A nossa experiência no mundo depende fundamentalmente da nossa percepção. A percepção é um processo cognitivo, uma forma de conhecer o mundo. Embora todos os processos cognitivos estejam interconectados, a percepção é o ponto em que cognição e realidade encontram-se e, talvez, a atividade cognitiva mais básica da qual surgem todas as outras. Precisamos levar informações para a mente antes que possamos fazer alguma coisa com elas. A percepção é um processo complexo que depende tanto do meio ambiente como da pessoa que o percebe, e a essência desse processo é a experiência sensorial, a vivência da realidade por meio do Mundo dos Sentidos.
Quais são os nossos 12 sentidos?
Os Doze Sentidos e os sete processos vitais- Rudolf Steiner
Rudolf Steiner o fundador da Antroposofia deu as 1ªs conferências sobre os sentidos em 1909 em Berlim*, e pela primeira vez, e em oposição à habitual divisão dos sentidos em cinco, ele considera a existência de outros sentidos, no entanto só em 1916 define os doze sentidos, considerando o seu estudo a base da recém fundada Antroposofia (Antropos-Homem Sophia – sabedoria).
Vamos tentar resumir o tema que é extenso, rico e naturalmente necessita ser
vivenciado para ser melhor compreendido.
vivenciado para ser melhor compreendido.
Dito isto podemos dividir os doze sentidos em 3 ESTRATOS:
1- Um estrato inferior > Janelas para ter percepção do interior do corpo
O Sentido do Tato – o sentido do tato dá-nos a noção de nós próprios, contráriamente ao que possamos pensar o tato não nos informa sobre o mundo mas apenas sobre os nossos limites até onde sou EU. Segundo R.Steiner o sentido do TATO permite-nos a sensação da presença Divina.
O Sentido da Vida – dá-nos a sensação de estarmos no corpo, fazemos parte dele, recebemos informação sobre o estado do corpo – bem estar, mal estar através do sistema nervoso simpático e parassimpático recebemos a sensação do estado atual do nosso corpo.
Com o sentido do tato sentimos as fronteiras do nosso corpo físico, o sentido da vida informa-nos sobre o estado dos processos metabólicos que formam nosso corpo vivo, algo que está em constante vir a ser.
Com o sentido do tato sentimos as fronteiras do nosso corpo físico, o sentido da vida informa-nos sobre o estado dos processos metabólicos que formam nosso corpo vivo, algo que está em constante vir a ser.
No Sentido do Movimento – temos a sensação do nosso movimento, normalmente só temos “consciência” de um movimento após o termos efetuado, na verdade o movimento baseia-se no nosso músculo que necessita contrair certas zonas e descontrair outras para que o movimento nasça , é a noção do estado da nossa musculatura que nos é transmitido pelo sentido do movimento. Como imagem; a imagem da orquestra e do que se passa entre os vários naipes e o solista. * Para Rudolf Steiner o sentido do movimento transmite-nos a sensação de liberdade –o pássaro em nós.
O Sentido de Equilíbrio – é o sentido que tem um orgão especial que são os canais semicirculares no nosso ouvido interno , permite que ao movermo-nos de um lado para o outro não deixemos para trás o que vive no corpo. Quando me desloco carrego comigo o meu corpo – a sensação de paz interna é-me conferida pelo sentido de equilíbrio.
2- Os Sentidos Médios (exteriores) > Janelas para ter percepção da natureza
O Olfato – o cheiro é-nos veiculado pelo elemento ar, eu cheiro porque o ar carrega substâncias que atuam sobre o nariz, existem mais de 4000 odores. p.ex: O olfato transporta-nos para memórias de infância. O que nós pensamos o animal cheira. O cão diferencia o mundo à sua volta através do cheiro
O Gosto ou Paladar – o gosto revela-nos as características das substâncias na medida em que elas estão dissolvidas na água. Existem 4 tipos de sabores que no fundo encontramos em todas as substâncias vivas – o salgado, o amargo, o ácido e o doce, estes 4 sabores estão presentes no mundo vegetal e também no mundo dos orgãos; o amargo do fel, o doce do sangue, o ácido no estômago.
A Visão – trata-se de um sentido complexo, mas no fundo o que a visão nos permite é a percepção das cores, mas nos olhos acabamos encontrando elementos de todos os sentidos inferiores, o tato, a vida, o equilíbrio, o movimento. A visão eleva de certo modo os 4 sentidos inferiores e ao fazê-lo permite ao Eu entrar em contacto com a luz do mundo.
O Sentido Térmico – o calor é uma substância em si, através do calor mantemos em equilíbrio o nosso mundo interno e assim permitimos à nossa organização do Eu viver. O sentido calórico não nos diz nada sobre a temperatura exterior mas sim sobre o equilíbrio entre o calor interno e externo.
3- Os Sentidos Superiores >Janelas para ter percepções do outro ser humano
Nos Sentidos Superiores entramos numa área especificamente humana onde todos nós somos uma irmandade.
Como humano queremos salientar o estado evolutivo da humanidade que se destaca dos demais reinos da natureza, apesar de ser pertencente a todos eles, o mundo físico, o mundo vegetal e o mundo animal.
Como humano queremos salientar o estado evolutivo da humanidade que se destaca dos demais reinos da natureza, apesar de ser pertencente a todos eles, o mundo físico, o mundo vegetal e o mundo animal.
O sentido da Audição – pela audição percebemos que cada elemento da natureza possui o seu próprio Tom, revelando a sua íntima natureza. Um metal soa diferente de um pedaço de madeira, assim como a voz humana se diferencia do som emitido por um pássaro.
Entramos em contacto com a íntima essência de cada ser.
Entramos em contacto com a íntima essência de cada ser.
O sentido da palavra – pela Palavra percebemos a concreta essência conceitual do pensamento humano.
O sentido do pensar – pelo sentido do pensar percebemos o pensar do outro e o nosso próprio pensar, o que nos permite sentir o Homem como um ser dotado da qualidade de formar conceitos a respeito do que no exterior vive e vivenciar os conceitos da sua própria existência.
O sentido do Eu - o sentido do Eu, nos possibilita sentir-nos unos com outro ser, passando a senti-lo como a nós mesmos. A possibilidade de nos percebermos como seres Humanos, verdadeiros, reais e espirituais, capazes de criar e de co-criar sem perder o conceito de sermos criaturas.