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26.5.11

*.* Chakras e Kundalini




 KUNDALINI E OS CHAKRAS
 
Kundalini, ou o "poder ígneo", é a grande força magnética, o princípio universal de vida que existe latente em toda matéria. Também chamada "fogo serpentino", é a vida que flui através dos centros vitais ou chacras.
Princípio ativo que tanto pode criar como destruir, seu despertar para uma atividade voluntária visa coordenar as diversas manifestações vitais num todo harmonioso. Ricardo Chioro
O que é a Kundalini? A palavra sânscrita tem sido traduzida de várias maneiras, em geral por aqueles que não têm uma concepção real, seja ela qual for, da função que é a sua marca. Supõe-se que a raiz da palavra seja o verbo kund, que significa "queimar". Este é o significado essencial, pois a kundalini é Fogo em seu sentido de abrasamento. Contudo, temos uma explicação adicional para a palavra no substantivo kunda, que significa orifício ou cavidade. Isso nos dá uma idéia do recipiente onde o Fogo arde. Mas há muito mais do que isso. Há também o substantivo kundala, que significa bobina espiral, anel. Temos aqui um noção do modo pelo qual o Fogo atua e se desenvolve. A palavra kundalini se originou de todos esses derivados, que atribuem uma feminilidade criativa ao Fogo, o Fogo Serpentino, como algumas vezes é chamado, o poder criativo feminino que está adormecido dentro de uma cavidade, dentro de um útero, despertando para o movimento rítmico da impetuosa subida e para a emissão de torrentes de Fogo. Ela é uma palavra que significa o aspecto feminino da força criativa da evolução, força esta que jaz adormecida, em sua potencialidade específica e muito particular, como que em posição fetal em um útero, na base da espinha dorsal humana.
O começo do despertar: Espera-se que o resultado seja um sutil despertar de uma consciência mais ampla, uma vaga sombra do espírito da consciência Cósmica. Desse modo, uma fragrância do que pode ser chamado de ozônio espiritual, se elevará no ar. Exultante, o discípulo estabelece contato do seu eu inferior com o seu Eu superior de maneira muito mais ampla do que já tenha feito antes dentro dos limites da sua atual encarnação. Ele alcança uma desobrigação, uma liberdade. Ele converte-se em um pássaro que finalmente começa a descobrir como usar as asas, batendo-as alvoroçadamente, embora ainda incapaz de levantar vôo. Neste afã de voar, ele começa a distinguir o real do irreal, o verdadeiro do falso, o útil do inútil, o belo do feio. Embora ele permaneça geralmente incapaz de fazer uso do discernimento assim despertado, ao menos conhece, experimenta e, mais cedo ou mais tarde, o conhecimento-experiência transforma-se numa atividade equilibrada. Quando isso começa a ocorrer, é chegada a hora de aparecerem os primeiros passos da kundalini, que finalmente, libertará para sempre no indivíduo o Fogo da vida e colocará sobre sua cabeça a Coroa de Flores do Reino eterno.
Os chacras servem de centros para a manifestação de várias emoções humanas, como o amor, o medo, a raiva e a alegria. Os chacras têm sido descritos como centros nervosos que governam os vários órgãos, ou como rodas giratórias, ou como vórtices que servem para ligar o corpo físico aos corpos etérico, astral, mental ou casual.
Os chacras também funcionam num contexto prático. Diz-se que o que experimentamos na vida depende, até certo ponto, do chacra com o qual estamos sintonizados, pois cada chacra é energizado por atributos emocionais, mentais, psíquicos e espirituais.
Os chacras podem ser encarados como centros de energia e, o que é muito mais, também podem representar acesso a outros mundos, a outras dimensões. O Tantrismo ( são nove chacras, sendo 2 não tão importantes ) descreve os chacras com flores de lótus e domínios habitados por Deuses e Deusas. Os quatro elementos – Terra, Água, Fogo e Ar – e os sons, os cheiros e as visões básicas estão associadas aos chacras, como os Cinco Sentidos.
Eis aqui, portanto, os chacras do modo como são descritos nos textos do Tantrismo.
1- O CHACRA MULADHARA: O mais baixo na hierarquia dos sete chacras maiores e dos dois menores, localiza-se na base da espinha, na região perineal. Nesse chacra a força da serpente, a Devi Kundalini, jaz adormecida. A Devi tem o brilho do raio e sua cauda esta enrolada três vezes e meio em torno de uma língua ( símbolo de Shiva ) de ouro derretido. O chacra Muladhara, com quatro pétalas de lótus, é presidido pela Devi Dakini, de quatro braços e olhos vermelhos brilhantes, " portadora da revelação da inteligência sempre pura, e pelo Deva Brahma, senhor do mundo físico. Esse chacra pode ser chamado de chacra da experiência física. Está associado à terra e ao sentido do olfato. OBS.: DEVI = Deusa / DEVA= Deus
2 – O CHACRA SVADHISTHANA: Possuindo seis pétalas rubras de lótus, localiza-se debaixo do umbigo e na área acima dos órgãos genitais. É presidido pela Devi Rakini azul, colorida de lótus e de aspecto furioso, que carrega armas no braços erguidos, e pelo luminoso Deva Vishunu azul, que também tem quatro braços e é a energia do universo vital que tudo impregna. Como o chacra Muladhara, este se acha intimamente aliado a terra. Associa-se à água e ao sentido do paladar.
3 – O CHACRA MANIPURA: Tem dez pétalas de lótus da cor das nuvens de chuva pesada e localiza-se no plexo solar. É presidido pela Devi Lakini, de três faces, quatro braços e portadora do fogo, e por seu consorte o Deva Rudra, de cor vermelha, que possui também quatro braços, carrega o fogo e representa o mundo da mente. Embora Lakini coma carne e tenha atributos mais densos que os de uma vegetariana, este chacra é menos orientado para a terra do que os chacras Muladhara e Svadhisthana, e pode ser considerado mais como centro emocional. O chacra Manipura associa-se com o fogo e com o sentido da visão.
