Recentemente, em Outubro de 2015 em uma dinâmica de linguagens
holísticas 2, deixei recados entre os exercícios internos para abertura
de uma linguagem que está apontando com muita diferença ao interior humano. O momento da chamada ( Trans _ formação da Trans_missão comunicada, antes em Transdução e canalizando as propostas sobre a
especial holografia sobre o Alimento que nutre nossa mente, corpos sutis e o físico.
Agora em pesquisa uma especial Transferência de dados científicos
surgiu:
Transhumanismo:
a ficção científica na realidade
(parte 1)
Achou o título estranho? É porque não paramos para reparar, mas, por mais que ainda usemos o termo “ficção científica”, nós já vivemos dentro dela… Ou viveremos muito em breve. E não estamos falando aqui apenas de carros levitantes, mochilas a jato ou viagens no tempo, mas de mudanças na condição humana em si. Aqui entra o conceito de Melhoramento Humano, definido por Nick Bostrom, filósofo e neurocientista da Universidade de Oxford, como:
O uso da razão, através de tecnologias, para melhorar fundamentalmente a condição humana, aumentando a longevidade e aumentando as capacidades físicas, intelectuais e psicológicas, além da simples ‘cura’. (Bostrom, 2012)
De forma simples, seria o uso da tecnologia para dar aos humanos capacidades super-humanas. Consequentemente, o uso de ferramentas altamente tecnológicas não entraria no conceito. Da mesma forma, não entraria nisso o uso, por exemplo, depróteses para recuperação da memória em pacientes traumatizados (como citamos aqui em outro artigo). Apesar de isso envolver muita tecnologia, o aparelho não deixaria a pessoa com memória sobre-humana, apenas teria um efeito terapêutico.
Já o uso de drogas que melhoram a atenção (por pessoas saudáveis e que não necessitariam delas) já poderia ser considerado Melhoramento Humano. Parece familiar? É porque muitas pessoas já fazem isso com o metilfenidato (Ritalina®), medicação originalmente designada para o tratamento do TDAH.
O que é Transhumanismo?
Ao mesmo tempo incrível e assustador, o Transhumanismo é a vertente científica-filosófica que estuda o Melhoramento Humano e suas implicações éticas e morais. Ele também se aprofunda nas relações entre a humanidade e a tecnologia crescente que nos circunda, vislumbrando o que pode vir de bom e ruim no futuro.
De onde ele veio?
Ao contrário do que pensamos, esse tipo de pensamento não é algo que surgiu no século XXI. Na verdade, a vontade de ultrapassar os limites humanos está presente na humanidade há muito (e muito) tempo. Basta olhar para a História.
Na Antiguidade, um velho conto babilônico, o Épico de Gilgamesh, conta a história de um herói que viaja em busca de uma erva que, supostamente, garantiria a imortalidade a quem a ingerisse. Da mesma forma, alquimistas na Idade Média buscavam o Elixir da Vida e navegadores passavam anos tentando encontrar a famosa Fonte da Juventude, ambos com o mesmo poder de garantir uma longevidade eterna.
O Transhumanismo moderno tem raízes já no Renascimento, quando iniciou-se um profundo desejo de conhecimento e valorização do ser humano. Com a Revolução Industrial, o ser humano passou a modificar o meio e começaram a surgir as diversas tecnologias progenitoras das maquinarias e circuitarias modernas. Nesse momento, surge a pergunta “Se com as tecnologias podemos mudar o meio, podemos mudar também o ser humano?”.
E então, com os séculos XX e XXI, surgem as ficções científicas para dar forma a essas “fantasias”, que não demorariam tanto para começar a ser realidade. Em 2005, surgiu a primeiro grupo dedicado ao Transhumanismo e que deu forma ao conceito: o Instituto Futuro da Humanidade.
