26.5.11

*.* Chakras - despertar


DESPERTAR DOS CHAKRAS -


 Ao contrário do que pode parecer ao observador apressado, no estudo dos chakrasapresentam-se também opiniões divergentes. Isto é um fato que não pode ser esquecido a fim de evitar as "pregações" sobre chakras, quando são repetidos os ensinamentos deste ou daquele autor, como se se tratasse da palavra única e definitiva. As referências que faremos a seguir buscam destacar um pouco mais estas divergências.

Rajneesh sustenta que Kundalini não é a energia da vida, mas um dos caminhos que podem ser tomados por esta força; por isto é possível despertar a iluminação através de outros caminhos, emboraKundalini seja o mais curto. Neste caso, o Brahma-randhara (o ponto central do Sahashara), será o maior terminal (se for outro o caminho ele não será o término). Kundalini é para ele, pois, uma passagem relacionada com os chakras. Os chakras estariam no corpo etérico, de modo estático, "mortos" até que a energia penetrasse neles através da passagemda Kundalini. Essa força estaria localizada no muladhara, a que Rajneesh denomina o centro do sexo (naturalmente, como no sistema tântrico, ele une o básico ao genital). Outros caminhos seriam utilizados pelos diversos métodos do yoga, zen, budistas, taoístas e cristãos. Seriam utilizadas outras passagens que não pertencem ao duplo etérico: as do corpo astral, do corpo mental, etc. Apesar disto, mesmo nestes métodos, pode ocorrer o surgimento de Kundalini, porque os corpos estão interligados entre si e com os sete chakras. Qualquer dos métodos pode levar a energia da vida a atingir o sahashara (vide Meditação - A Arte do Êxtase, Cultrix/Pensamento, p. 67/86).

A utilização dos chakras dar-se-ia no momento em que a passagem de Kundalinié bloqueada, porque o trabalho deles só é necessário para romper bloqueios. Se não existissem obstáculos não se perceberia, segundo Rajneesh, os chakras,porque estes existem para ajudar a ascensão da energia através de Kundalini. Assim, se ocorre um bloqueio, a Kundalini retrai-se; para evitar que ela desça, ochakra começa a trabalhar, tornando mais viva a energia, de modo a facilitar o rompimento do bloqueio.

Ao que parece, Rajneesh chama de Kundalini o Brahma nádi, localizado no interior do Sushumna, pois é exatamente por ele que a energia vital se eleva em busca dos centros superiores.

Posição distante é a de Anagarika Govinda. Afirma este Lama que não é possível concentrar-se sobre os centros mais altos sem ter adquirido o controle sobre os centros mais baixos, "como acreditam ingenuamente alguns "místicos modernos" (op. cit., p. 181). No entanto, ao explicar o sistema de Yoga budista, em que aKundalini não é mencionada, cita ele o Yoga das Seis Doutrinas de Náropa, em que o discípulo é aconselhado a meditar nos quatro chakras superiores, formados como um guarda-sol ou rodas de uma carruagem (coronário, laríngeo, cardíaco e umbilical). No sistema do budismo tântrico, ao invés de Kundalini, o princípio que ocupa o centro de meditação é o Dákini: a Khadoma Dorje Naljorma (rdorje rna-hbyor-ma; Sânsc.: Vajra-Yogiuí).

"As Khadomas, semelhantes a todas as personalizações femininas da vidyá ou do conhecimento, têm a propriedade de intensificar, concentrar ou integrar as forças das quais elas fazem uso, até serem focalizadas num ponto incandescente, e significam a chama sagrada da inspiração que leva à iluminação. As Khadomas, que surgem como visões ou como imagens interiores produzidas conscientemente no decorrer da meditação, são, por isso, representadas como uma aura de chamas e evocadas com a sílaba-semente HÚM, o símbolo mântrico da integração. Elas são a personificação do "fogo interior" que na bibliografia de Milarepa foi chamado "sopro acalentador das Khadomas" que rodeia e protege o santo, semelhante a um "manto puro e suave". (op. cit., p. 208).

O Swami Satyananda Saraswati, no entanto, é de opinião distinta. Sustenta ele que o praticante deve primeiro procurar ativar o ckakra frontal antes de qualquer outro, porque, segundo ele, este chakra tem o poder de dissolver o Karma, auxiliando a diminuir qualquer perigo que possa surgir quando é ativado o karmade chakras inferiores.