4 – O CHACRA ANAHATA: Este chacra, com doze pétalas vermelhas de lótus, localiza-se na região do coração. É presidido pela Devi Dakini, que possui três olhos, é feliz e benfazeja a todo mundo. O presidente Deva Isha é também senhor dos três primeiros chacras; compassivo, representa a revelação dos mistérios do tempo e do espaço. O chacra Anahata pode ser considerado um centro de consciência, e que é aqui que se pode ouvir o som que vem sem o embate de duas coisas uma na outra.
A. O CHACRA ANANDA – KANDA: Um dos dois chakras menores. Pequeno, localiza-se logo abaixo do chacra do coração (Anahata) e, muitas vezes, nem é citado. Apesar disso, existe e tem oito pétalas de lótus rosa – carmesim. Diz-se que esse chacra concede, às vezes, a satisfação de desejos antes mesmo que os formule a mente.
5 – O CHACRA VISSUDHA: Com dezesseis pétalas roxas e enfumaçadas de lótus, localiza-se na região da garganta. É presidido pela Devi Shakini e pelo Deva Sada-Shiva, cada um dos quais possui cinco rostos, três olhos e múltiplos braços. Enquanto Shakini se mostra vestida de um branco brilhante, e tem a forma da própria luz, Sada-Shiva é um andrógino, de corpo metade branco, representando Shiva, e metade ouro, representando Skakti. O chacra Vissudha, está ligado à purificação da inteligência e associa-se ao éter e ao sentido da audição.
B. O CHACRA LALANA: Este é outro chacra menor. Tem doze pétalas vermelhas de lótus e localiza-se acima do chacra da garganta ( Vissudha ), na raiz do céu da boca. Associa-se à fé, ao contentamento, à sensação de erro, ao domínio de si próprio, à raiva, à afeição, à pureza, ao alheamento, à agitação e ao apetite.
6 – O CHACRA AJNA: Este chacra tem duas pétalas brancas de lótus e localiza-se entre as sobrancelhas. Trata-se de um chacra muito pequeno e suas duas pétalas mal preenchem o espaço entre as sobrancelhas. É às  vezes, encarado como o terceiro olho místico – o olho interior ou mental. O chacra Ajna é presidido pela Devi Hakini e seu consorte, o Deva Paramashiva, ambos os quais ingressaram num estado de alegria produzido por tragos de ambrosia. Essas divindades possuem seis rostos, três olhos, braços múltiplos e brilham como o relâmpago. O chacra Ajna associa-se à mente e às faculdades mentais.
7 – O CHACRA SAHASRARA: A este dá-se o nome de Lótus das mil pétalas; em suas pétalas, todas as cores se combinam, e ele abrange todos os sons. Localiza-se na coroa da cabeça. Poder-se-ia dizer que é presidido por Brahma, pois aqui se encontram a Kundalini – Shakti, de modo que ele volta a unir-se a Brahma. O brilho das mil pétalas do lótus é a expressão da iluminação. O chacra Sahasrara, portanto, sinônimo de samadhi, é onde ocorre a explosão na consciência cósmica.
Como já vimos, Kundalini ou o Fogo Serpentino é uma das forças emanantes do Sol, inteiramente independente e distinta de Fohat e de prâna, e que, no estado atual dos nossos conhecimentos, acreditamos incapaz de ser convertido em qualquer dessas duas energias.
Kundalini recebeu nomes diversos: o Fogo Serpentino, o Poder ígneo, a Mãe do Mundo.
Aparece ao clarividente, literalmente, como uma torrente de fogo líquido, percorrendo o corpo. Seu trajeto normal é uma espiral, semelhante às curvas de uma serpente; "Mãe do Mundo" é nome bastante apropriado, porque é por ela que podem ser vivificados nossos diversos veículos.
Pode-se ver um antigo símbolo da coluna vertebral e de Kundalini, no tirso, bastão com uma ponta cuniforme na extremidade. Na índia encontramos o mesmo símbolo: o bastão é aí substituído por um bambu, com sete nós, que naturalmente representam os sete chakras ou centros de força.
Em certos mistérios, em lugar do tirso se empregava um tubo de ferro que se supunha conter fogo.
A insígnia dos barbeiros, símbolo certamente muito antigo, com suas faixas em espiral e a protuberância terminal, tem a mesma significação, segundo dizem, pois o barbeiro moderno é o sucessor dos antigos cirurgiões, que praticavam também a alquimia, ciência ou trora mais espiritual do que material.
Kundalini existe em todos os planos que conhecemos e parece apresentar igualmente sete camadas ou graus de potência.
O corpo astral era, na origem, uma espécie de massa quase inerte, sem a mais vaga consciência, sem nenhuma capacidade definida de ação e sem conhecimento preciso do mundo ambiente. Sobreveio depois o despertar de Kundalini no plano astral, no chacra correspondente as da base da espinha dorsal. Esta força se encaminhou então para o segundo centro, o umbigo e o vitalizou, acordando, assim, no corpo astral, a faculdade de sentir, de ser impressionado por todas as espécies de influências, porém sem lhe dar ainda a compreensão precisa.
Kundalini passa daí ao terceiro centro (esplênico), ao quarto (cardíaco), ao quinto (garganta), ao sexto (entre os supercílios) e ao sétimo (no alto da cabeça), despertando em cada um as diferentes faculdades descritas nos capítulos precedentes.
O mecanismo que nos dá a consciência do que se passa no astral é interessante e merece ser bem compreendido pelos estudantes. No corpo físico, possuímos órgãos especiais, localizados, cada um, em região fixa e particular: órgãos da vista, do ouvido, etc. Mas no corpo astral reina uma disposição completamente diferente, pois não há necessidade de órgãos especializados para conseguir os resultados desejados.
A matéria do corpo astral está em constante movimento; as partículas deslizam e turbilhonam como as da água fervendo, e passam todas, sucessivamente, pelos centros de força. Por conseguinte, cada um! destes centros confere, às partículas do corpo astral, a faculdade de responder a determinada categoria .de vibrações, correspondentes ao que no mundo físico chamamos vibrações da luz, do som, do calor, etc.
