17.4.11

EP # É isso...



É isso
, na caligrafia do Thây, talvez a minha preferida das que em Plum Village temos como sinos da plena consciência, emolduradas e espalhadas por todos os lugares, quartos, salas, corredores, escadas -- para lembrar-nos de vivermente, e retornarmos à nossa respiração. Foi a frase que escrevi num galho caído, e que eu mantinha à porta da minha tenda durante o Retiro de Verão. É a frase que tenho na floreira do meu quarto. É isso.







A bananeira, quando nova, tem somente duas folhas. Assim que a terceira folha aparece, as duas primeiras a alimentam. Estas respiraram o ar e absorveram os raios solares para que a terceira folha conseguisse abrir-se e crescer. Quando a quarta folha surge, a terceira já se juntou às duas primeiras para nutri-la. Esse processo continua até a bananeira se tornar adulta. Nesse momento, as primeiras folhas começam a murchar, mas a energia delas está acumulada em todas as folhas que cresceram depois. Se observarmos a fundo uma das folhas mais novas, veremos a presença das mais antigas e compreenderemos que estas últimas nunca desapareceram. Observando profundamente, veremos toda a energia dos nossos pais, avós e ancestrais. Se essa energia não estiver acumulada dentro de nós, para onde mais poderá ter ido?

[...] Temos que observar a fundo para ver os esforços das incontáveis gerações passadas. Nós estamos na Terra, respiramos, apreciamos árvores e flores. Ao fazermos isso, vemos também as gerações passadas. Não há como nos separar delas. Acreditarmos que estamos sós ou isolados é uma ilusão que causa muito sofrimento.

Se sofremos como a árvore de cujas raízes fomos cortados é porque perdemos o contato com nossa família e nossas correntes ancestrais. 
[...] Tudo de que precisamos para nos curar está dentro de nós. É ali que carregamos a vida, o sangue, a experiência, a sabedoria, a felicidade e a tristeza de todos os nossos antepassados. Desfrutamos da saúde e do vigor que eles tiveram. [...] Estabelecendo uma conexão com nossos ancestrais, liberamos grandes reservas de energia e somos capazes de ver seus sorrisos e estilos de vida simples e saudáveis. As qualidades deles também estão em nós, se soubermos como despertá-las.

Thich Nhat Hanh em Ensinamentos sobre o Amor





no encerramento do Retiro de Verão, as condições permitindo, após a última Palestra do Dharma o Thây nos conduz numa meditação caminhando até o pomar das ameixeiras do Lower Hamlet (na foto acima, e nas fotos seguintes, abaixo), onde cuidadosa e silenciosamente caminhamos entre as doadoras árvores, praticando a plena consciência...


uma parte da sangha talvez tenha podido realizar a impermanência acompanhando a manifestação das ameixeiras desde o seu não-começo sem-fim, quando depois do inverno brotam as primeiras pequenas folhas e inflorescências, que depois tornam-se os frutos que vamos colher com o Thây...


...quando com o Thây vamos cada qual colher o fruto da nossa prática, depois de termos praticado juntos durante todo o verão, cada qual contribuindo para o acontecimento do Retiro de Verão que reúne praticantes de mais de 50 países, como em 2009, cada qual contribuindo para o estabelecimento de uma sólida energia da plena consciência na sangha...


passeamos com o Thây por entre as árvores, e entre elas nos sentamos para meditar -- contemplando a impermanência e o não-objetivo, sobre o amor, sobre a gratidão, sobre a simplicidade, sobre a compaixão, na Natureza que é uma grande fonte de inspiração -- e então juntos colhemos e desfrutamos das ameixas, juntos colhemos e desfrutamos dos frutos da nossa prática


assim encerra-se mais um Retiro de Verão -- desarmam-se as tendas das pessoas que escolheram ficar acampadas e a multidão de praticantes volta a seus países e às suas casas, levando a prática aprendida e vivenciada...


os jardins esvaziam-se, e para a parte da Sangha que ficou para a "arrumação da casa", é tempo de desarmar as tendas montadas para acolher as dezenas de grupos de Compartilhar o Dharma...


os bosques -- como este no Lower Hamlet, a pagoda do sino entrevista ao fundo -- sem as tendas dos hóspedes de Verão, volta a ser refúgio de tranqüilidade para os pássaros e as caminhadas em silêncio e recolhimento...


mesmo os girassóis, cultivados nos campos ao redor de Plum Village, estão prontos para ser colhidos...



para quem ficou durante os lazy days, a colheita das ameixas tem uma segunda parte, do trabalho realmente, quando percorremos todo o pomar colhendo as frutas, que as Irmãs irão transformar nas deliciosas geléias orgânicas chamadas Plum Gems, que irão alegrar os nossos desjejuns ao longo do ano, e ficam à venda nas livrarias dos Hamlets de Plum Village






Quando transformamos nosso próprio sofrimento, quando realizamos nossos sonhos, acabamos com a dor e concretizamos os sonhos dos nossos ancestrais e descendentes. Nossa prática é realizada por todas as gerações passadas e futuras.

[...] Ao comermos uma deliciosa cenoura, temos que sentir que ela também é fruto do empenho de muitas gerações. Por trás de uma fatia de pão há uma história de milhares de anos. No Vietnã, quando comemos uma tigela de macarrão, temos consciência de que ela tem sua própria história. As mães não sabem automaticamente como temperar essa refeição. Esse conhecimento foi transmitido por muitas gerações. Todo bolo, todo prato possui sua própria história. A felicidade dos nossos ancestrais tornou-se nossa própria felicidade.

Durante a prática, vamos nos conectar a todos os nossos antepassados, bem como aos rios, montanhas, plantas e alimentos da nossa terra. O que somos senão a manifestação e continuação de todos esses elementos? [...] É claro que estamos prontos para abraçar o que é positivo, mas temos que aceitar também os aspectos negativos de nossa sociedade, como a violência, o ódio e o racismo, a fim de transformá-los. Devemos viver no sentido de contribuir para a mudança desses elementos.

Thich Nhat Hanh em Ensinamentos sobre o Amor


(%) SOMAI  2 (16042011) 




na bela caligrafia do mestre Thich Nhat Hanh,
Aquiete-se
e saiba


Quando toco minha cabeça com minha mão esquerda, minha mãe está tocando-me ao mesmo tempo, meu pai está tocando-me também. E todos os meus ancestrais estão tocando a minha cabeça, nesse gesto. Esse insight é um milagre, e torna-se possível com a prática. Esse é o insight sobre o interser, sobre o qual vocês já ouviram tanto, tantas vezes. Você inter-é com seu pai, sua mãe, seus filhos, seus ancestrais. Você inter-é com o Buda, com o seu mestre. Você inter-é com Jesus Cristo, com os seus ancestrais espirituais. Eles estão em você, mesmo que você esteja brigado com eles – eles continuam no seu sangue, nas suas células.


Então você olha para a sua mão, e consegue ver que o Buda está nela, porque recebeu os Cinco Treinamentos da Plena Consciência – e eles são o Buda. Os Cinco Treinamentos da Plena Consciência são o insight e a prática a respeito do amor: você está determinado a não matar, a proteger a vida, você está determinado a ofertar amor e proteção. No momento em que você se ajoelha e recebe os Cinco Treinamentos da Plena Consciência, você está recebendo o Buda em você, de maneira concreta. E a partir de então, sua mão torna-se a mão do Buda. Pois você não mata mais, a sua mão não mata mais. Você não faz mais os outros sofrerem; a sua mão não rouba mais. O Buda está na sua mão. A sua mão é a mão de Buda. Então quando você traz sua mão à sua cabeça, o Buda está tocando você – isso é muito bom...

