilidade então, se os pais, os responsáveis pela educação daqueles espíritos que reencarnam como filhos seus, também são portadores de traumas educacionais que lhes foram transmitidos pelos seus antecessores, e assim sucessivamente? Isso nos parece ser um "efeito dominó". Seria isto?
RAMATÍS - Vosso raciocínio não está tão equivocado, mas é preciso levar em conta que justificar que somos infelizes ou desgraçados por causa deste ou daquele fato ocorrido, nos parece de uma ardileza extrema, porque é muito mais fácil nos "atirarmos" no mundo dos desregramentos atribuindo a alguém a existência do nosso lado obscuro. Quem faz isso, esquece ou nem ao menos sabe que somos velhos viajantes do ciclo reencarnatório e que podemos ter trazido de uma vida anterior os atributos negativos que hoje afloram pedindo resolução. É o que acontece na grande maioria das vezes,
com os "rebeldes sem causa", que queixam-se de que são sozinhos no
mundo, que ninguém se preocupa com eles, quando na verdade eles é que deveriam abrir os olhos e passar a fazer algo por si próprios sem pedir nada a ninguém, uma vez que cada qual, espiritualmente possui a "obrigação" de se aprimorar, com ou sem auxílio dr outrem. É muito mais fácil quando temos mais ferramentas para o aprimoramento, mas nem sempre as aproveitamos. É aí que vemos famílias aparentemente bem estruturadas educacional e
monetariamente, mas cujos familiares queixam-se em demasia das coisas; filhos que cobram o tempo todo dos pais, e estes, por sua vez, se questionam se fizeram algo a Deus para merecerem tamanha infelicidade. Sem dúvida tal enredo é digno de um roteiro melodramático, porque é muito mais fácil olhar para o mundo externo, para as aparentes desgraças, sem usar de nossa capacidade para reverter tais situações, mas para o mundo interno é quase
sempre doloroso, porque vemos o quanto somos negligentes para conosco, sendo preferível mascararmos nossos "rombos comportamentais" ao invés de consertá-los com atitudes responsáveis. Não se deve atribuir a culpa aos pais, porque estes deram o melhor de si para garantir a subsistência da família, mesmo que este melhor não atingisse as raias do almejado por nós.
Alhures, eles deram o máximo de si próprios, e isso, por si só, já é meritório! As queixas como: - "Meus pais não foram atenciosos comigo, ou não me deram carinho ..." não devem justificar um comportamento negativo, porque se não recebemos carinho, com certeza o sabemos dar. Não há nenhum ser no universo que não saiba o que seja instinto de afeto ou de proteção, e sabemos que estes dois atributos só aparecem se o indivíduo sabe o que é "amor fraterno"! É claro que podemos não compreender integralmente o que isso significa, mas com certeza o sentimos, mesmo que seja um só fragmento dele. Até o pior assassino sabe o que é amar, porque mesmo tirando vidas a qualquer preço, ainda assim ama os seus e os protege. É uma prova de que não está perdido de todo! Sejamos mais receptivos para com as coisas que recebemos por herança de nossos pais, não nos importando com o "valor", porque podemos encontrar em um simples conselho, do pai mais ignorante, o brilho e a dignidade de um grande sábio. Se, por outro lado, nossos pais não nos serviram de exemplo, ou não nos trouxeram coisas boas por serem
problemáticos, viciosos, preconceituosos, então se poderia dizer que eles nos deram a verdadeira chave da libertação, porque nos "escancararam" aquilo que deve ser evitado por nós! É apenas uma questão de nos tornarmos mais receptivos. Afinal, voltamos a enfatizar que a sabedoria não está na quantidade de conhecimentos, mas sim na capacidade de utilizá- los, independente do que se sabe. Pois encontramos pessoas desprovidas dos lauréis do intelecto",
mas que nos dão verdadeiras lições através de sua linguagem simples, e principalmente, do seu exemplo de abnegação, ausência de julgamentos, e por serem desprovidas da maldade em seus comentários! Por isso, o primeiro passo é não atribuirmos nossas frustrações ou más inclinações aos outros, mas sim lutar por nós mesmos para superar-nos a cada instante, uma vez que a maior conflitiva é a disputa de nossos "Eus" personalísticos que a todo o tempo brigam para interferir em nosso pensamento; a conseqüência disso são as mudanças bruscas de temperamento no dia-a-dia! Por outro lado, nenhuma espécie de violência é justificável, principalmente se for praticada com um ser indefeso, que busca o colo de seu "protetor" como forma de sentir-se nfortado e criar resistência emocional para enfrentar a vida quando adulto. A criança é desprovida totalmente da desconfiança, o que a torna mais vulnerável e suscetível, acarretando, porém, maior responsabilidade ao seu tutor. É preciso pesar na balança da coerência, ao se praticar alguma maldade para uma criança, quando se perde a paciência por uma atitude que ela tenha tomado, ou alguma "traquinagem" que tenha cometido, se gostaríamos que fizessem
conosco o mesmo, ou que em nosso trabalho, já adultos, nosso supervisor nos agredisse com golpes prejudicando nossa integridade físico-emocional. Sabemos que mesmo com algumas palavras mais ríspidas já nos contraímos e nos traumatizamos, imagine-se então com uma agressão física! Mesmo possuindo um corpo pequeno, ainda em formação, a criança é capaz de compreender muitas coisas, porque seu espírito também é dotado dos mesmos atributos que nós adultos; ela apenas não consegue manifestar o que sente ou o que pensa porque fisicamente não atingiu um grau de maturidade, mas nem por isso está desprovida dos sentimentos! Ademais, se nos deparássemos com um troglodita, que a nos assediar, ferisse nossa "honra",
seríamos capazes de agredi-lo, tal qual faríamos com uma criança que está sob nossa tutela? Cremos que nos acovardaríamos, porque braços mais fortes sempre são respeitados, e por certo, engoliríamos a mais pontiaguda ofensa! Por que temos de impor nossos costumes tirânicos àqueles que não podem se defender, ao invés de praticarmos a indulgência em seu mais alto grau? Queremos que o planeta seja uma casa onde a paz e a boa convivência imperem? O que estamos fazendo para que isso ocorra? Devemos nos lembrar que os cidadãos do amanhã são nossos filhos hoje, e, se forem bem
instruídos, e se os dotarmos de ponderação, haveremos de transformar em aprazível vereda o que hoje é um verdadeiro caos. Basta apenas que nos projetemos em pensamento para o futuro, imaginando uma criatura indefesa que hoje é agredida por qualquer atitude que tome, e que amanhã, já em condições de se defender, possa apelar para a mesma regra que lhe foi imposta! Podemos suavizar ou anular o efeito negativo das coisas se planejarmos devidamente tudo o que iremos fazer. Aliás, é muito lógico, basta
olharmos para a frente vendo que os adultos de hoje, que constroem, serão amanhã os idosos que dependerão daqueles que hoje se encontram nas "fraldas". Com certeza não queremos ficar nas mãos de inconseqüentes criaturas a jogar com o que já foi construído e que se constitui verdadeiro patrimônio, fruto do amadurecimento da humanidade, como também não queremos ver nossos filhos no seio da marginalidade, praticando todos os desvarios característicos de mentes insanas e frias. É apenas uma questão de olharmos para a frente, com olhos realistas e sensatos.