Quando, pois, os centros astrais são vivificados e se põem a funcionar, conferem as diversas faculdades à matéria toda do corpo astral, de tal forma que este se torna capaz de exercer seus atributos em qualquer região. É por isto que o homem, aluando em seu corpo astral, pode ver tanto os objetos colocados à sua frente, como atrás, em cima e embaixo, sem precisar voltar a cabeça. Não se pode, pois, definir os chacras ou centros como órgãos sensórios, no -sentido vulgar do termo, embora proporcionem ao corpo astral faculdades sensoriais.
Entretanto, mesmo quando estes centros astrais estão plenamente despertos, não resulta, de maneira alguma, que o homem possa transmitir ao corpo físico a menor consciência da ação dos mesmos.
Na realidade, em sua consciência física ele pode muito bem ignorar por completo essa ação.
O único modo de transmitir ao cérebro físico a consciência das experiências astrais se dá pelo prévio despertar e ativamento dos centros etéricos correspondentes.
O método dê despertá-los é exatamente o mesmo adotado no corpo astral, isto é, pelo despertar de Kundalini, que dorme na matéria etérica, no chacra situado próximo da base da espinha dorsal.
O despertar de Kundalini resulta do ativamento do centro na base da espinha, mediante um esforço prolongado e persistente da vontade. Desperto Kundalini, sua força tremenda vivifica sucessivamente os demais centros.
O efeito produzido sobre estes centros é o de conferir à consciência física as faculdades despertas pelo desenvolvimento dos centros astrais correspondentes.
Mas, para obter estes resultados, é necessário que o fogo serpentino passe de chacra em chakra, em certa ordem e maneira variáveis segundo os tipos humanos.
Os ocultistas, que conhecem os fatos por experiência própria, são extremamente cuidadosos em não dar a indicação quanto à ordem em que o fogo serpentino deve passar através dos chakras.
A razão disto é que há muitos e sérios perigos, cuja gravidade não deve ser ocultada, para aqueles que despertam Kundalini, acidental ou prematuramente. Fazem-se as mais/solenes advertências a quem cogite em fazer qualquer tentativa deste gênero, antes do momento azado ou sem a direção de um Mestre ou um ocultista experimentado.
Antes do despertar de Kundalini, é absolutamente essencial que o homem tenha atingido certo grau de pureza moral e também sua vontade seja suficientemente forte para dominar esta força. Alguns dos perigos relacionados com o fogo serpentino são puramente físicos. Seu movimento descontrolado produz freqüentemente intensas dores físicas e pode até facilmente romper tecidos e destruir a vida física. Pode igualmente prejudicar os veículos superiores ao físico.
Um dos efeitos muito freqüentes de seu despertar prematuro, é dirigir-se ele para as regiões inferiores, em lugar de se elevar para as partes superiores do corpo; excita, desta forma, paixões menos desejáveis, estimula-as e intensifica-as a tal ponto que o homem não lhes pode resistir. Nas garras dessa força, ele é tão impotente, quanto o nadador nas mandíbulas de um tubarão.
Esses homens se tornam sátiros, monstros de depravação, porque estão a mercê de uma força de todo desproporcional à capacidade da resistência humana. É provável que alcancem certos poderes supranormais, mas estes só servirão para pô-los em contato com seres subumanos, com os quais não deve a humanidade manter intercâmbio. E para safar-se desta sujeição, poderá ser necessário mais de uma encarnação.
Há uma escola de magia negra que, com este propósito, se utiliza de Kundalini, porém os adeptos da Boa Lei, ou Magia Branca, jamais fazem uso dos centros de força inferiores empregados por esta escola.
Além disto, o desenvolvimento prematuro de Kundalini intensifica tudo na natureza humana e afeta mais prontamente as qualidades más do que as boas. No corpo mental, por exemplo, desperta facilmente a ambição e esta logo cresce excessivamente; e o grande aumento da inteligência é acompanhado de orgulho anormal e satânico.
Kundalini não é uma força comum, mas algo de irresistível. O ignorante que, por infelicidade, a despertar, deve imediatamente consultar uma pessoa competente. Segundo os dizeres do Hathayogapradipika, "Ela conduz os iogues à libertação e os tolos à escravidão".
Algumas vezes o fogo serpentino se desperta espontaneamente; sente-se então um calor morno, e em casos raros, pode começar a movimentar-se por si.
Neste último caso, apareceriam provavelmente dores intensas, pois os canais não estão preparados para a passagem do fogo serpentino, e este tem que abrir caminho queimando grande massa de detritos etéricos, processo este necessariamente doloroso.
Em tais casos, a força fluirá usualmente de baixo para cima, pelo interior da coluna vertebral, em lugar de seguir o curso em espiral, que o ocultista aprende a fazê-lo seguir. É preciso, se possível, deter, por um esforço de vontade, esta marcha ascendente; porém se não se conseguir isto, o que é provável, a corrente sairá sem dúvida pela cabeça e se perderá na atmosfera, sem qualquer outro dano senão um enfraquecimento. Talvez possa também causar perda momentânea da consciência. Entretanto, os perigos realmente graves provêm, não do fluxo ascendente, mas do descendente.
Como já expusemos brevemente, a principal função de Kundalini no desenvolvimento oculto é percorrer e vivificar os chakras etéricos, afim de comunicar à consciência física experiências astrais. Assim "A Voz do Silêncio" ensina que semelhante vitalização do centro colocado entre os supercílios permite ouvir a voz do Mestre, isto é, do EGO ou EU superior. A razão disto é que o corpo pituitário (ou hipófise), em plena atividade, constitui uma ligação perfeita entre as consciências astral e física.
Em cada encarnação é preciso renovar o domínio de Kundalini, pois em cada vida os veículos são novos, porém quem já o conseguiu -completamente uma vez, a repetição lhe será mais fácil.
A formação do elo entre a consciência física e a do EGO tem também suas correspondências nos níveis superiores. No EGO corresponde à sua ligação com a consciência da Mônada, e na Mônada, com a consciência do Logos.