(para ler mais desta Palestra do Dharma dada por Thich Nhat Hanh, por favor acesse aqui)  
Palestras do Dharma dadas por Thich Nhat Hanh (em Inglês) durante o retiro Eye of the Buddha, em Junho de 2009, que estão sendo disponibilizadas semanalmente no site oficial de Plum Village -- por favor acesse-as aqui



(%) SOMAI  2( 8164)

15.4.11

EP # Porque meditar? ( Vajrayana)

O Contexto do Treinamento em Meditação

Lama Padma Samten


Porque meditar? Tendo compreendido a impermanência e abandonado os objetivos correspondentes à "Roda da Vida", entendemos que sem serenidade a sabedoria não é possível, por isto buscamos agora repousar naquilo que é estável. Buscamos estabilidade em corpo, fala e mente.

A primeira "âncora" é o próprio corpo. Apenas sentando imóveis já estamos removendo obstáculos que se interpõem à esta ação de imobilidade. Nesta etapa, a imobilidade por si mesma já é prática espiritual. A imobilidade nos tira parcialmente de samsara, se nos movemos é sinal que nossa mente tem um grau de agitação tal que a meditação pode não ter utilidade em um primeiro momento.

É comum que, quando estamos em nossas atividades, respondemos automaticamente a tudo que aparece. De acordo com as diferentes circunstâncias fazemos diferentes gestos. Nesse momento vamos usar um processo indireto de pacificar a mente. Contendo o corpo, em um certo sentido contemos a mente, esta se torna mais pacifica. Com o corpo parado, os objetos sobre os quais a mente pode focar sua atenção se restringem, há menos opções. Esse é o primeiro foco prático na meditação sentada, a imobilidade do corpo.

Fala inclui a respiração e também as energias internas do corpo. Nesta etapa "fala" significa respiração serena: inspirar e expirar serenamente, silenciosamente.

O terceiro é a mente que foca a respiração e a experiência de serenidade. Esta experiência de serenidade não é iluminação e nem liberação, é um método de treinamento. É a prática do tranqüilo repousar.

Podemos escolher um objeto para nos fixarmos, sem isto, geralmente a mente vagueia, sem controle, operando karmicamente. Um objeto produz outro, que produz outro e saímos vagueado. Esse vaguear da mente produz o vaguear das energias, dos vários impulsos, do que decorrem as várias ações.

Estamos no caminho de reencontrar um rumo seguro, um eixo. Como o Buddha diz, nesse momento estamos sob o domínio do karma, é como se estivéssemos sob o domínio de seres sutis que direcionam nossas energias internas e definem nossas fixações sutis. Para chegarmos ao ponto no qual Buddha percebeu "livrei-me daqueles que foram meus senhores durante vidas incontáveis, as disposições mentais e os agregados", há ainda um trabalho longo que começa quando olhamos face a face os impulsos kármicos e optamos pela liberdade. O processo mais direto de atingir isso através da meditação começa com a prática da imobilidade do corpo, mas o karma vai se opor, vai tentar desestabilizá-lo, desencorajá-lo, deprimi-lo.

Na primeira etapa do treinamento da meditação, a mente busca a experiência de serenidade e mantém o foco na respiração. Tudo o que acontecer em volta, vozes, ruídos, acontecimentos, são descartados como movimentos externos, bem como os movimentos internos da mente, pensamentos, sensações, emoções. Não focamos isto, mantemos a mente ancorada na respiração e na imobilidade.

A posição do corpo é coluna ereta, as mãos ficam com os dedos mal se tocando. Se os pensamentos brotam com intensidade, surge uma energia correspondente e a pessoa, involuntariamente, aperta os polegares. Teste você mesmo e veja que é assim. Se ficar sonolento, os dedos polegares se afastam. A posição mais adequada para as pernas é a de lótus, ou seja, pés sobre as coxas com as palmas para cima.

A coluna é ereta. O queixo recolhido. O corpo não fica totalmente relaxado, é necessário a decisão de sustentá-lo na posição, isto faz parte do processo. Sustentamos os dedos, os braços. Os olhos fitam à frente, ou focam o chão em um ângulo de 45º, as pálpebras podem ficar completamente abertas ou semicerradas. Respiração é abdominal e se dá através do nariz e dos lábios que ficam entreabertos.

Toda a distração mental ou movimento do corpo é visto como perturbação da meditação. Ainda que ocorra, evitamos ficar irritados. Como com uma criança, não criamos tensão, não forçamos; no momento em que percebemos a distração, retornamos ao foco. Assim seguimos até o ponto em que nossa mente naturalmente se estabiliza. Quando a concentração aumenta podem surgir outros obstáculos, perturbações visuais (luzes, cores, imagens, etc.). Retomamos o foco e motivação e seguimos sem impaciência.

Posição de fala é o silêncio, respiração serena. Neste momento surgem os olhos que vêem além das imagens além da forma. Vemos ventos internos, energias, vemos se o amor ou a compaixão estão presentes, mas isso não se dá com olhos físicos. Não se vê isto como imagens. Através dos ventos, o amor, a compaixão e as energias podem ser vistos de modo objetivo, concreto. A meditação mudou, a segunda etapa já está surgindo.

Na segunda etapa da meditação, buscamos um pouco mais de consciência sobre o processo dos ventos internos que comandam os pensamentos, liberam as energias, comandam os impulsos e a sustentação do karma. A nossa reação rápida às coisas se dá através dos ventos, todas as coisas se manifestam através de ventos específicos comandados ou surgidos automaticamente. É bom que, através da meditação, consigamos lavar as impressões residuais que manifestam os automatismos do corpo. Quando as energias estão perturbadas, transferem as perturbações às gotas que comandam e isto gera desequilíbrios e doenças. A meditação, por sua vez, atua sobre a energia e os ventos, estabilizando-os, harmonizando-os, o que produz a recuperação da saúde. Como fazer isto?

Com a mente focamos a respiração, inspiramos quatro dedos abaixo do umbigo e expiramos irradiando por todos os poros do corpo. Podemos expirar direcionando os ventos para partes específicas do corpo onde hajam desequilíbrios. Primeiro uma perna, depois a outra, progressivamente todo o corpo. Se temos doença o local lateja. Seguimos o processo de reequilíbrio até dissolver essa sensibilidade. Essa prática traz a recuperação da saúde e da equanimidade. Tomando a equanimidade por referência, desenvolvemos a consciência do corpo sutil que comanda as ações e das energias que surgem inseparavelmente dele.

Antes da prática da meditação é muito auspicioso fazer prostrações diante dos símbolos da própria natureza do absoluto. O que se prostra — nosso corpo, fala e mente duais — é impermanente, vai desaparecer. É importante reconhecer esse aspecto finito. O finito se prostra diante do ilimitado. Vamos ao chão e fazemos a prostração em corpo, fala e mente. Desta forma nossa mente coloca-se em uma condição receptiva, propícia à prática.