Aurobindo, em Bases of Yoga (trad. bras. Consciência que Vê, vol. I), ao referir-se ao método do Yoga Integral, ensina: "Não há método neste Yoga a não ser concentrar-se, de preferência, no coração, e chamar a presença e o poder da Mãe para assumir o ser e, pelas operações de sua força, transformar a consciência: você pode se concentrar também na cabeça ou entre as sobrancelhas, mas para muitos isto é uma abertura difícil demais." (P. 32).

Considerando que ninguém é tão forte para superar, por suas aspirações e vontade isoladas, os impulsos das forças da natureza mais baixa, conseguindo no máximo um domínio incompleto, recomenda Aurobindo que o indivíduo utilize aspiração e vontade para trazer para baixo a força divina, e, como isto não pode ser feito só pelo pensamento, é necessário concentrar esta aspiração no coração (vide p. 32; vide também Consciência que Vê II, p. 146). Pode também utilizar-se da aspiração, chamamento ou oração, para trazer a força divina, ou concentrar-se sobre o coração (na cabeça ou acima dela), meditando sobre a Mãe, chamando-a para dentro. Isto não quer dizer que a Kundalini não desperte; ela se ergue para encontrar a Consciência e a Força Divinas acima do indivíduo (p. 85). Adverte emLights on Yoga (Consciência que Vê, II) que há necessidade de orientação para que as forças da natureza mais baixas não se misturem com a Força Divina que desce ou para evitar que poderes não divinos se apresentem como a Mãe divina (p. 1470). Só há segurança com o centro do coração completamente aberto e o domínio do psíquico, mas isto não é difícil. Ondas inferiores podem emergir e perturbar o trabalho (p. 1480).

No Cristianismo, o caminho da oração é exaltado na obra de Teresa de Ávila e de Juan de La Cruz. Teresa de Ávila descreve a subida através das sete moradas até atingir o castelo interior, enquanto Juan de La Cruz descreve os seis patamares. No Espiritismo, o caminho da oração e da caridade é o recomendável. É necessário, no entanto, não esquecer que as lições dos mentores espirituais se concentram sempre na necessidade de um despojamento do espírito.

A obra de Emmanuel pode ser seguida como um roteiro para o caminho espiritual, se o espírita realmente procurar executá-la ao lado da recomendação dos espíritos a Kardec sobre a auto-análise (Conhece-te a ti mesmo)diária, examinando constantemente o móvel de cada uma das ações ou inações. Se o mundo moderno não oferece as mesmas possibilidades de outrora, é possível no entanto tomá-lo e aceitá-lo como um desafio à nossa capacidade de entrega ao Senhor Jesus. O mundo tem armadilhas redobradas que estimulam as forças mais baixas de nossa natureza, em face do karma negativo que carregamos. No entanto, se centrarmos a mente e todo o nosso ser no Divino, não faltará, a nosso favor, o Auxílio Espiritual a sustentar-nos na porfia. Uma confiança e uma entrega totais ao poder de Deus e o trabalho da oração e da caridade desinteressada, são condições para o desenvolvimento espiritual. Os centros superiores irão desabrochando, porque mantemos neles todo nosso trabalho. Mas é preciso cuidar bem, porque até no último centímetro da estrada pode haver a queda.

Dizia Teresa que só na 6ª e 7ª moradas, "ligadas entre si", reina apenas o sobrenatural; nas demais, até mesmo na 5ª, era possível a contaminação com forças satânicas e instintivas. Mas, mesmo na 7ª morada, potências, sentidos e paixões não estão sempre em paz; apesar das guerras, dos trabalhos, e fadigas a alma, no entanto, está em paz (Moradas VIII, cap. II, nº 13). E como ela advertia que não se devia crer que visões, êxtases, espírito de profecia, etc., fossem sinais de perfeição, é importante recordar com os amigos espirituais que os fatos da mediunidade, por mais espetaculares que sejam, não induzem a considerar o médium um santo. Como dizia Teresa: "A santidade, bem o sei, não consiste nestes favores." (Fundaciones, IV, 8).

Quanto à caridade, uma frase de Teresa relembrará os ensinamentos espirituais que temos recebidos: "Enfim, irmãs minhas, aquilo com que quero concluir é que não façamos torres sem fundamentos, porque o Senhor não olha tanto a grandeza das obras, como o amor com que se fazem." (Moradas VII, cap. IV, nº 18).

Não podemos deixar aqui de recordar as palavras do Senhor Jesus: "Procurai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça e o resto vos será acrescentado". O problema é de orientação de nossa conduta como um todo.