As organizações Transhumanistas
O Instituto Futuro da Humanidade foi fundado em 2005 na Universidade de Oxford por Nick Bostrom (o mesmo citado mais acima) e colegas. O instituto realiza pesquisas sobre o uso de tecnologias para melhora das capacidades humanas, bem como se dedica à reflexão dos riscos e benefícios envolvidos nelas e todas as suas implicações éticas. O instituto até mesmo emitiu, em 2009, a Declaração Transhumanista, que deixa claro os objetivos do Transhumanismo e as razões pelas quais ele é buscado e estudado.
E para quem acha que o Brasil fica para trás: o Instituto Ética, Racionalidade e Futuro da Humanidade (IERFH) seria a versão brasileira do Instituto Futuro da Humanidade. O IERFH é responsável pela divulgação do ideal, inclusive com jornadas científicas, projetos de valorização (como o “Direito Transhumanista”) e mesmo blogs para maior proximidade com o público.
E quais são os ideais?
São vários os campos de atuação do Transhumanismo. Em geral, ele atua sobre 3 princípios mais básicos: a Super-Inteligência, a Super-Longevidade e o Super-Bem-estar (não se restringindo a estes, apenas). O vídeo a seguir (acessado por este link), de uma empresa britânica responsável por esse tipo de desenvolvimento tecnológico no país (B.I.O.P.S.), explica de forma didática os conceitos.
Conforme você notou pelo vídeo, o Transhumanismo levanta questões que podem parecer ilógicas, mas que também têm uma base sólida.
A Super-Longevidade compara o envelhecimento a uma doença: ele mata milhares de pessoas anualmente. Então, por que não investir em tecnologias para combatê-lo e, quem sabe, eliminar a morte pela idade? O Super-Bem-estar visa eliminar por completo as doenças e talvez, mais além que isso, eliminar toda e qualquer forma de sofrimento para que tenhamos vidas plenas e felizes. E a Super-Inteligência, visa aperfeiçoar a capacidade cognitiva humana para que possamos avançar ainda mais no aprendizado e no desenvolvimento de tecnologias.
As reflexões
O objetivo deste artigo não é falar a favor ou contra o Transhumanismo. Na verdade, esse é um assunto muito polêmico, que encanta e assusta ao mesmo tempo quando o estudamos mais a fundo.
Sempre sobram várias perguntas. Até que ponto é possível interferir na condição humana por meio da tecnologia? Até que ponto devemos fazer isso? Valeria a pena? Quais seriam as consequências disso?
Poderíamos todos viver para sempre, mas isso não causaria uma crise populacional no mundo? Ou teríamos como contornar esse problema e a super-longevidade seria a solução para vários de nossos problemas?
É possível mesmo eliminar todo o sofrimento? A que custos isso seria feito? O sofrimento não é necessário ou útil de alguma forma? E, mesmo assim, não seria o super-bem-estar o caminho para sermos plenamente felizes?
E a super inteligência, valeria a pena? Ela poderia realmente melhorar muito nossas capacidade de trabalho e tornar exponencial o crescimento tecnológico e científico. Mas, é possível que todos tenham acesso a isso? E se nem todos tiverem acesso a essas tecnologias? Manteríamos a ética e a moral, ou estaríamos gerando desigualdades?
Esse é realmente um assunto muito delicado…
Agora, você deve estar pensando: “Qual é a relevância de pensar sobre isso? Isso é tudo coisa de ficção científica. Ainda vai demorar muito para chegarmos nesse ponto”. Se sim, prepare-se: a Parte 2 desse artigo vai te deixar de cabelo em pé. O limite entre ficção científica e realidade não é mais tão claro quanto se imagina.
Pode parecer coisa de ficção científica: pessoas com desenvolvimento de raciocínio fora do comum, ou capazes de levantar um carro com uma mão, ou com uma memória prodigiosa. Se sua definição do que é ser humano é purista, ou seja, sem intervenção de fontes externas, é bom abrir os olhos: quase ninguém mais é.– Marcelo Gleiser (via Folha de S. Paulo)