Quando vamos ao chão, mentalmente, tomamos o refúgio nas três jóias, os três aspectos da iluminação que se manifestam como compaixão: o Buddha, a própria natureza ilimitada que é também a nossa própria natureza, e é inseparável da natureza ilimitada de todos os seres iluminados, o Dharma, a compreensão que brota da natureza ilimitada, e a Sangha, o conjunto dos que praticam a busca da liberdade. Quem faz a prostração é nosso "eu", nosso corpo, fala, mente e identidade finitos. Isto produz liberação pois estamos apegados a esses aspectos. Olhando o corpo e a mente como nossa essência nos movemos o tempo todo protegendo os impulsos que daí brotam. A obediência aos impulsos é a essência da experiência de uma identidade pessoal. No momento da prostração, através da própria prática, desenvolvemos a consciência deste processo e podemos liberar estas fixações.

Se acolhemos qualquer tipo de fixação, o sofrimento é inevitável. Todo sofrimento se origina dessa forma e as dificuldades também. Assim, quando, com a intenção de tomar refúgio na nossa natureza ilimitada, vamos ao chão e o tocamos com os cinco pontos de nosso corpo — mãos, joelhos e testa — é a nossa natureza limitada que está indo ao chão curvando-se diante da natureza ilimitada. Isso produz liberação. Quando levantamos é com a natureza ilimitada que o fazemos. Os cinco pontos que tocamos no chão nos liberam dos cinco venenos e das seis emoções perturbadoras, geradoras das 10 ações não-virtuosas e sustentadoras da roda da vida.

No momento em que vamos ao chão deixamos estas seis emoções perturbadoras: orgulho, raiva, ignorância, aquisitividade, inveja e desejo/apego. Quando levantamos, fazemos o voto de Bodhichitta: "até que o samsara seja esvaziado, buscarei incessantemente trazer benefício e felicidade para todos os seres, reconhecendo que foram todos minhas mães e pais". Com esse propósito as prostrações são feitas, estas palavras descrevem a experiência interna que acompanha as prostrações.

Em tudo isto existe um aspecto sutil a ser considerado: a diferença entre compreender a prática e exercer a prática. Externamente parece tudo igual mas dentro há uma diferença. Exemplo, quando olhamos mentalmente para o que é fazer a prática nos vemos prostrando e levantando enquanto recitamos, mas isto não é tudo, isto não é ainda a própria experiência de prostrar-se, liberar-se das emoções perturbadoras, levantar-se e recitar. O mesmo com respeito aos votos. Ainda que possamos compreendê-los e entender como operam, há uma diferença entre isto e a real decisão de trazer benefício a todos os seres.

Neste momento em que vocês estão aqui ouvindo, não estamos propriamente praticando ou experimentando o que está sendo falado. Há uma expressão importantíssima: transferência de consciência. Quando efetivamente fazemos a prática, nossa mente passa por uma transferência de consciência correspondente. Nem é mesmo necessário que haja uma compreensão de como se dá este processo, basta que ele ocorra. Essencialmente, praticar compaixão é fazer prática, já pensar sobre a compaixão é apenas pensar. Um traz transformações instantâneas para a mente que passa a imaginar e ter impulsos correspondentes à compaixão. O "pensar" sobre a compaixão não produz a energia de ação correspondente à própria compaixão, por isto é distinto da própria prática da compaixão.

Pode-se fazer as prostrações diante de uma foto do Buddha, tigelas, altar, pedra, flores, vela. Após, recitamos a homenagem ao Buddha e os votos de refúgio. Quando fazemos essa homenagem é também uma homenagem a nossa própria natureza ilimitada. Se temos a experiência de fazer esta homenagem de fato, significa que estamos reconhecendo que a natureza liberta é de grande valor. Em respeito, novamente fazemos prostrações, uma a cada vez que recitamos cada voto de refúgio.

Depois, se estamos nos introduzindo à prática de meditação, podemos sentar e ficar 10 minutos em silêncio, é a meditação da serenidade e tranqüilidade. Se fizermos as prostrações antes será muito mais fácil atingir a experiência de felicidade, alegria e serenidade porque ocorre em uma paisagem previamente purificada do ponto de vista kármico. Isto limpa as conexões kármicas e quando sentamos em silêncio surge uma grande emoção de gratidão aos Buddhas, aos seres iluminados todos. Depois você pode fazer mais 10 a 15 minutos com o foco no aspecto da respiração e energia. Ao final, a dedicação.

Por que essas etapas são importantes? Porque vão abrir experiências reais. A serenidade rompe a nossa ligação ao samsara. Quando atingimos a realização dessa prática surge uma experiência de felicidade tão intensa que não há nenhum paralelo no samsara. Daí em diante o samsara não tem mais o poder que tinha antes. É como que se a pessoa, nesse momento, tivesse descoberto um foco de mente que produz méritos maravilhosos, felicidade intensa, ofuscando o samsara inteiro. No final desta que é a primeira etapa do treinamento de meditação já há este poder. Porque não é ainda a liberação? É devido a que esta experiência está na dependência da própria meditação — tem um início, meio e fim. É impermanente, é construída, não é ainda o estado natural de liberdade lúcida da mente.

A segunda etapa do treinamento de meditação nos leva à experiência de equanimidade. Com isto há o rompimento dos karmas sutis que se manifestam no comando dos ventos e ações. Os karmas que não podemos localizar de forma cognitiva estão ligados a todos os processos obsessivos na forma de associação de pensamentos e dependências, por exemplo, ao fumo, ao açúcar, à raiva, à inveja, enfim, a todas as emoções perturbadoras. Todas estas experiências são não-cognitivas, são medos, formas de defesa das escolhas karmicamente eleitas. A equanimidade purifica estas marcas, mas a iluminação ainda está longe.

Em cada etapa olhamos os aspectos vantajosos, as qualidades que surgem. Igualmente importante é olhar os obstáculos que ainda estão presentes, por exemplo, nas etapas da meditação descritas até agora, seguimos com a experiência clara da consciência de um "eu". Uma identidade pessoal que está manobrando, produzindo todas essas transformações, ou seja, dirigindo a própria prática de meditação... logo, estamos só "afiando" os instrumentos...

Após, aceleramos esse processo e conscientemente vamos chegar aos obstáculos e trabalhar sobre eles, aumentando a decisão de penetrar na região kármica. Mais adiante vamos aumentar a capacidade de foco da mente, vai surgir a experiência de concentração onde sentamos e apagamos toda a ligação à objetos internos ou a conexões externas e repousamos completamente serenos e unifocados. Neste ponto podemos até pensar "estou iluminado", o que ainda seria um engano... A liberação ainda está longe.

Está longe porque nesse momento há ainda a experiência de uma identidade pessoal como agente de toda a ação. Esta é ainda a meditação impura. Mais adiante surgirá a "meditação pura sem sabedoria", um processo no qual a meditação não bloqueia a ação sensorial, a mente se mantém completamente concentrada e atenta, mas imperturbável, focando tudo o que ocorre nas dez direções — norte, sul, leste, oeste, as intermediárias, e mais zênite e nadir.

Quando há esta experiência, surge um grande divisor. Agora há os méritos de estabilidade e concentração que permitem a prática da sabedoria. É o momento para receber ensinamentos sobre a natureza da realidade. É o acesso à experiência de que a realidade externa e o próprio observador surgem conjuntamente, de modo inseparável, no mesmo fenômeno. Agora é possível a meditação com sabedoria. Fora e dentro são o mesmo, o que não era compreendido até então. Começa, assim, uma outra etapa de meditação que culmina na experiência da perfeição de todas as manifestações. A beleza e perfeição surgem como atributos naturais de todos os aspectos do que antes se chamava samsara. A ação no mundo não limita mais a liberdade.