Alguns, com evidente engano, situam o "resto" como sendo bens materiais a serem incorporados ao patrimônio do aspirante. É certo, porém, que a assertativa tinha em vista as riquezas espirituais de que é acumulado aquele que persevera "até o fim" no caminho. O espírita deve, pois, afastar-se do caminho abissal de buscar adquirir poderes, seja qual for o método. O desenvolvimento da mediunidade não deve ser fruto de nenhum açodamento. Antes, o espírita deve dedicar-se ao auto-aperfeiçoamento. Os dons mediúnicos, quando existentes, devem ser recebidos como acréscimo de misericórdia e aumento de responsabilidade, devendo ser empregados com a única finalidade de servir.

Antes de qualquer desenvolvimento mediúnico é indispensável o treinamento moral, sem o quê a prática medúnica só resultaria em perigo e fonte de graves perturbações mentais. As práticas moralizadoras não são um fim em si mesmo. O objetivo é sempre o Reino, a união com Cristo. Sem elas, no entanto, nenhum caminho pode ser adentrado. Antes de fixar-se, mesmo intelectualmente, na questão do desenvolvimento dos chakras, o espírita deve redobrar os esforços no treinamento moral, que não deve ser confundido com as atitudes farisaicas de uma "falsa moral" ou de uma "moral da época". Deve concentrar-se ele no exame da motivação de seus atos para escoimá-los dos fundamentos do egoísmo. Isto é indispensável para o contato com seu verdadeiro guia espiritual que deverá instruí-lo na senda a percorrer.

OS PODERES PSÍQUICOS DOS CHAKRAS (Michel Coquet) - O desenvolvimento e a atividade dos centros psíquicos são responsáveis pela aquisição dos poderes de mesma natureza. Algumas palavras tornam-se, pois, necessárias em razão dos perigos que tais poderes podem criar.

Os poderes ocultos têm sido uma das grandes motivações que têm levado mais de um aspirante ao ascetismo e às práticas ocultas. O poder foi e permanece ainda um importante tema de preocupação, e não basta repetir que ele não é um fim em si mesmo ou que sua obtenção não prova, de nenhum modo, um avanço espiritual; o fato permanece atual e hoje, como outrora, numerosos aspirantes nessa senda têm sido profundamente perturbados pelos fenômenos auditivos ou visuais resultantes da prática mística.

É preciso, entretanto, reconhecer que a atração pelos poderes é uma coisa natural, não somente pelo fato de que eles são uma conseqüência da evolução, mas ainda porque eles são (ou supõe-se serem), o símbolo de uma superioridade, à qual todos nós aspiramos. Por outro lado, os poderes psíquicos e espirituais têm fortemente chocado o espírito daqueles que, ignorantes da natureza das leis colocadas em ação, os consideram conto verdadeiros milagres, o que certamente eles não são.

Todos os grandes seres do passado têm sabido utilizar e manifestar estas possibilidades psíquicas e espirituais. É necessário reconhecer, entretanto, que o fim não era o de exibir sua ciência, mas o de aplicar as leis universais do cosmo, e os poderes que eles possuíam não eram, eu o repito, mais do que a conseqüência de sua evolução espiritual e não eram utilizados mais do que como simples, porém maravilhosos instrumentos a serviço de sua missão sobre a Terra. Zoroastro, Orfreu, Gautama Buddha ou seres como Apolônio de Tiana, o mestre Phillipe de Lyon, Cagliostro, ou simplesmente os misteriosos Rosa-Cruzes, todos, sem exceção, foram detentores de uma grande sabedoria, mas igualmente de grandes poderes, demonstrando, desta maneira, que eles tinham transcendido uma parte importante de sua natureza humana. Nos casos citados acima, trata-se de poderes espirituais como expressão direta da alma, poderes que continuam a ser prerrogativa dos seres elevados. É unicamente a estes poderes que se referia o Cristo quando prometeu a seus discípulos, admirados dos milagres por ele executados, que um dia eles os fariam ainda bem maiores.

Os poderes psíquicos inferiores ou superiores constituem, segundo a opinião esclarecida dos mestres da sabedoria, obstáculos ao estado espiritual mais elevado e o simples fato de interessar-se por eles indicaria, no estudante, uma falta evidente de progresso, porque os poderes não podem ser utilizados sem perigo, senão depois ao abandono total de todo o desejo e paixão terrenos. Sendo assim, no momento em que o discípulo é capaz de pensar em termos de consciência de grupo e de viver profundamente de maneira fraterna e quase inteiramente despolarizado de si mesmo, tendo como desígnio imediato o serviço desinteressado, nesse caso unicamente, os poderes tornam-se instrumentos dóceis e úteis ao serviço projetado.