A idade não parece afetar o desenvolvimento dos chacras por meio de Kundalini, mas a saúde é uma necessidade, pois só um corpo vigoroso pode suportar a tensão.

*.* Chakras - despertar


DESPERTAR DOS CHAKRAS -


 Ao contrário do que pode parecer ao observador apressado, no estudo dos chakrasapresentam-se também opiniões divergentes. Isto é um fato que não pode ser esquecido a fim de evitar as "pregações" sobre chakras, quando são repetidos os ensinamentos deste ou daquele autor, como se se tratasse da palavra única e definitiva. As referências que faremos a seguir buscam destacar um pouco mais estas divergências.

Rajneesh sustenta que Kundalini não é a energia da vida, mas um dos caminhos que podem ser tomados por esta força; por isto é possível despertar a iluminação através de outros caminhos, emboraKundalini seja o mais curto. Neste caso, o Brahma-randhara (o ponto central do Sahashara), será o maior terminal (se for outro o caminho ele não será o término). Kundalini é para ele, pois, uma passagem relacionada com os chakras. Os chakras estariam no corpo etérico, de modo estático, "mortos" até que a energia penetrasse neles através da passagemda Kundalini. Essa força estaria localizada no muladhara, a que Rajneesh denomina o centro do sexo (naturalmente, como no sistema tântrico, ele une o básico ao genital). Outros caminhos seriam utilizados pelos diversos métodos do yoga, zen, budistas, taoístas e cristãos. Seriam utilizadas outras passagens que não pertencem ao duplo etérico: as do corpo astral, do corpo mental, etc. Apesar disto, mesmo nestes métodos, pode ocorrer o surgimento de Kundalini, porque os corpos estão interligados entre si e com os sete chakras. Qualquer dos métodos pode levar a energia da vida a atingir o sahashara (vide Meditação - A Arte do Êxtase, Cultrix/Pensamento, p. 67/86).

A utilização dos chakras dar-se-ia no momento em que a passagem de Kundalinié bloqueada, porque o trabalho deles só é necessário para romper bloqueios. Se não existissem obstáculos não se perceberia, segundo Rajneesh, os chakras,porque estes existem para ajudar a ascensão da energia através de Kundalini. Assim, se ocorre um bloqueio, a Kundalini retrai-se; para evitar que ela desça, ochakra começa a trabalhar, tornando mais viva a energia, de modo a facilitar o rompimento do bloqueio.

Ao que parece, Rajneesh chama de Kundalini o Brahma nádi, localizado no interior do Sushumna, pois é exatamente por ele que a energia vital se eleva em busca dos centros superiores.

Posição distante é a de Anagarika Govinda. Afirma este Lama que não é possível concentrar-se sobre os centros mais altos sem ter adquirido o controle sobre os centros mais baixos, "como acreditam ingenuamente alguns "místicos modernos" (op. cit., p. 181). No entanto, ao explicar o sistema de Yoga budista, em que aKundalini não é mencionada, cita ele o Yoga das Seis Doutrinas de Náropa, em que o discípulo é aconselhado a meditar nos quatro chakras superiores, formados como um guarda-sol ou rodas de uma carruagem (coronário, laríngeo, cardíaco e umbilical). No sistema do budismo tântrico, ao invés de Kundalini, o princípio que ocupa o centro de meditação é o Dákini: a Khadoma Dorje Naljorma (rdorje rna-hbyor-ma; Sânsc.: Vajra-Yogiuí).

