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17.4.11

EP # É isso...



É isso
, na caligrafia do Thây, talvez a minha preferida das que em Plum Village temos como sinos da plena consciência, emolduradas e espalhadas por todos os lugares, quartos, salas, corredores, escadas -- para lembrar-nos de vivermente, e retornarmos à nossa respiração. Foi a frase que escrevi num galho caído, e que eu mantinha à porta da minha tenda durante o Retiro de Verão. É a frase que tenho na floreira do meu quarto. É isso.







A bananeira, quando nova, tem somente duas folhas. Assim que a terceira folha aparece, as duas primeiras a alimentam. Estas respiraram o ar e absorveram os raios solares para que a terceira folha conseguisse abrir-se e crescer. Quando a quarta folha surge, a terceira já se juntou às duas primeiras para nutri-la. Esse processo continua até a bananeira se tornar adulta. Nesse momento, as primeiras folhas começam a murchar, mas a energia delas está acumulada em todas as folhas que cresceram depois. Se observarmos a fundo uma das folhas mais novas, veremos a presença das mais antigas e compreenderemos que estas últimas nunca desapareceram. Observando profundamente, veremos toda a energia dos nossos pais, avós e ancestrais. Se essa energia não estiver acumulada dentro de nós, para onde mais poderá ter ido?

[...] Temos que observar a fundo para ver os esforços das incontáveis gerações passadas. Nós estamos na Terra, respiramos, apreciamos árvores e flores. Ao fazermos isso, vemos também as gerações passadas. Não há como nos separar delas. Acreditarmos que estamos sós ou isolados é uma ilusão que causa muito sofrimento.

Se sofremos como a árvore de cujas raízes fomos cortados é porque perdemos o contato com nossa família e nossas correntes ancestrais. 
[...] Tudo de que precisamos para nos curar está dentro de nós. É ali que carregamos a vida, o sangue, a experiência, a sabedoria, a felicidade e a tristeza de todos os nossos antepassados. Desfrutamos da saúde e do vigor que eles tiveram. [...] Estabelecendo uma conexão com nossos ancestrais, liberamos grandes reservas de energia e somos capazes de ver seus sorrisos e estilos de vida simples e saudáveis. As qualidades deles também estão em nós, se soubermos como despertá-las.

Thich Nhat Hanh em Ensinamentos sobre o Amor





no encerramento do Retiro de Verão, as condições permitindo, após a última Palestra do Dharma o Thây nos conduz numa meditação caminhando até o pomar das ameixeiras do Lower Hamlet (na foto acima, e nas fotos seguintes, abaixo), onde cuidadosa e silenciosamente caminhamos entre as doadoras árvores, praticando a plena consciência...


uma parte da sangha talvez tenha podido realizar a impermanência acompanhando a manifestação das ameixeiras desde o seu não-começo sem-fim, quando depois do inverno brotam as primeiras pequenas folhas e inflorescências, que depois tornam-se os frutos que vamos colher com o Thây...


...quando com o Thây vamos cada qual colher o fruto da nossa prática, depois de termos praticado juntos durante todo o verão, cada qual contribuindo para o acontecimento do Retiro de Verão que reúne praticantes de mais de 50 países, como em 2009, cada qual contribuindo para o estabelecimento de uma sólida energia da plena consciência na sangha...


passeamos com o Thây por entre as árvores, e entre elas nos sentamos para meditar -- contemplando a impermanência e o não-objetivo, sobre o amor, sobre a gratidão, sobre a simplicidade, sobre a compaixão, na Natureza que é uma grande fonte de inspiração -- e então juntos colhemos e desfrutamos das ameixas, juntos colhemos e desfrutamos dos frutos da nossa prática


assim encerra-se mais um Retiro de Verão -- desarmam-se as tendas das pessoas que escolheram ficar acampadas e a multidão de praticantes volta a seus países e às suas casas, levando a prática aprendida e vivenciada...


os jardins esvaziam-se, e para a parte da Sangha que ficou para a "arrumação da casa", é tempo de desarmar as tendas montadas para acolher as dezenas de grupos de Compartilhar o Dharma...


os bosques -- como este no Lower Hamlet, a pagoda do sino entrevista ao fundo -- sem as tendas dos hóspedes de Verão, volta a ser refúgio de tranqüilidade para os pássaros e as caminhadas em silêncio e recolhimento...


mesmo os girassóis, cultivados nos campos ao redor de Plum Village, estão prontos para ser colhidos...



para quem ficou durante os lazy days, a colheita das ameixas tem uma segunda parte, do trabalho realmente, quando percorremos todo o pomar colhendo as frutas, que as Irmãs irão transformar nas deliciosas geléias orgânicas chamadas Plum Gems, que irão alegrar os nossos desjejuns ao longo do ano, e ficam à venda nas livrarias dos Hamlets de Plum Village






Quando transformamos nosso próprio sofrimento, quando realizamos nossos sonhos, acabamos com a dor e concretizamos os sonhos dos nossos ancestrais e descendentes. Nossa prática é realizada por todas as gerações passadas e futuras.