61- Ao mencionar os "Eus" personalísticos, vêm-nos a mente as mais variadas facetas comportamentais do indivíduo. Poderíeis explicar mais detalhadamente como essas personalidades atuam, provocando no próprio indivíduo a mudança brusca de temperamento ou de comportamento?
RAMATÍS - Somos todos dotados de traços
comportamentais extremamente variados, que são decorrentes de nosso
desenvolvimento espiritual, bem como dos arquétipos colhidos na
existência atual. São as variações que nos fazem atuar positiva ou
negativamente ante uma situação qualquer. Por exemplo: em uma
situação de extremo perigo, conhecemos nosso lado "sangue frio".
Esta manifestação comportamental é necessária para que possamos
nos superar diante de uma situação onde é preciso atuar como que
por reflexo ou instinto, e quase sempre não há tempo para pensar o
que deve e o que não deve ser feito, sob pena de sucumbirmos caso
algo dê errado. É apenas um exemplo, mas que nos mostra claramente
que somos capazes de nos surpreender conosco mesmos! Sob um aspecto
mas amplo, essas "personalidades" que nos dominam quase o tempo
todo, refletem intensas lembranças de outras vidas, onde encarnamos
para viver esta ou aquela situação, de acordo com nossas
necessidades evolutivas. Ao passarmos para o mundo espiritual, após
mais uma experiência corpórea, todas as lembranças vividas são
armazenadas no âmago espiritual, e futuramente irão formar a
"memória extracerebral", ou seja, tudo aquilo que corresponde à
bagagem evolutiva. Essa memória extracerebral atuará de maneira
intensa no conjunto homem-espírito, influenciando seu comportamento
diante das mais variadas situações. Porém nem sempre essa
influência será positiva, pois havendo muitas pendências de outras
encarnações, fatalmente aparecerão no reservatório psíquico,
provocando as perturbações mais diversas. Essas perturbações é que
determinarão a ordem comportamental do indivíduo, que na maioria
das vezes manifesta certa agressividade, quando tomado por essas
influências que emergem do interior psíquico. É lógico que, estando
a humanidade num processo intenso de depuração, só haveriam de
emergir conflitos, uma vez que, superado algo, não é necessário
mais superá-lo! Essas personalidades que o ser humano possui, à
medida que vão aparecendo, devem ser identificadas e devidamente
lapidadas, pois nem sempre ajudam em situações nas quais o
indivíduo precise contar com suas potencialidades. São determinadas
pelo orgulho, arrogância, prepotência, entre outros exemplos, e
verdadeiramente transformam o homem mais dócil numa criatura fria e
calculista em um piscar de olhos, basta que tenham liberdade para
atuar. 62- Seriam estes "Eus" os pensamentos dissociados, ou são
verdadeiras personalidades que corresponderiam à multiplicidade
comporta mental do indivíduo? RAMATÍS - Os pensamentos dissociados
correspondem a tudo o que o indivíduo acolhe em sua mente. Equivale
ao somatório de idéias, divagações, aspirações, anseios, entre
outras manifestações da "inteligência", por assim dizer. Ao
dissociarmos os pensamentos, podemos agrupar uma verdadeira
miscelânea, que pode superar a marca dos noventa mil pensamentos
num único dia. Se deduzirmos que cada pensamento acondiciona um
certo quantum energético, é fácil imaginar que o ser humano carrega
dentro de si uma verdadeira usina de energia, mas que não sabe
utilizar essa usina de uma maneira adequada. É por isso que se
formam milhares de pensamentos a desviá-lo de suas metas. Uma vez
dispostos a crescer espiritualmente, é preciso aprender a controlar
aquilo que pensamos, mesmo que isto nos pareça impossível. Se
avaliarmos as palavras do mestre Jesus, quando chamou seus
discípulos de incrédulos, enfatizando que estes poderiam fazer
tanto quanto ou mais que seu mestre, e ainda, ao mencionar que a fé
era capaz de mover montanhas, podemos ver que ainda estamos muito
longe de "mover montanhas", uma vez que nossos pensamentos são
extremamente voláteis, sem firmeza alguma. Com relação aos "Eus"
comportamentais, apesar de não terem relação alguma com os
pensamentos dissociados, são altamente influenciáveis por estes,
pois se alimentam da energia produzida pela mente, que forma a
consciência diretora e administradora do indivíduo. São alienáveis
e ganham força na medida em que o indivíduo alimenta este ou aquele
pensamento. Um exemplo típico de como se forma esta espécie de
alienação é a questão do comportamento orgulhoso. Todo o grau de
orgulho nasce no âmago consciencial do ser, quando por um simples
pensamento ele manifesta a idéia de que é superior às demais
criaturas. Ao criar essa idéia, seu psiquismo começa a angariar
subsídios para que a superioridade se externe. Numa segunda etapa,
passa a sentir-se superior. É um forte sinal de que está lutando
para tal, manifestando em pequenos atos a vontade de ser superior,
mas tudo ainda se encontra no mundo dos pensamentos, sem uma
manifestação mais expressiva. Após, inconscientemente, passa a
atuar com ar de superioridade, sem dar-se conta. É a manifestação
física de seu pensamento, que começou timidamente no silêncio
mental. Passa então a comportar-se de tal maneira que se torna uma
criatura desprovida de sensatez, .sendo então comandada por
personalidades suas que estavam adormecidas no âmago consciencial e
que acabaram sendo despertadas pelo cultivo do orgulho em seu grau
mais mesquinho. Apenas "adubou" uma personalidade que já existia,
mas que talvez não tivesse forças para influenciá- lo. É desta
forma que manifestamos nossas personalidades: através do cultivo
dos pensamentos, sejam eles quais forem! Por isso a importância da
reciclagem comportamental e a higidez dos pensamentos! Com isso
quer-se dizer que todos temos os nossos "pequenos Eus" dentro de
nosso agregado espiritual, enfim, de nosso psiquismo, que na
verdade, como mencionado anteriormente, foram "criados" no decorrer
das mais variadas experiências reencarnatórias, e que permanecem em
estado de "hibernação" até que por um motivo ou outro, por um
simples pensamento, despertam do sono e passam a influenciar o
indivíduo, ditando-lhe comportamentos antes inimagináveis. É por
isso que adotamos o conceito de que "o homem se conhece muito
pouco, e não raro, de maneira equivocada." Pois não sabe até onde é
capaz de chegar, quando se torna subordinado de seus atos! 63 -
Outra denominação muito comum em vossas explanações é o termo
"agregado espiritual". É possível explicar mais a respeito disto?