Os perigos da aquisição de poderes a serviço de seus próprios interesses tem sido claramente demonstrado por intermédio do grande yogue Milarepa que havia utilizado (alegoricamente) duas formas de poder. Pimeiramente aqueles de natureza inferior, na primeira parte de sua vida, e aqueles de natureza superior na segunda parte. Explicamos a diferença: os poderes inferiores são resultantes unicamente das forças e energias (animamundi) de todas as formas, nos três mundos e em todos os corpos, nos quatro reinos da natureza. Estes poderes são a expressão dos centros psíquicos localizados sobre o diafragma.

Os poderes superiores resultam da consciência não mais individual, mas coletiva; eles englobam os poderes interiores e colocam cada vez mais o homem em comunhão com as formas de vida que se encontram nos planos superiores da consciência (o reino dos céus). Os efeitos destes poderes superiores são chamados de diversos modos, mas exprimem, de modo justo, sua natureza, como por exemplo: percepção intuitiva, compreensão espiritual, conhecimento direto.

As tradições orientais têm arrolado, com extrema precisão, os diferentes poderes. A lista dos poderes de natureza inferior seria muito longa, por isso consignaremos somente os oito poderes de natureza superior. Aquele que dominou, de modo integral, os oito poderes superiores recebe o titulo de Siddha, mas convém ser muito prudente e circunspecto no que concerne aos adeptos cuja a vida é aquela dos Siddhas. Poucos dentre eles (sobretudo entre aqueles conhecidos na Europa) têm sabido associar um desenvolvimento espiritual paralelo.

Descrevemos agora estes oito poderes:

1) ANIMA (exigüidade). Esta é a faculdade que possui o iniciado de fazer-se tão pequeno quanto um átomo, ou, melhor dizendo, identificar-se com a essência da menor parte do universo de que é ele mesmo constituído. Segundo Leadbeater, este órgão de visão é formado de um pequeno tubo flexível de matéria etérica terminado por uma intumescência em forma de olho, e é este olho que, dilatando-se ou contraindo-se, permite ver o infinitamente grande (Mahima) ou, ao contrário, o infinitamente pequeno (Anima).

2) MAHIMA (magnitude). Este é o poder de aumentar de volume, quer dizer, de alargar o círculo de sua consciência e de alcançar a plenitude do conhecimento do infinitamente grande.

3) GARIMA (gravitação). Isto é relativo ao peso e à massa, e se aplica à lei de gravitação que é um dos aspectos da lei de atração. Um mestre japonês de artes marciais conhece bem esta técnica ao ponto de que ele pode tornar-se tão pesado que um agressor muitas vezes superior em peso e em força não poderá movê-lo nem um milímetro. Este fenômeno tem igualmente sido observado nos yogues em estado de Samadhi.

4) LAGHIMA (levitação). Esta é a possibilidade que tem o adepto de tornar-se mais leve que o ar, afastando a força de atração da Terra, e de desligar-se dele. O exemplo mais belo que foi manifestado aos homens é aquele do mestre Jesus Cristo andando sobre as águas.

5) PRAPTI (realizar o objetivo). Aquele que possui este poder tem a capacidade de atingir seus fins projetando sua consciência em todos os lugares que ele julga necessários, quer estejam sobre o plano físico ou sobre o plano cósmico. Este poder foi sempre muito utilizado pelos místicos do mundo inteiro. Este é o poder que utilizou Jesus para ensinar seus discípulos depois da crucificação: "À tarde deste mesmo dia, o primeiro da semana, estando todas as portas fechadas por temor dos judeus, no lugar onde se encontravam os discípulos, Jesus vem e coloca-se no meio deles. Ele lhe diz: "Paz seja convosco." (Evangelho de São João 20:19). Prapti desenvolve também a clarividência, clariaudiência e telepatia. Ele permite compreender a linguagem da natureza e possuir o dom das línguas, como o receberam os apóstolos de Jesus Cristo.

6) PRAKAMYA (a vontade irresistível). Este poder confere ao adepto a possibilidade de ver realizarem-se todos os seus desejos pela força da vontade divina, quando esta vontade substitui, em parte, a vontade pessoal e seus desejos estão em perfeita harmonia com o plano divino. A perfeição deste poder tem sido atingida pelo mestre Jesus, quando, no momento de beber a taça amarga, exclamou para o Pai: "Que a Tua vontade seja feita, e não a minha". Segundo Sivananda, o yogue provido deste poder é capaz de permanecer sob a água durante o tempo que ele deseje. É também este poder que permite ao yogue penetrar no corpo de um outro homem e deste modo animá-lo. É isto que fez, se bem que em um grau altamente superior, o Cristo, quando animou o seu discípulo Jesus.