(Originalmente publicado no Bodisatva.)

*.* Tripla constituição do espírito.

Não sei se você já leu algo sobre nossa tripla constituição: espírito (mente), corpo sutil (perispírito) e corpo físico. Quando completamente libertos do corpo físico pela morte, recobramos a condição de espíritos e a consciência se utiliza apenas do corpo sutil para suas relações com o mundo e com outras consciências, via pensamento.

No entanto, mesmo ainda quando estamos limitados pela ligação com o 
corpo físico, podemos conquistar certa liberdade do corpo sutil e, pois, uma consciência também mais liberta, mediante a prática do desprendimento espiritual. Esse estado pode ser alcançado pelo espírito através do exercício. A meditação é a forma mais eficaz de deixarmos o corpo (as drogas o mais rápido, mas, sabemos das suas conseqüências nefastas). Ocorre que, assumindo um estado de consciência mais desperto, há mais facilidade de sintonizar  com outras consciências também mais despertas.  Não há estado de consciência mais desperta do que quando desencarnados.  Normalmente esse estado se dá diariamente quando dormimos. Ocorre  que dele não nos lembramos,nem tampouco dos contatos que mantemos  nestes momentos com outras consciências libertas, pois, quando acordamos, o cérebro físico retoma o controle visando a  sobrevivência do corpo e passa a comandar de novo nossas ações.


Mas, este estado de espírito pode ser também conquistado durante a  vigília. Os yoguis alcançam esta condição espiritual muito  facilmente. Igualmente, os médiuns, porque exercitaram essa  faculdade durante várias existências, conseguem também o  desdobramento do estado consciencional, e por isso têm mais facilidade de perceber a presença dos espíritos, mesmo estando 
conscientes. 

Obtendo um maior desprendimento do corpo sutil em relação ao corpo
físico, aumentando a freqüência e o alcance de suas ondas de  pensamento e, pois, sua própria consciência. É natural adquirir  maior percepção da realidade à nossa volta. Portanto, não são os espíritos que estão se aproximando mais de  você. É você que está se aproximando mais deles, abandonando o  mundo físico nos momentos da meditação.

A sensação mais intensamente desagradável é porque, em buscando  maior atenção aos valores espirituais, a pessoa está se tornando  mais sensível ao sofrimento alheio. Os espíritos tristes se  encontram em maior número, sempre buscando nosso auxílio. O máximo  que conseguem é nos provocar medo. Mas, o medo é uma reação do  nosso próprio espírito, conseqüência de nosso desconhecimento sobre  esta situação e da incapacidade de controlá-la. A partir do momento  que dominamos o conhecimento sobre ela, o medo desaparece.
O único remédio eficaz para esta situação é A PRECE. Não, porém,  uma prece movida por medo, mas, sim, por piedade e solidariedade  humana. Os espíritos são, antes, membros da humanidade, com todos  os seus sentimentos.  A prece produz dois efeitos muito eficazes e salutares: primeiro, oferece uma barreira intransponível a qualquer sentimento menos  
elevado da parte de um espírito; segundo, traz para perto de nós, outras consciências mais evoluídas moralmente, responsáveis por  nossa orientação enquanto encarnados, os quais fomos ensinados chamar "anjos de guarda". Estes, sabem muito bem como lidar com as  necessidades daqueles que estão ao nosso lado, em sofrimento e, ao mesmo tempo, nos confortar.

O que nós podemos e devemos fazer é tentar conservar o pensamento  
vinculado a bons sentimentos. Esta é, sem dúvida, uma grande  dificuldade para nós no cotidiano, a saber, manter um estado pleno de meditação no dia-a-dia, nas relações interpessoais. E,  porque não conseguimos conservar pensamentos altruístas, nos  ligamos via pensamento aos sentimentos tristes, rancorosos,  melancólicos, depressivos, temerosos, de pânico, contraditórios, bipolares, das consciências  desencarnadas ao nosso redor.
Esta é nossa realidade. Se conseguirmos elevar o padrão de nossos sentimentos para piedade, fraternidade, misericórdia, Amor, constituímos à nossa volta um campo fluídico-magnético capaz de  
adquirir uma eficiência e força suficientes para auxiliarmos todos os que nos cercarem, encarnados e desencarnados.

Temos essa condição. O problema é o apego ao Ego. É o egoísmo.
Portanto, não são as velas que atraem os espíritos ou afastam. É a 
identidade de pensamentos ou,ou em caso específico, a necessidade  dos irmãos que os fazem se aproximar de você. Orai, portanto, por eles e por nós. Mas, orai com sentimento, com  humildade, com verdadeiro intuito de auxiliar. Os primeiros beneficiados somos nós mesmos. Há também  a possibilidade muito certa de que,quando aprendemos a orar com  eficiência, elevando cada vez mais a freqüência vibratória das  ondas do pensamento (esta é uma possibilidade já demonstrada pela  física quântica), alcançamos o pensamento de nosso espírito protetor. Nestes momentos experimentamos uma paz  inaudita, mesmo estando ainda no mundo.

 
Concilio da meditação com a prece. O "Pai nosso" durante a  meditação, é uma prece que, embora curta e singela, é perfeita  tanto em súplica quanto em devoção. Somente ao final da meditação,  com  certeza da harmonização satisfatória do pensamento, soltar um  pouco mais o corpo para experimentar uma expansão maior da  consciência e, seguro de estar sozinho, sem nenhum irmão  necessitado ao  lado, viajando para mais longe. 

Todo o medo e ansiedade desaparecem. Este é um sintoma garantido de  
pacífica solitude. 

¨%¨ SOMAI -8154)

*.* ********* Técnicas apométricas



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14.4.11

EP # O TRÊS

O Divino Três
" Deus é como o vento que passa;
sentímo-lo em toda parte e não
o vemos em lugar algum."



mistério número 4

Número 3
Quando observamos um fenômeno qualquer e dele nos conscientizamos inegavelmente ele já está na fase dois, conseqüentemente terá polaridade evidente, do contrário poderia existir apenas sob uma forma indetectável.

Tudo começa por um ponto, fase um, inconscientizável; daí vai se expandindo e criando polaridade, podendo essa expansão ser maior ou menor, conforme a natureza do fenômeno e sua amplitude.
Vamos supor a cor. De início apareceria algo vibrando em um ponto dentro da faixa correspondente às cores. Daquele ponto a freqüência iria se expandindo ate atingir num dos extremos a freqüência de 280.000.000.000.000 c/s aproximadamente, que é a freqüência, mas baixa da luz visível e corresponde à cor vermelha; e, no outro sentido até aproximadamente l.1000.000.000.000.000 c/s a freqüência mais alta da faixa de luz visível e correspondente à cor violeta.