RAMATÍS - Denominamos "agregado espiritual" todo o conjunto que
envolve o espírito, formando sua roupagem. De acordo com a teoria
de Kardec, o homem é formado de três partes distintas: corpo
físico, perispírito e espírito. Em nosso conceito, expandimos o
perispírito com base nos estudos de Kardec. Queremos dizer que o
perispírito é "fragmentável", pode-se "dividir" em componentes que
são conhecidos pelas correntes filosóficas do Oriente como "corpos
sutis" ou "corpos energéticos". São os veículos de manifestação do
espírito, e através do corpo físico, seu fragmento mais denso tem
seu desaguadouro final, determinando então o comportamento humano.
Em "O Livro dos Médiuns", Kardec menciona que ao atingir certo grau
evolutivo, o espírito pode expandir-se para vários pontos como se
fosse uma luz refletida em vários espelhos, caracterizando a
capacidade de estar em vários lugares ao mesmo tempo. Kardec, na
verdade deixou uma "porta aberta" para a compreensão de algo muito
mais complexo: O conjunto dos corpos sutis! Pois este é
perfeitamente expansível, demonstrando que podemos estar em vários
lugares ao mesmo tempo, mesmo encarnados, embora sem consciência
desta condição, o que pode num "silêncio traiçoeiro" transformar-se
em problema, uma vez que não sabemos o que trazemos em nosso
interior. Tal expansividade também é abalizada pela teoria da
bicorporeidade, dos "homens duplos", compilada pelo próprio Kardec.
Na época em que tais conceitos foram formulados, o homem já possuía
condições autônomas de fragmentação perispiritual, muito embora
esta peculiaridade nem fosse cogitada. Pois os interesses eram
outros, e o fenômeno em si, na época, era mais importante do que os
veículos que o produziam. Estes corpos sutis agregam informações
das mais variadas, mas principalmente tudo aquilo que carregamos de
outras existências e que precisam de uma reciclagem. Por outro
lado, tudo aquilo que foi aprimorado pelo espírito, caracteriza-se
como verdadeiro patrimônio deste e já faz parte de seu acervo
consciencial, ficando acondicionado muito próximo à essência do
espírito, também conhecido como "Centelha Divina".
Nesses corpos sutis se encontram todos os conflitos possíveis, que
pedem resolução, e, com o passar do tempo, são projetados para a
consciência física. São pulsões energéticos que afloram como que do
nada, perturbando o ser, tornando-o muitas vezes subjugado, sem
condições de lutar, acarretando uma série de conflitos psíquicos,
que determinarão intensamente o comportamento do próprio indivíduo
de acordo com o meio em que vive. Conhecer profundamente estes
corpos pode trazer não só grandes conhecimentos, mas tratamentos
extremamente eficazes para problemas psíquicos e orgânicos, de
difícil diagnóstico e prognose incerta. Em vez da medicina ou as
áreas terapêuticas tentarem vasculhar, acarretando na maioria das
vezes uma grande perda de tempo, através desses corpos sutis
pode-se chegar a um diagnóstico rápido e um tratamento mais suave,
sem os "testes" de adaptação, que na maioria das vezes debilitam
ainda mais o enfermo, que precisa experimentar a quais tratamentos
se adequará, principalmente se estes forem alopáticos! A verdade é
que estes corpos sutis agregam em sua "memória energética" as
lembranças, de existências pregressas ou da existência atual, que
foram impressas através da violência ou de situações traumáticas.