7) VASITVA (o poder de comandar). É o poder de tornar-se mestre das forças elementares da natureza, utilizando o poder do som criador ou mantra. Pela palavra sagrada, as vibrações são produzidas no éter e as diversas formas podem ser produzidas. A gente se recordará da transformação da água em vinho pelo mestre Jesus, do mesmo modo que da multiplicação dos pães. Segundo os yogues, este poder permite igualmente tornar dóceis os animais selvagens, bem como exercer um ascendente sobre o espírito dos seres e das coisas.

8) ISATVA (o poder criador). Isatva se refere ao poder que tem o adepto de dispor dos elementos em suas cinco formas e de ressuscitar a vida no plano físico, como fez Jesus Cristo com Lázaro. Muitos outros mestres têm conseguido este grande poder espiritual, tais como, TomoGershè Rimpoché, Babaji, para não citar outros.

Como vamos agora constatar, cada centro desenvolve certos poderes particulares. Isto é o resultado de exercícios místicos tais como o TRATAKA, isto, é a fixação do olhar sobre um objeto. Entretanto, os poderes resultam, sobretudo, de um triângulo constituído da concentração (DHARANA), da meditação (DHYANA), e do êxtase contemplativo (SAMADHI), estado resultante da subida de Kundalini. Estes três estados são chamados de SAMYAMA. Existem, bem entendido, vias mais específicas que insistem no desenvolvimento dos centros psíquicos como o LAYA YOGA ou KUNDALINI YOGA; ambas incluídas, por outro lado, na prática das técnicas tântricas. Eis aqui, resumidamente, a qualidade dos poderes inerentes a cada centro psíquico:

1) O CHAKRA COCCÍGEO (básico) confere, segundo sua própria natureza, poderes excepcionais sobre a energia da matéria e, sobretudo, sobre seu aspecto negativo. Ele é, pois, muito perigoso para aqueles que não alcançaram uma pureza moral absoluta, pureza moral que de resto é a essência mesma de todos os ramos do Yoga. O poder de levitação, o controle mental e o do sopro, o conhecimento do passado e do futuro, o domínio do líquido seminal, tudo isso resulta da atividade normal do centro coccígeo.

2) O CHAKRA SAGRADO (genésico) - A ciência oriental explica que dois nádisligam diretamente o centro sagrado a um outro centro secundário, o BODHAKA, localizado na abóbada palatina (céu da boca), e toda ação realizada sobre ele influencia automaticamente o outro. O centro sagrado confere o poder de controlar a energia sutil da água e de dominar os desejos do corpo. Para alcançar isto é necessário que o estudante aprenda a combater fortemente a ilusão, a aversão, a luxúria, a suspeita e a indiferença (com compaixão).

3) O CHAKRA SOLAR (umbilical ou gástrico) confere o poder de controlar toda a vida vegetativa e de colocar à vontade o corpo físico em profunda letargia. Pela atividade do centro solar, a saúde se desenvolve e se mantém. Tendo o iniciado conseguido o controle deste centro, presume-se que não mais tema o fogo. É de resto este centro que permite aos Yamabushis, ascetas japoneses, marcharem de pés descalços sobre as brasas ardentes sem sofrer qualquer dor ou queimadura. Obtém-se o domínio do centro solar pela purificação das imperfeições, como o apego, o orgulho, o ciúme, a cólera, a indolência e o medo.

4) O CHAKRA CARDÍACO dá o poder de ler o coração aberto no espírito dos outros e de conhecer todos os pensamentos. Ele confere a possibilidade de ver seus desejos e rogativas realizados. Ele permite ouvir o som sagrado no interior do coração. O fato de poder controlar o elemento ar significa que o adepto pode projetar sua consciência na direção de todas as partes do mundo, para um lugar onde uma pessoa se encontra, e operar, à distância, sem ter de deslocar seu corpo físico.

Purificando-se do egoísmo, da vaidade, da cupidez, da indecisão, desenvolvendo depois o sentido fraternal, a caridade, o amor e o discernimento, obter-se-á, sem dúvida, alguma uma atividade normal do centro cardíaco.

5) O CHAKRA LARÍNGEO confere um grande poder sobre a energia vital do espaço e sobre o controle da transição. Permite, além disso, o desenvolvimento da clariaudiência e do conhecimento do passado, do presente e do futuro. Desenvolve a memória psíquica e dá a faculdade da profecia.