Quando necessitamos examinar um fenômeno devemos delimitá-lo de alguma forma. Para um fenômeno que pode se expandir em todos os sentidos a melhor figura para delimitá-lo é uma esfera ou, em sua projeção plana, um circulo. Então tracemos um círculo e delimitemos uma área na qual situamos o evento em estudo. Na figura 1 estamos delimitando a faixa das cores, delimitando a faixa das cores.
faixa de cores

Figura 1
Na fig. 1 representamos o "universo das cores" que nada mais é do que do que a vibração de MA dentro da faixa compreendida entre 280.000.000.000.000 c/s e 1.100.000.000.000.000 c/s, portanto a circunferência que delimita o fenômeno deve passar pelas extremidades dos dois pólos opostos da linha representativa das oscilações das cores. Neste caso é fácil delimitar o tamanho do círculo, calcular o tamanho do campo do universo das cores, porém há casos bem mais difíceis por se desconhecer onde algo começa e termina. O tamanho do círculo corresponde ao tamanho do campo do próprio fenômeno. Se este abranger poucas faixas vibratórias, será pequeno; se muitas, ele será amplo. Isto equivale a dizer que quando uma coisa qualquer já se desenvolveu completamente o seu campo terminou ali o universo de tal evento. Por exemplo: o limite para o universo material é, de um lado, a freqüência mais baixa que pode ser reconhecida como matéria, e do outro, a freqüência mais alta.
Já referimos que é necessário para a existência de algo conscientizável, além das duas polaridades representadas pelos números "um" e "dois", uma terceira condição, uma forma de consciência para assinalar a sua existência, podendo ser reapresentada numericamente pelo três.

Se situarmos a linha representativa com as extremidades localizadas nos limites desse círculo, teremos um círculo cujo diâmetro equivale aos limites daquilo que é examinado.

Quando um fenômeno é evidenciado, necessariamente houve uma terceira condição, houve algo que se deu conta disto, do contrário não se saberia da sua existência. Na representação gráfica apresentada o intelecto que detecta o evento deve ser também expresso na figura e assim formaremos um triângulo inscrito no círculo. Este terceiro ponto pode ser localizado em qualquer lugar do círculo desde que a mente pode se situar nos mais diversos lugares, exceto na linha representativa do fenômeno porque ela nunca está dentro do evento por sempre ser de natureza diferente. A partir daquele terceiro ponto é possível se construir um triângulo inscrito no campo em que o fenômeno se desenvolve. Se a consciência estiver fora do campo não detecta o fenômeno e este não é o caso em estudo.

Após estas considerações pensemos no seguinte: Se todas as coisas que se manifestam segundo a lei da polaridade existem, se não houver alguma expressão da consciência para registrá-las? Aquelas coisas podem ser consideradas como manifestações completas? Em outras palavras, mesmo existindo algo, mas sem que haja alguém para tomar ciência disto é o mesmo que a fase um. Até mesmo o bipolo um e dois só se torna manifesto quando há alguma expressão da consciência para registrá-lo. Existiria beleza, mesmo existindo os dois extremos bonito e feio, se não existisse concomitantemente alguém para ter idéia disso? Existiria idéia de grandeza, embora existindo o grande e o pequeno, se não houvesse alguém para se dar conta disto? O quente e o frio, se não houvesse alguma forma consciente para tomar ciência disto? Um tiro existiria como tal sem um ouvido para detectá-lo? Haveria sim a explosão, mas estamos indagando é se existiria o efeito sonoro. Todas essas indagações têm respostas negativas, obviamente. Assim temos duas situações a serem consideradas:

  1. Mesmo havendo consciência algo só se manifesta pela lei da polaridade (pelo um e pelo dois) Não se manifesta quando somente um dos pólos existe (o que equivale a não existir)
  2. Havendo os pólos, um e dois, mas não havendo consciência, o três, para registrar o evento ele passa como se inexistisse.
Por isto é que isto advém uma grande verdade: O TRÊS É O NÚMERO SIMBÓLICO DAS MANIFESTAÇÕES PERFEITAS.

Algo só é plenamente manifesto quando se apresenta como um, dois e três. Os dois pólos simbolizados pelo um e pelo dois e a conscientização do evento pelo três.

O simbolismo do três é tão alto, tão transcendente, que aquele que senti-lo em toda sua plenitude, aquele que penetrar em seu mistério, será um iluminado, um liberto e terá respondido a multimilenar indagação: Quem somos, para que estamos aqui, por que viemos, por que sofremos, e para onde vamos.

Vamos supor um planeta hipotético em que agora acontecesse um cataclismo fenomenal que o destruísse totalmente. Se estivesse acontecendo isso neste exato momento, por acaso aquele planeta e aquilo tudo existiria como realidade para nós se não houvesse concomitantemente alguma forma de consciência para se inteirar do evento? Certamente não, pois tudo o que existe somente é real segundo a sua aparência, segundo uma forma de aceitação pela mente mediante algum tipo de percepção. Se esta não estiver presente o fenômeno não existirá como realidade.

Até aqui comentamos sobre a manifestação trina no campo da existência e na conscientização a respeito das coisas. Vamos agora nos aprofundar um pouco mais analisando um fenômeno isolado, mesmo que possamos analisar todas as coisas de uma só vez, de uma forma global.

Ora, todas as coisas que existem constituem o universo completo. Então, vamos considerá-lo com todas as suas transformações e ocorrências. Já sabemos que tudo no universo é resultante da ação de RA sobre MA ocasionando as vibrações cósmicas constitutivas da existência, detectáveis pelo bipolo universal expresso numericamente pelo um e pelo dois. Mas o um e o dois só se tornam uma manifestação perfeita quando está presente o três, normalmente considerado como a consciência que identifica o evento, ou o "olho" que o detecta. Sem consciência as fases um e dois existem como atualidade, mas não como realidade. Em outras palavras: Existem, mas não se manifestam.

O Universo seria uma realidade se não houvesse uma parcela da consciência em todas as coisas para evidenciá-lo? Se não houvesse a consciência também não haveria manifestação perfeita e tudo se passaria como se nada existisse. Suponhamos que haja um outro universo idêntico a este algures no cosmos e que dele não tenhamos ciência. Ele existe para nós? Poderá existir para as consciências que nele se situem, mas não para as demais que o ignoram. Mas, se não houver alguma forma consciente nele? Se assim for ele não existe para nós e não existe para ninguém, portanto é como se fosse inexistente de uma forma absoluta.

Nos seres vivos e, talvez, também nos inanimados sempre existe uma parcela de consciência que é parte da Consciência Cósmica. Ou melhor, todas as frações de consciência juntas são parte da Consciência Cósmica; assim com todas as coisas do universo juntas perfazem o próprio universo. Por essa razão tudo aquilo que tiver alguma parcela de consciência tem conseqüentemente algo de divino, pois é através da consciência de todas as coisas que se manifesta a Consciência Cósmica. Como dizia o Mestre Jesus: "VÓS SOIS DEUS". Neste sentido, como parcela da Consciência Cósmica, o homem é uma criatura divina e perfeita. Toda imperfeição reside na personalidade humana a partir da mente envolvida, no EGO e nunca no EU Cósmico e eterno expresso como Consciência.

Mas como justificar as imperfeições dos seres humanos? Ocorre que a consciência manifesta no indivíduo torna-se dominante no plano material da vida, onde as injunções da matéria, do corpo, determinam as atitudes errôneas permissíveis pelo livre arbítrio. O ser em sua missão no mundo da matéria densa tem que tomar decisões objetivas por isto ele é dotado de duas formas de expressão da consciência. Uma é a consciência clara, pura, perfeita que aflora como intuição e outra é a exteriorização através da razão, sujeito às emoções. Uma flui pela coluna de Hochma da árvore da Vida, pela coluna da misericórdia, perfeita e intuitiva. A outra se manifesta pela coluna da esquerda, pela coluna de Binah, pela coluna do rigor, do intelecto cerebral. Como o ser tem que se desenvolver num mundo material denso e grosseiro naturalmente nele há o predomínio do lado mais grosseiro da "Árvore da Vida".