Quando estas lembranças chegam ao inconsciente do encarnado, já
começam a provocar os primeiros sintomas de desarmonia, e, com o
tempo, se não forem tratadas, provocam distúrbios comportamentais
desastrosos. Temos diversos exemplos que fazemos questão de
explanar de maneira detalhada, como a síndrome do pânico e a
depressão, tidas como situações "sem volta" pela psicologia, mas
que ganham nova esperança diante de um estudo mais aprofundado
destes corpos sutis! (1) 1 - Os corpos sutis, conforme ensinado
desde a antiguidade, - embora variem as denominações segundo as
Tradições - são: Átmico, Búdico e Mental Superior, constituindo a
Individualidade, Eu Superior ou Homem Real; e Mental Inferior,
Astral, Etérico e Físico Denso, constituindo a Personalidade. Todos
são veículos da Centelha Divina, a Mônada. 64 - Tendo em vista que
a síndrome do pânico possui certa semelhança com a depressão, muito
embora seja a depressão menos intensa, teriam as duas uma
correlação etiológica, ou cada qual, mesmo possuindo sintomas
semelhantes, provêm de etiologias diferentes? RAMATÍS - Em verdade,
as duas possuem efeito devastador no indivíduo, mas emergem de
fontes diferentes. A síndrome do pânico caracteriza-se por
sensações violentas de medo, sob um aspecto geral. As pessoas
acometidas deste mal refletem medo de saírem até de suas casas. Tal
situação anula praticamente todas as perspectivas de vida da
criatura, que deixa de levar uma existência normal, até mesmo no
sono, que na maioria se torna conturbado, pois o medo pode ser tão
intenso que, acreditam, se fecharem os olhos poderão morrer; além
do que, os pesadelos mais escabrosos são característicos nestas
situações. Difere da depressão, que provoca sentimentos de
inutilidade e incapacidade para o desempenho das mais variadas
tarefas do cotidiano. Caracteriza-se pelo desânimo em seu mais alto
grau! Muitos depressivos desejam morrer, pois esperam na morte um
alívio para uma situação insuportável. Os sintomas-chave dessas
duas mazelas são exatamente opostos: enquanto o depressivo deseja
ardentemente morrer, manifestando comportamento estóico, austero,
de total insensibilidade diante do sentimento ou da dor, o
acometido do pânico revela verdadeiro pavor da morte, fugindo
doentiamente de tudo o que possa colocá-lo em risco, que na verdade
se torna real mesmo diante de uma situação ingênua. É imperioso
observar que o fator determinante desses problemas está emergindo
de maneira intensa do âmago consciencial, e na maioria dos casos,
para não dizer em sua totalidade, tem origem nas existências
pregressas, se bem que o que faz estes conteúdos se refletirem com
tanta agressividade no comportamento do indivíduo, é a situação que
vive atualmente. As situações que desencadeiam os sintomas da
depressão geralmente são de ordem financeira, ou perda de entes
queridos, entre outras, levando o indivíduo a uma espécie de
"descrença" nas coisas, mas principalmente em Deus. Na verdade
essas situações atuaram como agentes "deflagradores", que
provocaram verdadeira implosão. Uma vez estando o indivíduo
sensibilizado, seus sistemas de proteção psíquica tornam-se
ineficientes, incapazes de segurar os conteúdos pendentes
localizados no inconsciente, na memória extracerebral, portando as
frustrações e perdas do passado reencarnatório. Estas informações,
contidas na memória extracerebral, estão acondicionadas nos corpos
sutis. Na síndrome do pânico, em muitos casos, o acometido está
reencarnado no meio de seus antigos algozes ou comparsas de
desvarios de passado. Em geral, o depressivo e o acometido pelo
pânico são médiuns, mas este último, possui enormes brechas
cármicas em sua "tela búdica". A tela búdica é uma espécie de
envoltório que isola o encarnado do mundo espiritual, e quanto mais
comprometida, lesada, maior sensibilidade terá o indivíduo ante o
mundo espiritual. É o caso do acometido pelo pânico, que por certo,
traz terríveis estigmas comportamentais e ainda, é obsedado por
espíritos sedentos de vingança, que proporcionam desde os primeiros
momentos de vida orgânica o cruel revide. Isso porque, no momento
em que um espírito ganha a condição de reencarnante, torna-se
indefeso ante os ataques do mundo espiritual, principalmente ante a
Justiça Divina, que permite que este confronto exista, para que
todos cresçam e manifestem o amor em seu mais alto grau. O pânico,
quando toma por completo a criatura, promove grande avaria no
mecanismo que estimula a "força interior" do indivíduo, deixando-o
impotente diante de algo que está acontecendo consigo, mas de que
nem ao menos sabe o porquê. Não é preciso que uma situação grave
aconteça para que seja desencadeado o problema, simplesmente ele
aparece, para desespero da vítima. Muitos dos acometidos pela
síndrome do pânico trazem já somatizado o terror de situações onde
foram cruelmente assassinados ou torturados em existências
pregressas, e esse pavor ainda se encontra impresso a ferro e a
fogo em seu espírito. Para citarmos alguns exemplos, muitos
daqueles que foram torturados na Santa Inquisição ou mortos em
guerras fratricidas, através de sessões bárbaras de mutilação ou
fortes rajadas de armas belicosas, ao se encontrarem reencarnados,
muitas vezes tendo como pais seus principais algozes, poderão
refletir seriamente o efeito dessas experiências. Por outro lado,
também poderão reencarnar num meio onde suas vítimas também já
reencarnadas se encontrem, caracterizando para o acometido a
incerteza e o medo do confronto diante de espíritos que sofreram
tanto através de suas atitudes execráveis, uma vez que não sabe se
suas vítimas guardam ódio no coração, e podendo se transformar em
vingadores ferrenhos de um momento para outro. 65 - Tendo em vista
que a síndrome do pânico emerge de vidas pregressas, seria então
este o principal motivo da medicina, mais propriamente o segmento
da psiquiatria, não lograr êxito, ou, no máximo, apenas estacionar
os sintomas com pesados compostos alopáticos após anos de
tratamento? RAMATÍS - Correto! A medicina, através dos
psicotrópicos, apenas promove uma espécie de inibição dos
neurotransmissores cerebrais. Com isso, o acometido permanece num
estado de languidez, enquanto seu problema o toma novamente no
momento em que os remédios começarem a perder o efeito.
Psicofármacos pesados proporcionam muito mais a destruição orgânica
do que a relativa melhora do indivíduo. Apenas inibem o sistema de
neurotransmissão, como dito anteriormente, o que poderia se
caracterizar como a interrupção temporária do emergir de
informações contidas no ser integral, mas que pela medicina, são
reconhecidas apenas por "descargas eletromagnéticas" do cérebro, ou
ainda, um distúrbio neurovegetativo, que estimula esta ou aquela
sensação, determinando qualquer linha de comportamento. Não
proporcionam mais do que o alívio momentâneo, guardando os
conteúdos pendentes numa redoma absolutamente frágil, que pode se
romper a qualquer momento, mergulhando o indivíduo numa crise
emocional onde as conseqüências podem ser desastrosas. É preciso
identificar em sua totalidade de onde vêm estes conteúdos que
influenciam sensivelmente o comportamento do indivíduo,
proporcionando-lhes o escoamento energético-emocional, e isso não é
possível através de psicotrópicos, que apenas protelam o problema.