6) O CHAKRA FRONTAL, confere um poder espiritual imenso: o de ser um membro da fraternidade dos homens e mulheres tornados "perfeitos". Ele destrói todo elemento de natureza kármica (negativa) e atribui ao yogue a totalidade dos oito poderes maiores e os 32 menores. É por intermédio dele que serão percebidos a "luz na cabeça", assim como o "OM" sagrado em sua mais esplêndida realidade.

7) O CHAKRA CORONÁRIO dá ao adepto a totalidade de todos os poderes, assim como o de não mais ter necessidade de operar no triplo mundo inferior dos homens. O centro coronário normalmente ativo permite ao iniciado deixar em plena consciência o invólucro físico. Além disso, este centro é frontispício da completa liberação, da aquisição de um poder divino de natureza intraduzível e inexprimível.

Convém, depois deste breve resumo, não cometer o erro de crer que só um centro permite alcançar as faculdades enumeradas, quando os poderes não funcionam senão por intermédio de muitos centros simultaneamente. Por outra parte, os efeitos engendrados no mundo fenomenal não oferecem mais que um valor relativo e limitado se se acredita nas afirmações dos maiores mestres, cujo único fim era a reintegração final no seio da divindade. Assim, por conseguinte, antes de prestar atenção excessiva sobre a obtenção dos poderes psíquicos, não esqueçamos as sábias palavras do Senhor Cristo: "Buscai antes o reino de Deus e a sua justiça e tudo o mais vos será dado de acréscimo". (Les Çakras: L'anotomic occulte de 1'homme de M. Coquet. Paris, Dervy-livres, 1982).

(In Spiritual Unfoldment I do espírito White Eagle pela médium Grace Cooke, iss, Inglaterra), The White Eagle Publishing Trust, 1972).

EP # Chakras menores e maiores


OS CHAKRAS MENORES (Michel Coquet)- 

Os chakras menores são algumas vezes mencionados nos textos sagrados dos hindus. Contudo, eles oferecem muito pouco interesse, salvo aqueles que estão em estreita relação com o cérebro e aos quais fazem algumas vezes alusão certos autores: "O Lalanâ chakra, em frente da úvula, com doze pétalas (ou lobos), região que se supõe associada à produção dos sentimentos e das afeições ego-altruístas, como o amor próprio, o orgulho, a afeição, a cólera, o pesar, a veneração, o contentamento, etc.".

O iniciado se concentra sobre este centro no momento em que visualiza seu instrutor para solicitar-lhe conhecimentos diversos. O centro Lalanâ é responsável pelos doze pares de nervos cranianos que partem do cérebro para terminar nos diferentes órgãos dos sentidos.

"O Mana chakra, o sensório, com seis lobos (cinco sensórios especiais para as sensações de origem periférica, e um sensório comum para as sensações de origem central, como nos sonhos e nas alucinações".

Considera-se geralmente que o Mana chakra é fisicamente exteriorizado pelo cerebelo. É também a partir destas pétalas que nascem as sensações dos cinco sentidos.

"O Soma chakra, gânglio com dezesseis lobos, compreendendo os centros do cérebro, acima do sensório; sede dos sentimentos altruístas e do controle da vontade, da compaixão, da bondade, da paciência, da renúncia, da determinação, da magnanimidade, etc."

Dizem os yogues que é neste centro que pode ser contemplada a bem-aventurança do glorioso Ishvara (Ishvara corresponde ao segundo aspecto da trindade cristã, isto é, ao Filho, ao Cristo manifestado; Ishvara é também Aum, a palavra sagrada; é "o Cristo em nós, a esperança e a glória"). (Arthur Avalon, La puissance du serpent, Dervy-Livre).


CHAKRAS MENORES (Mircea Eliade) - "Existem, além disso, outros chakras, menos importantes. Assim, entre o muladhara e o swadhisthana, encontra-se o Yonisthana: lugar de reunião de Shiva e Shakti, lugar de beatitude também chamado (como o muladhara) Kamarupa. É a fonte do desejo e, no nível carnal, uma antecipação da união Shiva-Shakti que finaliza no Sahasrara. Muito perto do Ajna chakra encontra-se o Mana chakra e o Soma chakra, relacionados com as funções intelectivas e certas experiências yogues. Perto do Ajna chakra encontra-se igualmente o Karana-rupa, assento das "sete formas causais", das quais se diz que produzem e constituem o corpo "sutil" e o corpo "físico". Finalmente, outros textos se referem a certo número de Adhara (= suporte, receptáculo), situados entre os chakras ou identificados com eles.