[...] Ao comermos uma deliciosa cenoura, temos que sentir que ela também é fruto do empenho de muitas gerações. Por trás de uma fatia de pão há uma história de milhares de anos. No Vietnã, quando comemos uma tigela de macarrão, temos consciência de que ela tem sua própria história. As mães não sabem automaticamente como temperar essa refeição. Esse conhecimento foi transmitido por muitas gerações. Todo bolo, todo prato possui sua própria história. A felicidade dos nossos ancestrais tornou-se nossa própria felicidade.

Durante a prática, vamos nos conectar a todos os nossos antepassados, bem como aos rios, montanhas, plantas e alimentos da nossa terra. O que somos senão a manifestação e continuação de todos esses elementos? [...] É claro que estamos prontos para abraçar o que é positivo, mas temos que aceitar também os aspectos negativos de nossa sociedade, como a violência, o ódio e o racismo, a fim de transformá-los. Devemos viver no sentido de contribuir para a mudança desses elementos.

Thich Nhat Hanh em Ensinamentos sobre o Amor


(%) SOMAI  2 (16042011) 




na bela caligrafia do mestre Thich Nhat Hanh,
Aquiete-se
e saiba


Quando toco minha cabeça com minha mão esquerda, minha mãe está tocando-me ao mesmo tempo, meu pai está tocando-me também. E todos os meus ancestrais estão tocando a minha cabeça, nesse gesto. Esse insight é um milagre, e torna-se possível com a prática. Esse é o insight sobre o interser, sobre o qual vocês já ouviram tanto, tantas vezes. Você inter-é com seu pai, sua mãe, seus filhos, seus ancestrais. Você inter-é com o Buda, com o seu mestre. Você inter-é com Jesus Cristo, com os seus ancestrais espirituais. Eles estão em você, mesmo que você esteja brigado com eles – eles continuam no seu sangue, nas suas células.


Então você olha para a sua mão, e consegue ver que o Buda está nela, porque recebeu os Cinco Treinamentos da Plena Consciência – e eles são o Buda. Os Cinco Treinamentos da Plena Consciência são o insight e a prática a respeito do amor: você está determinado a não matar, a proteger a vida, você está determinado a ofertar amor e proteção. No momento em que você se ajoelha e recebe os Cinco Treinamentos da Plena Consciência, você está recebendo o Buda em você, de maneira concreta. E a partir de então, sua mão torna-se a mão do Buda. Pois você não mata mais, a sua mão não mata mais. Você não faz mais os outros sofrerem; a sua mão não rouba mais. O Buda está na sua mão. A sua mão é a mão de Buda. Então quando você traz sua mão à sua cabeça, o Buda está tocando você – isso é muito bom...

(para ler mais desta Palestra do Dharma dada por Thich Nhat Hanh, por favor acesse aqui)  
Palestras do Dharma dadas por Thich Nhat Hanh (em Inglês) durante o retiro Eye of the Buddha, em Junho de 2009, que estão sendo disponibilizadas semanalmente no site oficial de Plum Village -- por favor acesse-as aqui



(%) SOMAI  2( 8164)

15.4.11

*.* Tripla constituição do espírito.

Não sei se você já leu algo sobre nossa tripla constituição: espírito (mente), corpo sutil (perispírito) e corpo físico. Quando completamente libertos do corpo físico pela morte, recobramos a condição de espíritos e a consciência se utiliza apenas do corpo sutil para suas relações com o mundo e com outras consciências, via pensamento.

No entanto, mesmo ainda quando estamos limitados pela ligação com o 
corpo físico, podemos conquistar certa liberdade do corpo sutil e, pois, uma consciência também mais liberta, mediante a prática do desprendimento espiritual. Esse estado pode ser alcançado pelo espírito através do exercício. A meditação é a forma mais eficaz de deixarmos o corpo (as drogas o mais rápido, mas, sabemos das suas conseqüências nefastas). Ocorre que, assumindo um estado de consciência mais desperto, há mais facilidade de sintonizar  com outras consciências também mais despertas.  Não há estado de consciência mais desperta do que quando desencarnados.  Normalmente esse estado se dá diariamente quando dormimos. Ocorre  que dele não nos lembramos,nem tampouco dos contatos que mantemos  nestes momentos com outras consciências libertas, pois, quando acordamos, o cérebro físico retoma o controle visando a  sobrevivência do corpo e passa a comandar de novo nossas ações.