Se o homem não houvesse esquecido de sua missão cósmica, certamente nele existiria equilíbrio entre as duas formas de manifestação da consciência. Esse equilíbrio deixou de existir pela "queda". A QUEDA do homem implicou num mascaramento da mais importante parcela da sua consciência, e a partir disso ele passou a se deixar guiar fundamentalmente por uma parcela incompleta, falha, e cheia de paixões predominante na coluna do rigor.

Se não existisse o universo, expressão das fases um e dois, certamente a consciência não seria a fase três e sim a fase um. Em essência e em consciência anímica somos uma dessas unidades. É através de nós que a Consciência Cósmica se torna plenamente manifesta. Os seres são tentáculos da Consciência Cósmica. Isto é exatamente o que somos em essência.

Viemos da Consciência Cósmica e para ela por certo voltaremos, pois tudo no Universo está preso à Tríade Imutável: Criação - Conservação - Destruição. Tudo nasce, vive, e morre, exceto o ABSOLUTO. Há um fluir eterno através da existência das coisas. O Supremo Ser sempre está criando a Si mesmo, como dizem os livros sagrados da Antigüidade. Tudo aquilo que foi criado retorna algum dia para aquilo que lhe deu origem.

Se existissem todas as coisas do Universo sem que existissem formas de consciência para registrá-las, tudo seria como se nada existisse realmente. De igual modo, se existisse uma consciência, mesmo Cósmica, mas se não existissem coisas para serem conscientizadas, elas seria estáticas e imanifestas. Deus teria existência se não houvesse a consciência das coisas para torná-Lo manifesto? Existiria apenas como aquele tipo de universo que exemplificamos antes, de uma forma absolutamente imanifesta.

Se meditarmos sobre aquilo que está explícito neste raciocínio, podemos compreender os maiores enigmas da existência. Surge a explicação para o verdadeiro sentido da existência e assim compreenderemos razão pela qual chamamos: O DIVINO TRÊS. Nesta palestra falamos do simbolismo metafísico do numero três e podemos dizer que a sua representação é o triângulo. A consciência pode simbolicamente ser representada por um "olho" dirigindo a visão no sentido dos dois pólos de algum evento. Assim temos o triângulo como algo sagrados.

     O TRÊS É DIVINO E O TRIÂNGULO É SAGRADO PARA OS INICIADOS.
Falamos apenas na TRINDADE METAFÍSICA, porém vale salientar que mesmo no plano material nós vivemos mergulhados nas situações trinas, pois tudo o que se manifesta é trino. Quando algo não parece ser trino por certo se trata de alguma coisa complexa, composta e que pode ser desdobrado em elementos trinos mais simples.




http://www.joselaerciodoegito.com.br/site_tema078.htm
Autor: José Laércio do Egito - F.R.C.

EP # Consciência

Todo o agregado espiritual se divide em níveis de consciência, que nada mais são do que arquivos de memória, informações que o ser, no decorrer de toda a sua evolução arquivou. São conhecimentos bons ou ruins, sentimentos como o amor ou o ódio, as diversas reações quando se depara com algumas situações, enfim, tudo o que possa servir para o seu crescimento espiritual e o aumento da capacidade de discernimento entre as coisas boas e más.
Observamos que o cérebro físico não consegue interpretar por completo o "assombroso" conhecimento que os níveis de consciência detém, tornando a criatura encarnada, muito frágil e suscetível a traumas e complexos, que são gerados por informações de experiências mal sucedidas e, às vezes, trágicas.
Analisando estes detalhes, e nos fundamentando na multiplicidade das encarnações, pelas quais o homem passa, temos a absoluta certeza de que muitas dessas experiências boas ou más, adquiridas na noite dos séculos, de alguma forma, em maior ou menor grau, conseguem ser interpretadas pelo cérebro do encarnado, na forma de fantasias, pensamentos, desejos, frustrações, automatismos, etc., explicando aí, a diferença de personalidade entre os encarnados.
Pelo que temos analisado, ao longo deste aprendizado, o cérebro físico, que pela imutável lei da natureza, não ultrapassa o limite da atual encarnação, repassa muitas vezes ao ser encarnado, de forma muito mascarada, traumas de uma encarnação anterior muito conturbada e cheia de más experiências que se refletem no encarnado, de formas diversas, como por exemplo o "medo" que aos olhos de um terapeuta, pode se traduzir em situações trágicas vivenciadas em alguma outra encarnação no passado e que agora, o cérebro do encarnado, por não ter vivido àquela época, interpreta na forma de sensações e complexos que se não forem reciclados a tempo, poderão proporcionar, ao encarnado, grandes distúrbios, tanto de ordem mental como de ordem física.

Os sete níveis ou corpos
Extraído de Apometria - O Caminho da Harmonia Espiritual e da Felicidade
de J.S.Godinho - Heck Publicações - Blumenau - SC

De acordo com a milenar concepção setenária, originária da antiga tradição oriental, o agregado homem-espírito compõe-se de dois extratos distintos:
A - Tríade Divina ou Ternário Superior ou ainda Individualidade ou Eu - individualidade composta pelos níveis Átmico, Búdico e Mental Superior.
B- Quaternário Inferior ou Ego - Personalidade - composta pelos níveis Mental Inferior ou Concreto, Astral ou Emocional, Duplo Etérico ou Corpo Vital e Corpo Físico ou Somático.
Os corpos Físico e Etérico são corpos materiais, que se perdem pelo fenômeno morte. Os demais são Espirituais e o ser os vai abandonando gradativamente na medida que evolui até se tornar espírito puro.

Corpo Físico - Carcaça de carne, instrumento de suporte passivo, recebendo a ação dos elementos anímico-espirituais, constituído de compostos químicos originários do próprio planeta. São milhares de vidas organizadas e administradas pela vida e comando do espírito. O único estudado e relativamente conhecido pela ciência oficial. Nele, somatizam-se os impulsos desarmônicos oriundos dos demais corpos, níveis ou sub-níveis da consciência, em forma de doenças, desajustes ou desarmonias, que são simples efeitos e não causa.