A possibilidade de alívio e até de cura pode vir de trabalhos mais
suaves e alternativos. A própria medicina muitas vezes dá provas de
que não consegue atuar de maneira satisfatória nesses casos, e
então não há mais nada a fazer a não ser partir para as terapias
holísticas, procurando conjugar tratamentos. É importante que o
acometido não abandone indiscriminadamente o tratamento alopático,
pois este lhe poderá servir de suporte nos primeiros momentos em
que seu comportamento estiver oscilante. Mesmo que os tratamentos
alternativos sejam duramente criticados pelos acadêmicos das
ciências ditas como oficiais, a lei da maleabilidade e do bom-senso
deve ser observada pela humanidade, e os fatores dogmáticos devem
ser postos de lado, quando há risco de se perder o equilíbrio
emocional e até mesmo a própria sanidade fisiopsíquica. 66 -
Existiria ainda, outra espécie de tratamento que não fosse através
das terapias ou da medicina? RAMATÍS - Pode-se obter resultados
impressionantes através do atendimento espiritual, desobsessivo,
uma vez que todo e qualquer enfermo psíquico é um provável
candidato ao caminho das obsessões. Quando se trata de síndrome do
pânico, é preciso levar em conta que a grande maioria das vítimas
ou algozes do espírito reencarnante e enfermo ainda não obtiveram o
mérito da renovação através da vida corpórea, porque trazem a sede
da vingança, por terem um dia sido prejudicados. São espíritos na
maioria das vezes endurecidos, e, apegados ao pensamento fixo de
que foram injustiçados, agora optam por "assombrar" seu antigo
algoz. É preciso que sejam devidamente orientados e encaminhados
para que possam recomeçar o caminho que um dia deixaram para trás.
Normalmente esses obsessores implantam nos corpos sutis espécies de
"clichês mentais" contendo lembranças e imagens de atos bárbaros
cometidos pelo reencarnado. Nessas condições, através do peso
dessas lembranças, o reencarnado começa a ser tomado por fortes
sensações de medo do que fez no passado, acompanhadas de grande
pavor por pensar que pode também passar por tudo aquilo que fez um
dia outros passarem; que pode experimentar a mesma situação que um
dia provocou. Há também, em outros casos, as experiências em que o
acometido do pânico foi vítima, mas seus algozes ainda o perseguem,
por não terem se dado conta de que poderiam evitar mais sofrimento
para eles próprios, se abandonassem seus propósitos egoísticos e
sua sede de causar sofrimento a outrem. Em todos os casos, com
certeza a Justiça Divina atua, onde a lei cármica, implacável,
mostra o caminho da correção espiritual! 67 - Como se dá a
manifestação destes corpos sutis? Se manifestam atributos próprios,
poderíamos dizer que manifestam individualidade? RAMATÍS - Tudo o
que existe no universo manifesta vida e individualidade, embora da
maneira mais exótica ou estranha, que por vezes chega a fugir da
compreensão da humanidade. Estes corpos, em outras palavras, ganham
vida própria no momento em que são dotados de informações e
precisam projetá-las para a consciência física. Novamente, de
acordo com a teoria de Kardec, em "O Livro dos Espíritos", o
espírito da Verdade esclarece que o corpo, sem o espírito, é apenas
um amontoado inerte de carne, levando no máximo uma vida
vegetativa. Disso, podemos concluir que a vida vem do espírito,
portanto, os corpos sutis são responsáveis por todos os atributos
que se manifestam fisicamente, uma vez que o corpo é apenas um
ponto de reflexo do espírito. Cada corpo sutil possui atributos
próprios e com isso, manifesta-se de acordo com esses atributos
dando a impressão de personalidades multifacetadas, que acabam se
resumindo na individualidade humana. É impressionante observar a
atuação desses corpos sutis: são como uma porção de
individualidades muitas vezes brigando entre si quando
desarmonizadas, todas interligadas à consciência física. O
resultado dessas "brigas" muitas vezes é confusão mental, crise
existencial, entre outros problemas que aparecem sem causa
plausível. 68 - Percebemos que nos dias de hoje a psicose tem
estado em evidência, sendo relativamente comum encontrarmos uma
criatura que possui fortes tendências a pegar um fuzil e sair pela
rua atirando nas pessoas, ou em casos mais suaves, a tendência à
anti- sociabilidade. Como podem ser vistas as origens da psicose em
face do conhecimento sobre os corpos sutis? RAMATÍS - Poderíamos
dizer que uma linha de desarmonia de quaisquer corpos sutis somente
acontece porque não encontra seu desaguadouro natural, que deveria
ocorrer na consciência física. Vale lembrar que um espírito que
reencarna com uma predisposição comportamental negativa poderá
revertê-la, desde que receba uma estrutura educacional adequada,
como também, e o mais importante, "queira" vencer suas tendências
negativas. Pois de nada adianta formar-se na melhor universidade do
planeta se é um mau caráter! O corpo sutil mental concreto atua
ligado à consciência física do indivíduo, e uma vez desestruturado
provoca neste as mais escabrosas linhas comportamentais, que podem
ser corrigi das de várias maneiras, sendo a mais eficaz a força de
vontade do próprio indivíduo. Quando um corpo se desarmoniza
notamos que há um efeito em cadeia, que em breve tempo acaba por
influenciar os outros corpos. Qualquer desarmonia, por mais
inofensiva que possa parecer, acarreta problemas dos mais variados.