"As Khadomas, semelhantes a todas as personalizações femininas da vidyá ou do conhecimento, têm a propriedade de intensificar, concentrar ou integrar as forças das quais elas fazem uso, até serem focalizadas num ponto incandescente, e significam a chama sagrada da inspiração que leva à iluminação. As Khadomas, que surgem como visões ou como imagens interiores produzidas conscientemente no decorrer da meditação, são, por isso, representadas como uma aura de chamas e evocadas com a sílaba-semente HÚM, o símbolo mântrico da integração. Elas são a personificação do "fogo interior" que na bibliografia de Milarepa foi chamado "sopro acalentador das Khadomas" que rodeia e protege o santo, semelhante a um "manto puro e suave". (op. cit., p. 208).

O Swami Satyananda Saraswati, no entanto, é de opinião distinta. Sustenta ele que o praticante deve primeiro procurar ativar o ckakra frontal antes de qualquer outro, porque, segundo ele, este chakra tem o poder de dissolver o Karma, auxiliando a diminuir qualquer perigo que possa surgir quando é ativado o karmade chakras inferiores.

Aurobindo, em Bases of Yoga (trad. bras. Consciência que Vê, vol. I), ao referir-se ao método do Yoga Integral, ensina: "Não há método neste Yoga a não ser concentrar-se, de preferência, no coração, e chamar a presença e o poder da Mãe para assumir o ser e, pelas operações de sua força, transformar a consciência: você pode se concentrar também na cabeça ou entre as sobrancelhas, mas para muitos isto é uma abertura difícil demais." (P. 32).

Considerando que ninguém é tão forte para superar, por suas aspirações e vontade isoladas, os impulsos das forças da natureza mais baixa, conseguindo no máximo um domínio incompleto, recomenda Aurobindo que o indivíduo utilize aspiração e vontade para trazer para baixo a força divina, e, como isto não pode ser feito só pelo pensamento, é necessário concentrar esta aspiração no coração (vide p. 32; vide também Consciência que Vê II, p. 146). Pode também utilizar-se da aspiração, chamamento ou oração, para trazer a força divina, ou concentrar-se sobre o coração (na cabeça ou acima dela), meditando sobre a Mãe, chamando-a para dentro. Isto não quer dizer que a Kundalini não desperte; ela se ergue para encontrar a Consciência e a Força Divinas acima do indivíduo (p. 85). Adverte emLights on Yoga (Consciência que Vê, II) que há necessidade de orientação para que as forças da natureza mais baixas não se misturem com a Força Divina que desce ou para evitar que poderes não divinos se apresentem como a Mãe divina (p. 1470). Só há segurança com o centro do coração completamente aberto e o domínio do psíquico, mas isto não é difícil. Ondas inferiores podem emergir e perturbar o trabalho (p. 1480).

No Cristianismo, o caminho da oração é exaltado na obra de Teresa de Ávila e de Juan de La Cruz. Teresa de Ávila descreve a subida através das sete moradas até atingir o castelo interior, enquanto Juan de La Cruz descreve os seis patamares. No Espiritismo, o caminho da oração e da caridade é o recomendável. É necessário, no entanto, não esquecer que as lições dos mentores espirituais se concentram sempre na necessidade de um despojamento do espírito.

A obra de Emmanuel pode ser seguida como um roteiro para o caminho espiritual, se o espírita realmente procurar executá-la ao lado da recomendação dos espíritos a Kardec sobre a auto-análise (Conhece-te a ti mesmo)diária, examinando constantemente o móvel de cada uma das ações ou inações. Se o mundo moderno não oferece as mesmas possibilidades de outrora, é possível no entanto tomá-lo e aceitá-lo como um desafio à nossa capacidade de entrega ao Senhor Jesus. O mundo tem armadilhas redobradas que estimulam as forças mais baixas de nossa natureza, em face do karma negativo que carregamos. No entanto, se centrarmos a mente e todo o nosso ser no Divino, não faltará, a nosso favor, o Auxílio Espiritual a sustentar-nos na porfia. Uma confiança e uma entrega totais ao poder de Deus e o trabalho da oração e da caridade desinteressada, são condições para o desenvolvimento espiritual. Os centros superiores irão desabrochando, porque mantemos neles todo nosso trabalho. Mas é preciso cuidar bem, porque até no último centímetro da estrada pode haver a queda.

Dizia Teresa que só na 6ª e 7ª moradas, "ligadas entre si", reina apenas o sobrenatural; nas demais, até mesmo na 5ª, era possível a contaminação com forças satânicas e instintivas. Mas, mesmo na 7ª morada, potências, sentidos e paixões não estão sempre em paz; apesar das guerras, dos trabalhos, e fadigas a alma, no entanto, está em paz (Moradas VIII, cap. II, nº 13). E como ela advertia que não se devia crer que visões, êxtases, espírito de profecia, etc., fossem sinais de perfeição, é importante recordar com os amigos espirituais que os fatos da mediunidade, por mais espetaculares que sejam, não induzem a considerar o médium um santo. Como dizia Teresa: "A santidade, bem o sei, não consiste nestes favores." (Fundaciones, IV, 8).