Duplo Etérico - Alma Vital, vitalidade prânica, reproduz o talhe do corpo físico, estrutura tênue, invisível, de natureza eletromagnética densa, mas de comprimento de onda inferior ao da luz ultravioleta, quase imaterial. Tem por função estabelecer a saúde automaticamente, sem interferência da consciência. Distribui as energias vitalizantes pelo Corpo Físico, promovendo sua harmonia.
O Corpo Etérico é o mediador ou elo plástico entre o Corpo Físico e o Astral ou conjunto perispírito. Essas ligações acontecem ou se fazem por cordões ligados aos centros de força.
E no caso de nosso trabalho no Grupo Ramatís, onde o interesse é mais direcionado aos aspectos do psiquismo, procuramos estudar mais a ligação ou cordão que se liga na região do bulbo ou nuca. No entanto, como trabalhamos também com terapia alternativa, freqüentemente percebemos dificuldades com os demais cordões, que parecem sujos ou emaranhados.
O Duplo Etérico é constituído por ectoplasma - sua base é o éter cósmico e, como composição exterior, o éter físico emanado do próprio planeta Terra e elaborado no fantástico laboratório homem-espírito. É fundamental nos fenômenos de tele-transporte (efeitos físicos) e acoplamento ou sintonia mediúnica. Este corpo possui individualidade própria e tem consciência um tanto instintiva e reduzida, podendo ser dividido em sete níveis ou camadas, conforme estudos e informações recentes da espiritualidade. Grande número de doenças e desarmonias estão alojadas no Duplo Etérico, influenciando daí, o Corpo Físico. Sua cor é azul do lado esquerdo e alaranjado do lado direito e, quando em intensa atividade, tende ao azul-cinzento-violáceo.
Todos os seres vivos possuem Duplo Etérico, embora nem todos tenham Corpo Astral ou Mental. Pode ser afetado por substâncias ácidas, hipnóticas, sedativas ou entorpecentes, e sensível também ao perfume, frio, calor, magnetismo, etc. As criaturas dotadas de mediunidade devem ter o máximo cuidado evitando alimentos ou bebidas com as características acima descritas.
Pode ser afastado do corpo por pequena distância, através de anestesia, transe mediúnico, sono, coma alcoólico, hipnotismo, etc. mas tende sempre a reintegração.
O Duplo vibra em média 1 cm. acima do Corpo Físico. Sua função mais importante é transmitir para a tela do cérebro todas as vibrações das emoções e impulsos que o perispírito recebe da alma além de absorver a vitalidade ou prana do mundo oculto emanada do Sol, misturando-a com as várias energias vitalizantes do planeta e distribuindo-as ao soma. Seu automatismo é instintivo e biológico, não inteligente.
No caso do ataque epiléptico o Duplo Etérico fica saturado de venenos usinados, acumulados e expurgados pelo perispírito ou níveis mais altos da consciência e afasta-se violentamente do corpo, evitando com isso, danos à delicada construção celular do Corpo Físico. Ele possui função semelhante ao do fusível ou chave disjuntora, que sob o efeito de elevação brusca da tensão elétrica, desliga-se automaticamente, aliviando e preservando o sistema.
É claro que existem outros ataques que não são epilépticos, embora semelhantes, e nessa categoria, pela nossa experiência na mesa mediúnica e pesquisas com os níveis de consciência através do Desdobramento Múltiplo, podemos falar de mais três efeitos (ataques) semelhantes:
A- A ação agressiva de um obsessor violento a uma criatura possuidora de alta sensibilidade mediúnica (nervosa) quando direcionada ao pescoço da vítima, produz a mesma aparência do ataque epiléptico.
B- Quando a criatura traz em si, mesmo veladas, lembranças de erros graves em vidas passadas e, por remorso, tende a voltar ao local onde errou, ao defrontar-se com os quadros ideoplastizados ou ainda lá existentes, sofre tremendo impacto nervoso e emocional, entrando em convulsão.
C- Quando antigas vítimas, agora transformadas em vingadores, plasmam ao redor ou na tela mental da criatura, clichês ou quadros tenebrosos de seus erros em passadas existências. Da mesma forma o choque emocional acontece.
Nos três últimos casos o fenômeno geralmente é inconsciente e de difícil diagnóstico, mas perfeitamente passível de tratamento e cura, a nível espiritual num primeiro estágio e psicológico num segundo.
Podemos tomar também, como exemplo do bloqueio de Duplo Etérico com desastrosas conseqüências imediatas, mediatas e de longo prazo, os casos de vícios químicos como fumo, tóxicos, álcool e uso imprudente de determinados medicamentos. Conhecido é o caso da Talidomida que foi recomendada como tratamento nos enjôos da gravidez e produziu um bloqueio nas articulações dos ombros dos futuros bebês por impedimento do fluxo das energias que formariam os braços. Como conseqüência, nasceram bebês apresentando deficiências físicas irreversíveis.
O Duplo Etérico, quando do desencarne do ser, tem ainda a função de drenar dos níveis mais altos para o cadáver, as energias residuais, aliviando, dessa forma, ao desencarnante as sobrecargas desnecessárias e evitando sofrimentos futuros nos charcos de lama ácida do baixo astral, onde o mesmo teria que drenar esses sedimentos negativos. No desencarne por suicídio, acidente ou síncope cardíaca, há como que um choque violento, pela desintegração dos motos vorticosos (chakras), o que provoca o rompimento dos cordões fluídicos, impedindo a imediata e necessária drenagem de que já falamos.

Corpo Astral - Emocional, sensibilidade geral, instinto, emoções passionais. Primeiro invólucro espiritual mais próximo da matéria, facilmente visível por clarividentes. Luminosidade variável, branca argêntea, azulada etc. É o MOB (Modelo Organizador Biológico), é o molde que estrutura o Corpo Físico. Observável por fotografias, vidência, moldagens, impressões digitais, tácteis e aparições fantasmagóricas.
Todos os espíritos que incorporam em médiuns, possuem esta estrutura corpórea sutil, necessária à sua manutenção no mundo astral. Já os espíritos que não possuem este corpo em virtude de sua evolução, se comunicam com médiuns via intuição mental.
Desconfiamos que os espíritos que estão na forma ovóide e que se apresentam sem a forma humana, na realidade não perderam o Corpo Astral, eles o implodiram. Afirmamos isso em virtude de termos conseguido incorporá-los e restabelecer a sua forma humana. Se houvessem perdido, isso não seria possível.
Vamos a um relato de nossa pesquisa:
(Em um trabalho de estudo do Desdobramento Múltiplo, analisávamos o Mental Superior de um colega. Incorporado e já tendo recebido os cuidados terapêuticos que julgamos conveniente às suas necessidades, resolvemos aproveitar de suas possibilidades mnemônicas, já que nos encontrávamos amplamente amparados pelos nossos Mentores ligados ao trabalho de pesquisa.
Interessados em saber o que realmente acontece no processo de ovoidização de um espírito, procuramos verificar se ele (Mental Superior) detinha alguma informação do gênero em sua memória. Como resposta, o mental do colega, nos relatou o seguinte caso:
No intervalo de uma de suas encarnações, o colega em estudo, freqüentava uma avançada escola no Astral. Certo dia ele e seus colegas foram convidados para observar e estudar um antigo colega que, ao final de sua existência física e em vias de desencarnar, ainda se dedicava à magia negra e à rebeldia espiritual consciente.
Na medida em que o processo de libertação acontecia, ficavam mais claros os sinais e as marcas trágicas da vivência desvirtuada e dos talentos mal utilizados por aquele ser.
Liberto do Corpo Físico, o veículo astral mostrava-se enegrecido e com visíveis sinais de decomposição e desgaste. Era como se as energias se esvaíssem incontrolavelmente, produzindo na criatura um desespero irremediável e avassalador.
Ao final do processo ele não tinha mais forma humana, uma espécie de ovo era o que restava. No mundo da sua mente, o terrível remorso por saber, que de suas ações impensadas, resultara a causa de tão trágico desastre, a própria perda.
Imensa e desesperadora sensação de vazio e solidão lhe ocupavam o espaço mental. Dali por diante e por longos anos ou séculos, seria o algoz e a vítima de si mesmo, experimentando todo o horror da consciência mutilada.
Aquele que recusara a orientação e o amparo da Lei,, ficaria entregue ao caos que imprudentemente deflagrara em si mesmo. Sentindo-se sem nenhuma esperança e aterrorizado, mergulhou em negro abismo interior. Colhia a própria e insensata semeadura. Até quando? Só Deus, na sua infinita sabedoria e bondade, poderia saber.
Após este relato, profunda reflexão nos invadiu a alma. Ficamos a pensar que, com certeza um dia, após expiar seus crimes, acordará, e nesse dia, se aperceberá que não pode e não deve lutar contra o inelutável, o invencível poder das Leis evolutivas que são delineadas para a condução benéfica e harmoniosa da criatura ao Criador.
A Bondade Infinita, que a ninguém desampara, estará velando. E quando essa criatura estiver pronta e disposta a regenerar-se, será então, socorrida e tratada.)
Por outro lado, verificamos também que os médiuns que se recusam sistematicamente a educar sua mediunidade e colocá-la a serviço do semelhante no trabalho do bem, acumulam energias nesse corpo e no Duplo, deformando-os e prejudicando-os.
O Corpo Astral tem ainda a função da sensibilidade, dor ou prazer, registro das emoções sob vontade, desejos, vícios, sentimentos, paixões, etc., que nele são impressos pela força do psiquismo.
Este corpo é utilizado no mundo espiritual para incorporar espíritos já desprovidos dele, tal como nossas incorporações mediúnicas. O Corpo Astral pode desencaixar (desdobrar) do Físico por anestesia, coma alcoólico, droga, choque emotivo ou desdobramento apométrico da mesma forma que o Duplo Etérico. É com ele que, nos trabalhos com a técnica da Apometria, projeções astrais conscientes ou por sonho, viajamos e atuamos no tempo e no espaço. Tem a condição de desdobrar-se em sete sub-níveis conservando sua consciência e faculdades.