Ao falarmos da psicose, poderíamos dizer que ela possui uma
etiologia espiritual e outra orgânica, e ao fundirem-se, ganham
proporções dantescas, mas, ao contrário da crença da psicanálise
que diz ser a psicose um problema sem volta, ganhamos nova
esperança diante do estudo mais aprofundado destes corpos sutis
aliado ao conhecimento do passado espiritual do indivíduo. Tudo
começa no âmago espiritual, e por conseguinte, passa para o lado
orgânico, debilitando-o, alienando-o de forma inexorável, se não
conseguirmos encontrar sua causa raiz. Notamos que o corpo sutil
ligado ao pensamento (Corpo Mental Concreto), ao trazer em sua
estrutura energética uma lembrança de passado que reflita extrema
violência, por si só se satura qual transformador elétrico ante a
sobrecarga da eletricidade. Daí por diante, ao transferir para o
corpo Astral, com o objetivo de que este interprete estas
lembranças, atribuindo-lhes o "peso emocional", ao fluírem do
inconsciente humano, é inevitável o desajuste, principalmente
diante das resistências, do: "Eu não quero ver o que está
acontecendo comigo", tão comuns na humanidade. O simples ignorar de
algo que acontece em nosso interior pode acarretar uma espécie de
"contenção" de detritos psíquicos que, represados em todos os
corpos sutis, por não ganharem escoamento passam a "contaminar"
todo o agregado perispiritual, que funcionará congestionado. Desta
etapa em diante, formam- se as debilidades orgânicas e
neurológicas, pois o corpo Astral já não desenvolve suas atividades
de maneira normal, sendo o tempo e a displicência os maiores
aliados dos distúrbios que aparecerão, e então o indivíduo estará
ao léu. Pois quando o organismo começa a somatizar cargas
energéticas poderosas, e que estavam armazenadas nestes corpos
sutis, precisando de um escoamento via corpo físico, é o momento de
apelar para a medicina tradicional, pois a debilidade orgânica, ao
chegar, subjuga as tentativas de melhora, desprovendo o organismo
das substâncias necessárias para um funcionamento saudável. O que
faz um indivíduo se fechar por completo em si próprio, tornando-se
anti-social, reflete em primeiro plano o fenômeno ou o mecanismo de
"introjetar" as experiências físicas, a convivência com outras
pessoas. É sua capacidade interna de avaliação do meio em que vive.
Se já passou por outras encarnações onde sofreu, foi enganado,
torturado, assassinado, tais experiências já foram gravadas em seu
interior espiritual, e com certeza será muito difícil confiar em
alguém, mesmo portando o "véu do esquecimento" das vidas
anteriores. E ainda, trará de maneira inconsciente o instinto de
comportamento defensivo, em situações onde se encontre com pessoas
de seu mais íntimo convívio, e comportamento ofensivo diante de
estranhos. As armas que utilizará para sua defesa são de
importância secundária, se olharmos para a gravidade de seu
conflito interno, que conforme dito anteriormente, está ligado ao
lado psíquico e ao lado espiritual. 69 - Se nossa linha de
compreensão tiver alcançado vossas explanações, significa que o
fator determinante de problemas, numa ordem geral, está no
mecanismo de "introjeção" do indivíduo. É correto? RAMATÍS -
Perfeito! Mas, aprofundando o assunto, deveríamos dizer que cada
qual tem uma tendência própria de introjeção. O que provoca esta
peculiaridade é justamente o acúmulo de experiências no decorrer do
ciclo evolutivo espiritual. Esse acúmulo moldará a personalidade
humana, que direciona suas percepções ao mais Ínfimo fragmento
vivido no cotidiano das encarnações. Muitas vezes formam-se feridas
diante de encarnações dolorosas ou que tenham o objetivo de ajustar
o espírito com suas realidades sublimes. Essas feridas, em sua
maioria, demoram milênios para cicatrizar. Podemos então imaginar:
qual postura adotaríamos diante de um possível toque em uma ferida
aberta? Com certeza seriam o comportamento defensivo ou ofensivo e
o "proteger" diante da possibilidade da dor! Tais feridas, através
da reencarnação, tornam-se como que "vidraças" das quais, de nosso
"camarote físico" vemos o mundo. São as lentes que poderão
adulterar a verdadeira imagem das coisas que se apresentam. São
situações normais, mas que ganham um superdimensionamento através
de nosso mecanismo de introjeção, que na maioria das vezes é
irreal. Seu reflexo, normal no mundo externo, se adultera quando o
interiorizamos através dessas "lentes", tornando-se a mais absoluta
realidade para nós, mesmo que passemos a adotar comportamentos
ridículos ou extremamente agressivos diante dos outros, e que para
nós serão normais. Estaremos nos defendendo de algo que julgamos
estar violentando nossa integridade físico-emocional. Poderíamos
dizer também que nestas situações formam-se os "enrijecimentos
musculares". 70- Se a psicanálise e suas "ramificações" crêem que
os psicoses não possuem cura, e que no máximo, com muito trabalho,
se pode estacioná-las, como afirmar que elas ganham nova esperança
diante do estudo aprofundado dos corpos sutis e da ficha
reencarnatória do indivíduo? RAMATÍS - Uma vez que a psicanálise
afirma que a estrutura psicótica é desprovida do Superego, não há
como recuperá-lo, pois ele simplesmente não existe! O único caminho
é reeducar a criatura para que seu Ego não a estimule a tomar
atitudes que tragam prejuízos a si próprio ou a outrem. Não é o
caso dos corpos sutis, que mesmo numa estrutura psicótica estarão
no máximo em extrema desarmonia, e todos sabemos que a desordem, a
raiva, a rebeldia são estados temporários no homem, e que mesmo uma
criatura má, com o passar do tempo, se tornará benévola. Imagine se
os corpos sutis estivessem realmente associados com o modelo
psíquico desenvolvido por Freud, e se o corpo Mental Abstrato ou
Concreto fossem o Superego, como faríamos para recuperá-los, sendo
parte da estrutura do perispírito? Seríamos espiritualmente
aleijados? Claro que não! Se encontramos esses corpos sutis na mais
profunda desarmonia, podemos então recuperá-los, mesmo que leve