Mas, este estado de espírito pode ser também conquistado durante a  vigília. Os yoguis alcançam esta condição espiritual muito  facilmente. Igualmente, os médiuns, porque exercitaram essa  faculdade durante várias existências, conseguem também o  desdobramento do estado consciencional, e por isso têm mais facilidade de perceber a presença dos espíritos, mesmo estando 
conscientes. 

Obtendo um maior desprendimento do corpo sutil em relação ao corpo
físico, aumentando a freqüência e o alcance de suas ondas de  pensamento e, pois, sua própria consciência. É natural adquirir  maior percepção da realidade à nossa volta. Portanto, não são os espíritos que estão se aproximando mais de  você. É você que está se aproximando mais deles, abandonando o  mundo físico nos momentos da meditação.

A sensação mais intensamente desagradável é porque, em buscando  maior atenção aos valores espirituais, a pessoa está se tornando  mais sensível ao sofrimento alheio. Os espíritos tristes se  encontram em maior número, sempre buscando nosso auxílio. O máximo  que conseguem é nos provocar medo. Mas, o medo é uma reação do  nosso próprio espírito, conseqüência de nosso desconhecimento sobre  esta situação e da incapacidade de controlá-la. A partir do momento  que dominamos o conhecimento sobre ela, o medo desaparece.
O único remédio eficaz para esta situação é A PRECE. Não, porém,  uma prece movida por medo, mas, sim, por piedade e solidariedade  humana. Os espíritos são, antes, membros da humanidade, com todos  os seus sentimentos.  A prece produz dois efeitos muito eficazes e salutares: primeiro, oferece uma barreira intransponível a qualquer sentimento menos  
elevado da parte de um espírito; segundo, traz para perto de nós, outras consciências mais evoluídas moralmente, responsáveis por  nossa orientação enquanto encarnados, os quais fomos ensinados chamar "anjos de guarda". Estes, sabem muito bem como lidar com as  necessidades daqueles que estão ao nosso lado, em sofrimento e, ao mesmo tempo, nos confortar.

O que nós podemos e devemos fazer é tentar conservar o pensamento  
vinculado a bons sentimentos. Esta é, sem dúvida, uma grande  dificuldade para nós no cotidiano, a saber, manter um estado pleno de meditação no dia-a-dia, nas relações interpessoais. E,  porque não conseguimos conservar pensamentos altruístas, nos  ligamos via pensamento aos sentimentos tristes, rancorosos,  melancólicos, depressivos, temerosos, de pânico, contraditórios, bipolares, das consciências  desencarnadas ao nosso redor.
Esta é nossa realidade. Se conseguirmos elevar o padrão de nossos sentimentos para piedade, fraternidade, misericórdia, Amor, constituímos à nossa volta um campo fluídico-magnético capaz de  
adquirir uma eficiência e força suficientes para auxiliarmos todos os que nos cercarem, encarnados e desencarnados.

Temos essa condição. O problema é o apego ao Ego. É o egoísmo.
Portanto, não são as velas que atraem os espíritos ou afastam. É a 
identidade de pensamentos ou,ou em caso específico, a necessidade  dos irmãos que os fazem se aproximar de você. Orai, portanto, por eles e por nós. Mas, orai com sentimento, com  humildade, com verdadeiro intuito de auxiliar. Os primeiros beneficiados somos nós mesmos. Há também  a possibilidade muito certa de que,quando aprendemos a orar com  eficiência, elevando cada vez mais a freqüência vibratória das  ondas do pensamento (esta é uma possibilidade já demonstrada pela  física quântica), alcançamos o pensamento de nosso espírito protetor. Nestes momentos experimentamos uma paz  inaudita, mesmo estando ainda no mundo.

 
Concilio da meditação com a prece. O "Pai nosso" durante a  meditação, é uma prece que, embora curta e singela, é perfeita  tanto em súplica quanto em devoção. Somente ao final da meditação,  com  certeza da harmonização satisfatória do pensamento, soltar um  pouco mais o corpo para experimentar uma expansão maior da  consciência e, seguro de estar sozinho, sem nenhum irmão  necessitado ao  lado, viajando para mais longe. 

Todo o medo e ansiedade desaparecem. Este é um sintoma garantido de  
pacífica solitude. 

¨%¨ SOMAI -8154)