CHAKRAS MENORES (A. A. Bailey - La Guérison Esotérique) - Segundo Alice A. Bailey, os centros menores, em que os nádis se cruzam 14 vezes, são em número de 21, assim dispostos:


dois em frente às orelhas, próximo da articulação do maxilar;

dois justamente acima dos peitos (nos mamilos);

um na junção das clavículas, próximo da glândula tireóide. Com os dois centros dos peitos, eles formam um triângulo de força;

dois, um em cada palma da mão;

dois, um em cada planta do pé;

dois, bem atrás dos olhos;

dois em ligação com as gônadas;

um próximo ao fígado;

um em conexão com o estômago; está, pois, ligado ao plexo solar,
mas sem lhe ser identificado;

dois em conexão com o baço, os quais não formam, em realidade, mais que um
centro, composto, porém, de dois centros superpostos;

dois, um na cavidade de cada joelho;

um centro extremamente poderoso em conexão estreita com o nervo vago.
Certas escolas esotéricas o consideram como um centro maior. Ele não está na espinha dorsal, mas não está muito distante do timo;

um centro próximo do plexo solar. Ele liga este último ao centro
básico e forma, assim, um triângulo.



O CHAKRA ALTA-MAIOR - "O centro cefálico alta-maior é exteriorizado ficom à medula alongada, achando-se no bulbo raquidiano, colocado mais exatamente no cume da medula oblongada.

"Poucas coisas podem ser ditas sobre este centro que não está ativo, salvo nos altos iniciados e adeptos da sabedoria. Nos seres avançados, o cérebro tornou-se um transmissor ou um receptor perfeito da energia da vida. Para este efeito, o cérebro utiliza a glândula carótida governada pelo centro psíquico alta-maior, estabelecendo, assim, uma relação muito estreita com o coração e o centro coronário. As glândulas carótida, pituitária e pineal condicionam tudo, particularmente a substância cervical. Este triângulo está inteiramente unido no adepto. Pelo contrário, a glândula tireóide substitui a carótida no discípulo, o que afeta, sobretudo, o desenvolvimento do intelecto e, pois, da matéria mental. Entretanto, quando o cérebro é utilizado como um transmissor de energia da vida, é a glândula carótida governada por alta-maior, à qual diz respeito, e quando ele torna-se um receptor de energia mental é o centro Ajna que se torna o agente.

"A tradição oriental indica que quando um homem tornou-se um adepto, tendo unificado sua personalidade e a alma, somente neste momento lhe é possível agir sobre a energia para despertar o fogo kundalini que dorme nas profundezas das vértebras sagradas. Deste modo, a energia projetada para baixo deve passar por alta-maior, descer ao longo da medula espinhal e unir-se às duas correntes em expectação. A reelevação unificada destas três forças determinará, então, a abertura e atividade de todos os centros, deste modo: o canal central unido ao centro coronário e os dois outros canais unidos, um ao Ajna, o outro ao alta-maior".(Michel Coquet, Les Çakras - L'anatomic occulte de l'home, Dervy-Livres, pp. 117/118.)


BINDU VISARGHA (= queda da gota)- O bindu, (gota ou ponto), é um centro menor localizado na parte superior do cérebro, na direção da parte posterior da cabeça. Ali se encontra uma leve depressão ou fossa, dentro da qual existe uma pequena elevação, local exato do bindu, na estrutura fisiológica.

Tanto o bindu, quanto o lalanâ, estão conectados com o centro laríngeo. Os chakras menores, em geral, ao contrário dos sete maiores, não são chamados de "chakras de despertamento", mas, encontrando-se ligados a esses, seu despertar dá-se conjuntamente.

O funcionamento harmonioso desses três chakras proporciona ao indivíduo a capacidade de subsistir longo tempo sem água, alimento ou ar. O bindu reduz, inclusive, o metabolismo do corpo, fato comprovado pela falta de crescimento de cabelo nos yogues em estado de hibernação voluntária. O dr. Motoyama comprovou experimentalmente que, quando o centro laríngeo está desperto e em conexão com o bindu e o lalanâ, é possível o controle consciente do metabolismo da respiração, da ingestão de alimentos, da digestão, etc.

O bindu, segundo Satyananda, controlaria a percepção visual, de modo que uma anormalidade no bindu conduziria a uma doença ótica.

O bindu não é idêntico aos chakras. Seu símbolo é a lua cheia ou a luz crescente (resumo das lições de Satyananda In Theories of the Chakras: bridge to Higher Consciousnes de Hiroshi Motoyama, Wheaton (EUA), The Theosophical Publishing House, 1981).