algum tempo! Sabemos que esses corpos atuam diretamente na
consciência física, e, se devidamente orientados, é provável que
possam reverter qualquer condição psicológica, por mais
desanimadora que possa parecer! É apenas uma questão de os
reeducarmos para que eles atuem em prol do todo, uma vez que cada
corpo sutil faz parte do mesmo agregado espiritual, que forma por
sua vez o psiquismo de um indivíduo! 71- Até o presente momento nos
parece que enfocamos o lado teórico. Seria importante uma
explanação sobre o lado prático. Existem técnicas seguras para
identificar e solucionar essas desarmonias sediadas nos corpos
sutis? RAMATÍS - Uma técnica segura é justamente aquela à qual o
indivíduo se adapta melhor! Das técnicas meditativas onde o corpo
ganha certa importância, temos o Ioga, que em sua maioria trabalha
com o desenvolvimento corporal, buscando o equilíbrio corpo-mente,
através da observação dos sentimentos e pensamentos, e a
regularização da respiração, entre outras peculiaridades. No Ioga,
há uma rigorosa disciplina de atitudes e pensamentos, onde cada
gesto, cada impulso é educado de forma a proporcionar uma
estabilidade emocional no iogue. A conseqüência desta "educação" é
a normalização do fluxo energético que antes ficara reprimido,
gerando a "retenção emocional", mencionada anteriormente, que dá
início à saturação energética dos corpos sutis. Outras formas de
meditação também são úteis, uma vez que a essência da meditação é
tornar a mente mais límpida. Imaginemos a mente humana em estado de
conturbação emocional. Poderíamos compará-la a um lago que, após
uma tempestade, ficou com suas águas lamacentas, escurecidas,
enfim, sujas. A mente humana fica assim, turvada, quando
atravessamos situações de conflito emocional, onde encontramos
grande dificuldade para identificar ... o que há mais adiante,
vindo a insegurança, o medo, a incapacidade de tomarmos alguma
iniciativa. Com a meditação, podemos fazer com que este
"turvamento" desapareça, pois que quaisquer técnicas meditativas
proporcionam uma grande higiene mental. Se compararmos novamente ao
lago, poderíamos dizer que a turbidez de suas águas vai se
reduzindo à medida que o tempo vai estabilizando, tornando essas
águas cristalinas! Com isso, através da busca do auto controle
emocional, a "sujeira" de nosso "lago mental" se deposita no fundo,
bem próximo da consciência física, onde a higienização se torna
propícia, pela facilidade de acesso que teremos. No caso de
Técnicas Catárticas, sempre é recomendado que se faça em grupo, de
preferência com a presença de um instrutor, para que, no momento em
que algo inesperado aconteça, como uma crise emocional, que
desperte choro ou até um desespero mais intenso, a pessoa não fique
desamparada, assustada, e acabe com isso reprimindo algo que
emergiu e de que precisa ser despojado para seu próprio bem.
Existem outras formas terapêuticas que utilizam o estado de
alteração mental, onde o relaxamento profundo é o maior aliado,
fazendo com que o indivíduo lenha lembranças de outras existências
que lhe foram dolorosas (3). Estas formas também são viáveis, pois
acima de tudo proporcionam o autoconhecimento de maneira integral!
3 - Essa forma terapêutica é a da Terapia de Vida Passada. Vide a
propósito, entre outras, as obras "Viajantes" e "Tempo de Amar",
com relatos de TVP da Drª Maria Teodora Guimarães, Editora o
Conhecimento. Outra importante forma de se conseguir chegar ao
estado da estabilidade emocional com o escoamento destes "detritos
emocionais", é através da prática e desenvolvimento mediúnico, cuja
importância se mostrará no futuro, nas próximas encarnações, e que
deve ser melhor observado por todos nós neste momento tão crucial
que a humanidade passa, vivendo o mais profundo desespero por não
saber que rumo tornar. Não nos cabe a explanação profunda dessas
técnicas porque a essência deste trabalho é justamente a
compreensão do que acontece no âmago consciencial do ser.
Certamente esse tema merece melhor explanação, o que faremos no
futuro! 72 - Percebemos vossa preocupação de explanar estes
assuntos, que fazem referência aos distúrbios mentais e comporta
mentais do ser. Já em capítulo anterior, ao mencionar a promoção
pela qual o planeta passará, percebe-se a necessidade da
reencarnação em massa dos "direitistas do Cristo" conforme
afirmastes, sendo que muitos destes espíritos, por conta do
reajuste cármico, certamente portarão mazelas das mais diversas.
Perguntamos: Seriam estas explanações uma espécie de "chamamento" à
conscientização e ao preparo para tempos mais difíceis, onde
teremos de nos doar mais intensamente em função de nosso próximo?
RAMATÍS - É .certo que teremos mais adiante reencarnação em massa
de espíritos que hoje se encontram em estágios máximos de
degradação, mas que receberão a "nova oportunidade", permanecendo
neste planeta com o objetivo de retomar o caminho que há muito
abandonaram. (4) Se hoje ternos no planeta Terra distúrbios das
mais diversas ordens, haveremos de ter no futuro também maiores
condições de tratá-los, uma vez que, como afirmado anteriormente, a
medicina e as áreas da psique haverão dado grande passo. Também é
certo que teremos uma intensificação de problemas que hoje são
encarados com certa displicência, mas que refletem grandes desvios
espirituais, e cujos portadores, por comodismo, acabam por não
fazer a correção desses desvios. . 4 - São os espíritos que, embora
em estado de revolta e desequilíbrio nas regiões umbralinas, não se
acham "empedernidos", sendo mais vítimas de si mesmos, e geralmente
escravizados por gênios das sombras. Resgatados, neste momento da
transição planetária, ainda poderão optar pela transformação íntima
e permanecer na Terra. Vide a resposta à questão número 19 desta
obra. Se hoje o planeta é tornado por uma "epidemia" de violência,
amanhã, com a nova proposta evolutiva, certamente esta violência
cessará, restando então seus filhos: os desajustes fisiopsíquicos!