Quanto à caridade, uma frase de Teresa relembrará os ensinamentos espirituais que temos recebidos: "Enfim, irmãs minhas, aquilo com que quero concluir é que não façamos torres sem fundamentos, porque o Senhor não olha tanto a grandeza das obras, como o amor com que se fazem." (Moradas VII, cap. IV, nº 18).

Não podemos deixar aqui de recordar as palavras do Senhor Jesus: "Procurai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça e o resto vos será acrescentado". O problema é de orientação de nossa conduta como um todo.

Alguns, com evidente engano, situam o "resto" como sendo bens materiais a serem incorporados ao patrimônio do aspirante. É certo, porém, que a assertativa tinha em vista as riquezas espirituais de que é acumulado aquele que persevera "até o fim" no caminho. O espírita deve, pois, afastar-se do caminho abissal de buscar adquirir poderes, seja qual for o método. O desenvolvimento da mediunidade não deve ser fruto de nenhum açodamento. Antes, o espírita deve dedicar-se ao auto-aperfeiçoamento. Os dons mediúnicos, quando existentes, devem ser recebidos como acréscimo de misericórdia e aumento de responsabilidade, devendo ser empregados com a única finalidade de servir.

Antes de qualquer desenvolvimento mediúnico é indispensável o treinamento moral, sem o quê a prática medúnica só resultaria em perigo e fonte de graves perturbações mentais. As práticas moralizadoras não são um fim em si mesmo. O objetivo é sempre o Reino, a união com Cristo. Sem elas, no entanto, nenhum caminho pode ser adentrado. Antes de fixar-se, mesmo intelectualmente, na questão do desenvolvimento dos chakras, o espírita deve redobrar os esforços no treinamento moral, que não deve ser confundido com as atitudes farisaicas de uma "falsa moral" ou de uma "moral da época". Deve concentrar-se ele no exame da motivação de seus atos para escoimá-los dos fundamentos do egoísmo. Isto é indispensável para o contato com seu verdadeiro guia espiritual que deverá instruí-lo na senda a percorrer.

OS PODERES PSÍQUICOS DOS CHAKRAS (Michel Coquet) - O desenvolvimento e a atividade dos centros psíquicos são responsáveis pela aquisição dos poderes de mesma natureza. Algumas palavras tornam-se, pois, necessárias em razão dos perigos que tais poderes podem criar.

Os poderes ocultos têm sido uma das grandes motivações que têm levado mais de um aspirante ao ascetismo e às práticas ocultas. O poder foi e permanece ainda um importante tema de preocupação, e não basta repetir que ele não é um fim em si mesmo ou que sua obtenção não prova, de nenhum modo, um avanço espiritual; o fato permanece atual e hoje, como outrora, numerosos aspirantes nessa senda têm sido profundamente perturbados pelos fenômenos auditivos ou visuais resultantes da prática mística.

É preciso, entretanto, reconhecer que a atração pelos poderes é uma coisa natural, não somente pelo fato de que eles são uma conseqüência da evolução, mas ainda porque eles são (ou supõe-se serem), o símbolo de uma superioridade, à qual todos nós aspiramos. Por outro lado, os poderes psíquicos e espirituais têm fortemente chocado o espírito daqueles que, ignorantes da natureza das leis colocadas em ação, os consideram conto verdadeiros milagres, o que certamente eles não são.

Todos os grandes seres do passado têm sabido utilizar e manifestar estas possibilidades psíquicas e espirituais. É necessário reconhecer, entretanto, que o fim não era o de exibir sua ciência, mas o de aplicar as leis universais do cosmo, e os poderes que eles possuíam não eram, eu o repito, mais do que a conseqüência de sua evolução espiritual e não eram utilizados mais do que como simples, porém maravilhosos instrumentos a serviço de sua missão sobre a Terra. Zoroastro, Orfreu, Gautama Buddha ou seres como Apolônio de Tiana, o mestre Phillipe de Lyon, Cagliostro, ou simplesmente os misteriosos Rosa-Cruzes, todos, sem exceção, foram detentores de uma grande sabedoria, mas igualmente de grandes poderes, demonstrando, desta maneira, que eles tinham transcendido uma parte importante de sua natureza humana. Nos casos citados acima, trata-se de poderes espirituais como expressão direta da alma, poderes que continuam a ser prerrogativa dos seres elevados. É unicamente a estes poderes que se referia o Cristo quando prometeu a seus discípulos, admirados dos milagres por ele executados, que um dia eles os fariam ainda bem maiores.

Os poderes psíquicos inferiores ou superiores constituem, segundo a opinião esclarecida dos mestres da sabedoria, obstáculos ao estado espiritual mais elevado e o simples fato de interessar-se por eles indicaria, no estudante, uma falta evidente de progresso, porque os poderes não podem ser utilizados sem perigo, senão depois ao abandono total de todo o desejo e paixão terrenos. Sendo assim, no momento em que o discípulo é capaz de pensar em termos de consciência de grupo e de viver profundamente de maneira fraterna e quase inteiramente despolarizado de si mesmo, tendo como desígnio imediato o serviço desinteressado, nesse caso unicamente, os poderes tornam-se instrumentos dóceis e úteis ao serviço projetado.