Corpo Mental Inferior ou Concreto - Alma inteligente, mentalidade, associação de idéias, sua aura ovalada envolve todo o corpo, pode ser registrado por fotografias ou percebido pela vidência. É o corpo que engloba as percepções simples, através dos cinco sentidos comuns, avaliando o mundo através do peso, cheiro, cor, tamanho, gosto, som, etc. É o repositório do cognitivo. É o primeiro grande banco de dados onde a mente física busca as informações que precisa, seu raciocínio é seletivo. Ele registra aquilo que, exterior à nossa pele, impressiona o nosso sistema nervoso. Está mais relacionado com o Ego inferior ou Personalidade encarnada.
Este corpo, quando em desequilíbrio, gera sérias dificuldades comportamentais tais como comodismo, busca desenfreada de prazeres mundanos, vícios etc. Normalmente sua forma é ovalada, mas pode ocorrer em raros casos uma forma triangular ou retangular, tem cores variáveis, podendo desdobrar-se em sete sub-níveis com os mesmos atributos que lhe são inerentes.

Corpo Mental Superior ou Abstrato - Memória criativa, pode ser percebido pela vidência. Este corpo é o segundo grande banco de dados de que dispõe o ser. Ele elabora e estrutura princípios e idéias abstratas, buscando sínteses ou conclusões que por sua vez são geradoras de novas idéias e assim por diante, infinitamente.
Quando ligado às coisas superiores, ocupa-se de estudos e pesquisas visando o aprimoramento do ser. Quando apegado às vivências inferiores em conexão com seus atributos de poder, mando e domínio do meio, cria sérias dificuldades à personalidade encarnada, pois costuma fragmentar-se em sub-níveis, liderando linhas de perturbação com os demais, que se ausentam, ignorando a realidade da personalidade encarnada.
Tem forma de uma rosácea com nove pétalas quando harmônico e saudável, tom cromático de chamas amareladas ou laranja com várias outras nuances de cores, e cada pétala tem um significado por estar ligada ou retratar as vibrações de cada um dos sete níveis, (sendo que o Átma, o Astral e Duplo Etérico são representados por duas pétalas cada, O Búdico está representado pela pétala superior em forma de cálice contendo dentro três pétalas menores representando as três almas, Moral, Intuitiva e Consciencial). Por ser o equipo do raciocínio criativo, é nele que acontece a elaboração do processo responsável pelo avanço científico e tecnológico, além de todo nosso embasamento filosófico. É o corpo que faz avaliações, formula teorias, relaciona símbolos e leis.
Trata do subjetivo, da imaginação, está mais relacionado com o Eu Superior ou Crístico, com a Individualidade. É o Corpo Causal, é causa, detentor da vontade e imaginação, é normalmente o gerenciador dos programas e ações do ser. Apega-se facilmente ao mando e poder, é o nível que tem o atributo do domínio do meio onde o ser vive, podendo por alguma contrariedade reagir negativamente a esse meio.

Corpo Buddhi - Composto pelas três Almas - Moral, Intuitiva e Consciencial - veículos e instrumentos do espírito. Suas linhas de força formam o corpo do mesmo, matéria hiperfisica, de sutil quintessenciação. Tem como atributo principal o grande núcleo de potenciação da consciência. Lá as experiências e acontecimentos ligados ao ser estão armazenadas e é de lá que partem as ordens do reciclar permanente das experiências mal resolvidas.
Alma Moral - Discernimento do bem e do mal sob o ponto de vista individual, tem a forma de um sol em chamas, é o veículo do espírito que impulsiona o espírito a obediência às leis do local onde o espírito está encarnado e comanda o comportamental da entidade encarnada em relação ao meio.
Alma Intuitiva - Intuição, inspiração do gênio científico, literário e artístico. Iluminismo. Em forma de ponta de lança triangular irradiando em torno, chamas ramificadas, animada de movimento rotatório lento, antena captadora e registradora das informações que vibram no cosmo. Instrumento da inspiração.
Alma Consciencial - Em forma de pequeno sol muito brilhante, radiações retilíneas, centro da individualidade espiritual. Consciência coordenadora e diretora da vida, elo de ligação com a Centelha Divina.
De um modo geral o Corpo Buddhi é pouco conhecido. Longe de nossos padrões físicos e de nossos meios de expressão, não há como compará-lo.
É o verdadeiro perispírito, ao final do processo evolutivo, quando os demais a ele se fundiram. É nele que se gravam as ações do espírito e dele partem as notas de harmonia ou desarmonia ali impressas, ou seja, as experiências bem significadas estão ali arquivadas e são patrimônio do espírito. As experiências mal resolvidas são remetidas de volta à personalidade encarnada para novas e melhores significações. E por ser, no espírito, o grande núcleo de potenciação da sua consciência cósmica, suas impulsões terão seus efeitos visíveis e somatizados no Corpo Físico ou no psiquismo da personalidade encarnada.
Tudo o que é inferior tende ao movimento descendente e o soma passa a ser o grande fio terra do ser em evolução. Quando em trabalho de limpeza dos cordões energéticos que ligam os corpos, observamos que ao se desbloquear os cordões, intensa e luminosa torrente de luz multicor jorra até os corpo s inferiores.
Observados pela visão psíquica (vidência), o Buddhi e o Átmico formam maravilhoso e indescritível conjunto de cristal e luz girando e flutuando no espaço.

Corpo Átmico.- Espírito Essência ou Centelha Divina - Idiogênese diretriz e formativa, princípio fundamental e coordenador. Esfera multifacetada, verdadeiro sol irisado de luzes policrômicas. Inexplicável, indescritível, imanente, transcendente e eterno. Eu Cósmico. Mônada ou Semente pulsante de vida.