Devemos estar preocupados sim, pois muitos dos espíritos que
estarão reencarnando já foram no passado, mesmo que muito distante,
nossos entes queridos, mas que por apegos egoísticos ficaram presos
a seus objetivos mesquinhos enquanto nós, a caminhar
gradativamente, chegamos um pouco à frente deles, e hoje, por
certo, podemos servir de "enfermeiros e socorristas" já que também
desejamos melhorar as condições básicas do planeta. Hoje nos
espantamos com os psicóticos, esquizofrênicos, enfim com os
portadores das mais diversas neuroses e paranóias mentais, bem como
os portadores de mazelas físicas, mas amanhã, ficaremos
impressionados com as técnicas de tratamento para estes males que
poderão proporcionar mais paz e melhor condição de vida a esses
espíritos perturbados que sofrem na "carne" os desvarios de outras
existências. 73 - Em vossa opinião, em termos de estatística,
teremos mais distúrbios mentais ou problemas físicos quando então
estes espíritos passarem pelo processo de reencarnação em massa
RAMATÍS - Os problemas congênitos haverão de se tornar mais raros,
até que desapareçam. Mas não se pode descartar o aparecimento de
males "exóticos", desconhecidos da medicina, uma vez que tudo
dependerá da linha comportamental do indivíduo. Segundo as Altas
Entidades espirituais, a reencarnação compulsória será abolida das
leis que regem vosso orbe, e somente reencarnarão com problemas
congênitos aqueles espíritos que, por escolha própria julgarem
necessário o reajuste através deste método. Caso contrário, optarão
pela reencarnação em condições de normalidade, mas, por sua vez,
virão com grandes responsabilidades sociais. As incumbências que se
terão, mesmo possuindo um corpo físico perfeito, não os isentarão
de passarem por situações onde quaisquer doenças possam aparecer,
se por motivos egoísticos esses espíritos desviarem-se de sua rota;
esquecerem daquilo que trataram ao assinar a proposta encarnatória
no mundo dos espíritos. É lógico que, devido à existência do
livre-arbítrio, qualquer indivíduo pode no último momento desistir;
mas, se acaso tiver em sua bagagem espiritual dívidas cármicas as
quais não pode adiar, por certo a própria força cósmica atuará
provocando o ajuste, fazendo com que essas dívidas sejam "quitadas"
na forma de mazelas. Sabemos que não há mais tempo para adiar
nossas pendências, e para que possamos colocá-las em dia, o plano
espiritual assessora qualquer indivíduo que queira seriamente se
reajustar perante a contabilidade cósmica, mesmo que haja muito
sofrimento. Ainda assim, nunca estaremos sós! Mas, em respeito à
força de vontade e ao prazo que cada qual determina para cumprir
suas pendências, o mundo espiritual espera pacientemente, se
adaptando a quaisquer planejamentos. Pois a pressa é de quem está
reencarnado, onde o tempo passa muito rápido, e quanto antes uma
pendência cármica for saldada, mais tempo restará para a evolução
do espírito como um todo. Quanto à estatística, por certo teremos
mais problemas de ordem mental. Seus portadores trarão sentimentos
como remorso, medo de não conseguir superar obstáculos, raiva,
entre outros. Todos estes sentimentos, quando arraigados no âmago
consciencial, até que sejam identificados e removidos, trarão certa
"dor de cabeça" para a humanidade. Sabemos que uma mazela física
começa no mundo dos pensamentos, e, se não tomarmos as devidas
providências, deixando de lado os preconceitos ultrapassados e as
resistências ao aprimoramento espiritual e intelectual, em alguns
séculos poderemos estar novamente mergulhados em um caos
comportamental. É hora de nos libertarmos dos velhos costumes e
buscarmos coisas novas, que satisfaçam verdadeiramente nossos
anseios mais sublimes, ao invés de cultivarmos os vícios e os
comportamentos que nos aproximam do homem primitivo, pois condições
para fazermos esta faxina interna com certeza teremos, bastando
apenas a boa vontade! 74 - Quereis dizer que mesmo estando a
humanidade liberta dos mais variados males, ainda assim haveria a
possibilidade de estes males retornarem? RAMATÍS - Se olharmos para
o passado, quantas vezes a humanidade decaiu? Quantas vezes teve de
buscar seu equilíbrio? As possibilidades existem, uma vez que o ser
humano ainda é extremamente volúvel, e sempre atravessa altos e
baixos! Vede que desde que a humanidade povoa este planeta de uma
maneira relativamente consciente, dotada de certo grau intelectivo,
Deus manda seus missionários, que em sua maioria, sabedores da
intenção Maior, promovem a propagação dos mais variados
ensinamentos, que de uma maneira ou outra proporcionam crescimento
para aqueles que os adotam, passando a incorporá-los em seu
dia-a-dia. Infelizmente, com o passar do tempo, a própria
humanidade deixa de lado esses ensinamentos, passando a viver de
maneira displicente, e, mesmo sem maldade alguma, acaba deturpando
sua essência tornando a convivência social conturbada, truncada.
Temos grandes chances de perseverar, no momento em que adotarmos
uma vivência dentro dos parâmetros cristãos, procurando compreender
os ensinamentos daquele que passou pelo planeta há dois mil anos, e
que sem dúvida alguma, representa até os dias atuais, o último dos
iluminados, pela grandiosidade da mensagem que deixou, e que nos
dias de hoje ainda traz perplexidade ao mais erudito estudioso! Por
certo haverá outros, mas em outras épocas da humanidade! Por hora é
preciso assimilar seus ensinamentos, ainda tão mal interpretados, e
muito menos seguidos! Se for preciso que a humanidade retorne à
situação caótica em que atualmente se encontra, então retomará por
ordem cósmica, para que novos reajustes sejam feitos, mas é
importante enfatizar que já conquistou muito daquilo de que precisa
para tornar-se independente e livre dos estigmas gerados pela má
conduta, tão comum desde os mais remotos tempos. Basta que
demonstre sabedoria para se administrar conduzindo-se ao caminho de
sua redenção espiritua.
http://pt.scribd.com/doc/40518776/Ramatis-as-Flores-Do-Oriente