Os perigos da aquisição de poderes a serviço de seus próprios interesses tem sido claramente demonstrado por intermédio do grande yogue Milarepa que havia utilizado (alegoricamente) duas formas de poder. Pimeiramente aqueles de natureza inferior, na primeira parte de sua vida, e aqueles de natureza superior na segunda parte. Explicamos a diferença: os poderes inferiores são resultantes unicamente das forças e energias (animamundi) de todas as formas, nos três mundos e em todos os corpos, nos quatro reinos da natureza. Estes poderes são a expressão dos centros psíquicos localizados sobre o diafragma.

Os poderes superiores resultam da consciência não mais individual, mas coletiva; eles englobam os poderes interiores e colocam cada vez mais o homem em comunhão com as formas de vida que se encontram nos planos superiores da consciência (o reino dos céus). Os efeitos destes poderes superiores são chamados de diversos modos, mas exprimem, de modo justo, sua natureza, como por exemplo: percepção intuitiva, compreensão espiritual, conhecimento direto.

As tradições orientais têm arrolado, com extrema precisão, os diferentes poderes. A lista dos poderes de natureza inferior seria muito longa, por isso consignaremos somente os oito poderes de natureza superior. Aquele que dominou, de modo integral, os oito poderes superiores recebe o titulo de Siddha, mas convém ser muito prudente e circunspecto no que concerne aos adeptos cuja a vida é aquela dos Siddhas. Poucos dentre eles (sobretudo entre aqueles conhecidos na Europa) têm sabido associar um desenvolvimento espiritual paralelo.

Descrevemos agora estes oito poderes:

1) ANIMA (exigüidade). Esta é a faculdade que possui o iniciado de fazer-se tão pequeno quanto um átomo, ou, melhor dizendo, identificar-se com a essência da menor parte do universo de que é ele mesmo constituído. Segundo Leadbeater, este órgão de visão é formado de um pequeno tubo flexível de matéria etérica terminado por uma intumescência em forma de olho, e é este olho que, dilatando-se ou contraindo-se, permite ver o infinitamente grande (Mahima) ou, ao contrário, o infinitamente pequeno (Anima).

2) MAHIMA (magnitude). Este é o poder de aumentar de volume, quer dizer, de alargar o círculo de sua consciência e de alcançar a plenitude do conhecimento do infinitamente grande.

3) GARIMA (gravitação). Isto é relativo ao peso e à massa, e se aplica à lei de gravitação que é um dos aspectos da lei de atração. Um mestre japonês de artes marciais conhece bem esta técnica ao ponto de que ele pode tornar-se tão pesado que um agressor muitas vezes superior em peso e em força não poderá movê-lo nem um milímetro. Este fenômeno tem igualmente sido observado nos yogues em estado de Samadhi.

4) LAGHIMA (levitação). Esta é a possibilidade que tem o adepto de tornar-se mais leve que o ar, afastando a força de atração da Terra, e de desligar-se dele. O exemplo mais belo que foi manifestado aos homens é aquele do mestre Jesus Cristo andando sobre as águas.

5) PRAPTI (realizar o objetivo). Aquele que possui este poder tem a capacidade de atingir seus fins projetando sua consciência em todos os lugares que ele julga necessários, quer estejam sobre o plano físico ou sobre o plano cósmico. Este poder foi sempre muito utilizado pelos místicos do mundo inteiro. Este é o poder que utilizou Jesus para ensinar seus discípulos depois da crucificação: "À tarde deste mesmo dia, o primeiro da semana, estando todas as portas fechadas por temor dos judeus, no lugar onde se encontravam os discípulos, Jesus vem e coloca-se no meio deles. Ele lhe diz: "Paz seja convosco." (Evangelho de São João 20:19). Prapti desenvolve também a clarividência, clariaudiência e telepatia. Ele permite compreender a linguagem da natureza e possuir o dom das línguas, como o receberam os apóstolos de Jesus Cristo.

6) PRAKAMYA (a vontade irresistível). Este poder confere ao adepto a possibilidade de ver realizarem-se todos os seus desejos pela força da vontade divina, quando esta vontade substitui, em parte, a vontade pessoal e seus desejos estão em perfeita harmonia com o plano divino. A perfeição deste poder tem sido atingida pelo mestre Jesus, quando, no momento de beber a taça amarga, exclamou para o Pai: "Que a Tua vontade seja feita, e não a minha". Segundo Sivananda, o yogue provido deste poder é capaz de permanecer sob a água durante o tempo que ele deseje. É também este poder que permite ao yogue penetrar no corpo de um outro homem e deste modo animá-lo. É isto que fez, se bem que em um grau altamente superior, o Cristo, quando animou o seu discípulo Jesus.

7) VASITVA (o poder de comandar). É o poder de tornar-se mestre das forças elementares da natureza, utilizando o poder do som criador ou mantra. Pela palavra sagrada, as vibrações são produzidas no éter e as diversas formas podem ser produzidas. A gente se recordará da transformação da água em vinho pelo mestre Jesus, do mesmo modo que da multiplicação dos pães. Segundo os yogues, este poder permite igualmente tornar dóceis os animais selvagens, bem como exercer um ascendente sobre o espírito dos seres e das coisas.

8) ISATVA (o poder criador). Isatva se refere ao poder que tem o adepto de dispor dos elementos em suas cinco formas e de ressuscitar a vida no plano físico, como fez Jesus Cristo com Lázaro. Muitos outros mestres têm conseguido este grande poder espiritual, tais como, TomoGershè Rimpoché, Babaji, para não citar outros.