FACULDADES ESPIRITUAIS (pelo espírito White Eagle) - No começo da criação você permanecia no coração do Logos. Toda a verdade jaz nesse pensamento simples e fundamental. Quando você respirou como encarnado, quando você partiu do coração de Deus e achou que possuía o livre arbítrio, você o usou como uma criança desobediente. Como resultado, você caiu na lama do sofrimento. Ali, na verdade, você sofreu e ainda está sofrendo. Contudo, você nunca se desfez completamente de seu contato com o coração de Deus.

Se você quer progredir em direção ao coração dos mistérios do Cosmos, seu caminho consiste na meditação e na realização do silêncio, da pequena voz, do Deus interior, porque todos os mistérios da eternidade jazem dentro de seu coração. Nenhum livro pode ensinar-lhe, embora em livros possa ser encontrado estímulo mental. A sabedoria chega através do coração. Por conseguinte, "Esteja em silêncio e conheça que eu sou Deus".

Assim, para conhecer Deus, você deve aprender a viver mais abundantemente, você deve saber saborear a vida na sua plenitude, porque quem pode aprender mais de Deus que aquele que permanece isolado de sua espécie?

Necessita-se de um Deus para conhecer um Deus e o homem que pode testemunhar as condições humanas sórdidas e mesmo terríveis, que pode sentir com aqueles que suportam tais condições e penetrar em seu sofrimento, o homem que vê nas pessoas mais depravadas alguma coisa de louvável e humano, que pode ver Deus nos piores de nós, chega perto da compreensão dos mistérios da criação.

Assim, embora possa parecer difícil à primeira vista, nós sugerimos que você participe das alegrias e tristezas de seus companheiros, e, embora mantendo seu próprio equilíbrio, chore quando eles chorarem, sorria quando eles sorrirem, seja um com eles. Você ficará espantado com o que eles têm para lhe ensinar. Não recue deste contato com a humanidade, mas experimente ver a beleza debaixo da vulgaridade e da crueza. Você deve ser um com a vida humana e nunca conservar-se afastado dela. Viva a vida com seus Irmãos.

VOCÊ ESCOLHE SUA VIDA - Algumas pessoas pensam que têm de suportar perturbações tais como as do seu quinhão. Elas sentem que, se elas estivessem em circunstâncias diferentes, liberdade, mais lazer, quantos bens poderiam executar. Elas registram, com tristeza, quanto seus vizinhos, abençoados com a riqueza e conforto que eles invejam, parecem ignorar ou negligenciar as necessidades de seus companheiros.

Crianças queridas, sua vida é governada pela lei, e vocês acham-se exatamente no lugar e nas circunstâncias que vocês escolheram. "Mas isto é um disparate", você dirá. "Eu nunca teria escolhido esta vida!" Isto é discurso do eu exterior, a mente mortal. O eu real, o divino espírito interno, conhece as necessidades de sua alma. Pense neste impulso divino como uma luz radiante sempre guiando sua alma no caminho. Nenhum momento de seu tempo necessita ser desperdiçado, ou dissipado. A finalidade total de sua vida e o desígnio atrás de cada experiência humana é o progresso e o desenvolvimento de sua alma. Se você examinar embaixo da superfície da experiência em busca de sabedoria e conhecimento, você acelerará este processo de crescimento e desenvolvimento. Não é o que está acontecendo nos planos exteriores; não são nem as circunstâncias nem as riquezas que você possa ou não ter que importam, mas somente sua reação interior àquelas circunstâncias, seu relacionamento de dentro para com seu próximo e para com Deus. As circunstâncias de sua vida são verdadeiramente uma forma de iniciação através pela qual você está passando diariamente.

Na atualidade um grande auxílio está sendo enviado ao homem. O espírito humano está sendo estimulado por um afluxo de poder e luz e amor do mundo espiritual. Um grande ímpeto varre a humanidade. Alguns têm experimentado a iniciação e sabem que ela traz uma expansão de consciência e fornece uma visão do futuro e o desejo de viver de tal modo que o indivíduo se torne harmonizado com o espírito, de modo que a alma possa mais rapidamente penetrar no reino dos céus.

Entretanto, a média da humanidade permanece ainda inconsciente dos mundos espirituais que interpenetram a vida física. Uma pesada cortina obscurece a visão do homem de modo que, incapaz de registrar o espiritual, ele é consciente apenas das coisas que pode perceber através dos sentidos físicos.

(In Spiritual Unfoldment I do espírito White Eagle pela médium Grace Cooke, iss, Inglaterra), The White Eagle Publishing Trust, 1972).