Como vamos agora constatar, cada centro desenvolve certos poderes particulares. Isto é o resultado de exercícios místicos tais como o TRATAKA, isto, é a fixação do olhar sobre um objeto. Entretanto, os poderes resultam, sobretudo, de um triângulo constituído da concentração (DHARANA), da meditação (DHYANA), e do êxtase contemplativo (SAMADHI), estado resultante da subida de Kundalini. Estes três estados são chamados de SAMYAMA. Existem, bem entendido, vias mais específicas que insistem no desenvolvimento dos centros psíquicos como o LAYA YOGA ou KUNDALINI YOGA; ambas incluídas, por outro lado, na prática das técnicas tântricas. Eis aqui, resumidamente, a qualidade dos poderes inerentes a cada centro psíquico:

1) O CHAKRA COCCÍGEO (básico) confere, segundo sua própria natureza, poderes excepcionais sobre a energia da matéria e, sobretudo, sobre seu aspecto negativo. Ele é, pois, muito perigoso para aqueles que não alcançaram uma pureza moral absoluta, pureza moral que de resto é a essência mesma de todos os ramos do Yoga. O poder de levitação, o controle mental e o do sopro, o conhecimento do passado e do futuro, o domínio do líquido seminal, tudo isso resulta da atividade normal do centro coccígeo.

2) O CHAKRA SAGRADO (genésico) - A ciência oriental explica que dois nádisligam diretamente o centro sagrado a um outro centro secundário, o BODHAKA, localizado na abóbada palatina (céu da boca), e toda ação realizada sobre ele influencia automaticamente o outro. O centro sagrado confere o poder de controlar a energia sutil da água e de dominar os desejos do corpo. Para alcançar isto é necessário que o estudante aprenda a combater fortemente a ilusão, a aversão, a luxúria, a suspeita e a indiferença (com compaixão).

3) O CHAKRA SOLAR (umbilical ou gástrico) confere o poder de controlar toda a vida vegetativa e de colocar à vontade o corpo físico em profunda letargia. Pela atividade do centro solar, a saúde se desenvolve e se mantém. Tendo o iniciado conseguido o controle deste centro, presume-se que não mais tema o fogo. É de resto este centro que permite aos Yamabushis, ascetas japoneses, marcharem de pés descalços sobre as brasas ardentes sem sofrer qualquer dor ou queimadura. Obtém-se o domínio do centro solar pela purificação das imperfeições, como o apego, o orgulho, o ciúme, a cólera, a indolência e o medo.

4) O CHAKRA CARDÍACO dá o poder de ler o coração aberto no espírito dos outros e de conhecer todos os pensamentos. Ele confere a possibilidade de ver seus desejos e rogativas realizados. Ele permite ouvir o som sagrado no interior do coração. O fato de poder controlar o elemento ar significa que o adepto pode projetar sua consciência na direção de todas as partes do mundo, para um lugar onde uma pessoa se encontra, e operar, à distância, sem ter de deslocar seu corpo físico.

Purificando-se do egoísmo, da vaidade, da cupidez, da indecisão, desenvolvendo depois o sentido fraternal, a caridade, o amor e o discernimento, obter-se-á, sem dúvida, alguma uma atividade normal do centro cardíaco.

5) O CHAKRA LARÍNGEO confere um grande poder sobre a energia vital do espaço e sobre o controle da transição. Permite, além disso, o desenvolvimento da clariaudiência e do conhecimento do passado, do presente e do futuro. Desenvolve a memória psíquica e dá a faculdade da profecia.

6) O CHAKRA FRONTAL, confere um poder espiritual imenso: o de ser um membro da fraternidade dos homens e mulheres tornados "perfeitos". Ele destrói todo elemento de natureza kármica (negativa) e atribui ao yogue a totalidade dos oito poderes maiores e os 32 menores. É por intermédio dele que serão percebidos a "luz na cabeça", assim como o "OM" sagrado em sua mais esplêndida realidade.

7) O CHAKRA CORONÁRIO dá ao adepto a totalidade de todos os poderes, assim como o de não mais ter necessidade de operar no triplo mundo inferior dos homens. O centro coronário normalmente ativo permite ao iniciado deixar em plena consciência o invólucro físico. Além disso, este centro é frontispício da completa liberação, da aquisição de um poder divino de natureza intraduzível e inexprimível.

Convém, depois deste breve resumo, não cometer o erro de crer que só um centro permite alcançar as faculdades enumeradas, quando os poderes não funcionam senão por intermédio de muitos centros simultaneamente. Por outra parte, os efeitos engendrados no mundo fenomenal não oferecem mais que um valor relativo e limitado se se acredita nas afirmações dos maiores mestres, cujo único fim era a reintegração final no seio da divindade. Assim, por conseguinte, antes de prestar atenção excessiva sobre a obtenção dos poderes psíquicos, não esqueçamos as sábias palavras do Senhor Cristo: "Buscai antes o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será dado de acréscimo". (Les Çakras: L'anotomic occulte de 1'homme de M. Coquet. Paris, Dervy-livres, 1982).

(In Spiritual Unfoldment I do espírito White Eagle pela médium Grace Cooke, iss, Inglaterra), The White Eagle Publishing Trust, 1972).