14.4.11

EP # O TRÊS

O Divino Três
" Deus é como o vento que passa;
sentímo-lo em toda parte e não
o vemos em lugar algum."



mistério número 4

Número 3
Quando observamos um fenômeno qualquer e dele nos conscientizamos inegavelmente ele já está na fase dois, conseqüentemente terá polaridade evidente, do contrário poderia existir apenas sob uma forma indetectável.

Tudo começa por um ponto, fase um, inconscientizável; daí vai se expandindo e criando polaridade, podendo essa expansão ser maior ou menor, conforme a natureza do fenômeno e sua amplitude.
Vamos supor a cor. De início apareceria algo vibrando em um ponto dentro da faixa correspondente às cores. Daquele ponto a freqüência iria se expandindo ate atingir num dos extremos a freqüência de 280.000.000.000.000 c/s aproximadamente, que é a freqüência, mas baixa da luz visível e corresponde à cor vermelha; e, no outro sentido até aproximadamente l.1000.000.000.000.000 c/s a freqüência mais alta da faixa de luz visível e correspondente à cor violeta.

Quando necessitamos examinar um fenômeno devemos delimitá-lo de alguma forma. Para um fenômeno que pode se expandir em todos os sentidos a melhor figura para delimitá-lo é uma esfera ou, em sua projeção plana, um circulo. Então tracemos um círculo e delimitemos uma área na qual situamos o evento em estudo. Na figura 1 estamos delimitando a faixa das cores, delimitando a faixa das cores.
faixa de cores

Figura 1
Na fig. 1 representamos o "universo das cores" que nada mais é do que do que a vibração de MA dentro da faixa compreendida entre 280.000.000.000.000 c/s e 1.100.000.000.000.000 c/s, portanto a circunferência que delimita o fenômeno deve passar pelas extremidades dos dois pólos opostos da linha representativa das oscilações das cores. Neste caso é fácil delimitar o tamanho do círculo, calcular o tamanho do campo do universo das cores, porém há casos bem mais difíceis por se desconhecer onde algo começa e termina. O tamanho do círculo corresponde ao tamanho do campo do próprio fenômeno. Se este abranger poucas faixas vibratórias, será pequeno; se muitas, ele será amplo. Isto equivale a dizer que quando uma coisa qualquer já se desenvolveu completamente o seu campo terminou ali o universo de tal evento. Por exemplo: o limite para o universo material é, de um lado, a freqüência mais baixa que pode ser reconhecida como matéria, e do outro, a freqüência mais alta.
Já referimos que é necessário para a existência de algo conscientizável, além das duas polaridades representadas pelos números "um" e "dois", uma terceira condição, uma forma de consciência para assinalar a sua existência, podendo ser reapresentada numericamente pelo três.

Se situarmos a linha representativa com as extremidades localizadas nos limites desse círculo, teremos um círculo cujo diâmetro equivale aos limites daquilo que é examinado.

Quando um fenômeno é evidenciado, necessariamente houve uma terceira condição, houve algo que se deu conta disto, do contrário não se saberia da sua existência. Na representação gráfica apresentada o intelecto que detecta o evento deve ser também expresso na figura e assim formaremos um triângulo inscrito no círculo. Este terceiro ponto pode ser localizado em qualquer lugar do círculo desde que a mente pode se situar nos mais diversos lugares, exceto na linha representativa do fenômeno porque ela nunca está dentro do evento por sempre ser de natureza diferente. A partir daquele terceiro ponto é possível se construir um triângulo inscrito no campo em que o fenômeno se desenvolve. Se a consciência estiver fora do campo não detecta o fenômeno e este não é o caso em estudo.

Após estas considerações pensemos no seguinte: Se todas as coisas que se manifestam segundo a lei da polaridade existem, se não houver alguma expressão da consciência para registrá-las? Aquelas coisas podem ser consideradas como manifestações completas? Em outras palavras, mesmo existindo algo, mas sem que haja alguém para tomar ciência disto é o mesmo que a fase um. Até mesmo o bipolo um e dois só se torna manifesto quando há alguma expressão da consciência para registrá-lo. Existiria beleza, mesmo existindo os dois extremos bonito e feio, se não existisse concomitantemente alguém para ter idéia disso? Existiria idéia de grandeza, embora existindo o grande e o pequeno, se não houvesse alguém para se dar conta disto? O quente e o frio, se não houvesse alguma forma consciente para tomar ciência disto? Um tiro existiria como tal sem um ouvido para detectá-lo? Haveria sim a explosão, mas estamos indagando é se existiria o efeito sonoro. Todas essas indagações têm respostas negativas, obviamente. Assim temos duas situações a serem consideradas:

  1. Mesmo havendo consciência algo só se manifesta pela lei da polaridade (pelo um e pelo dois) Não se manifesta quando somente um dos pólos existe (o que equivale a não existir)
  2. Havendo os pólos, um e dois, mas não havendo consciência, o três, para registrar o evento ele passa como se inexistisse.
Por isto é que isto advém uma grande verdade: O TRÊS É O NÚMERO SIMBÓLICO DAS MANIFESTAÇÕES PERFEITAS.

Algo só é plenamente manifesto quando se apresenta como um, dois e três. Os dois pólos simbolizados pelo um e pelo dois e a conscientização do evento pelo três.

O simbolismo do três é tão alto, tão transcendente, que aquele que senti-lo em toda sua plenitude, aquele que penetrar em seu mistério, será um iluminado, um liberto e terá respondido a multimilenar indagação: Quem somos, para que estamos aqui, por que viemos, por que sofremos, e para onde vamos.

Vamos supor um planeta hipotético em que agora acontecesse um cataclismo fenomenal que o destruísse totalmente. Se estivesse acontecendo isso neste exato momento, por acaso aquele planeta e aquilo tudo existiria como realidade para nós se não houvesse concomitantemente alguma forma de consciência para se inteirar do evento? Certamente não, pois tudo o que existe somente é real segundo a sua aparência, segundo uma forma de aceitação pela mente mediante algum tipo de percepção. Se esta não estiver presente o fenômeno não existirá como realidade.

Até aqui comentamos sobre a manifestação trina no campo da existência e na conscientização a respeito das coisas. Vamos agora nos aprofundar um pouco mais analisando um fenômeno isolado, mesmo que possamos analisar todas as coisas de uma só vez, de uma forma global.

Ora, todas as coisas que existem constituem o universo completo. Então, vamos considerá-lo com todas as suas transformações e ocorrências. Já sabemos que tudo no universo é resultante da ação de RA sobre MA ocasionando as vibrações cósmicas constitutivas da existência, detectáveis pelo bipolo universal expresso numericamente pelo um e pelo dois. Mas o um e o dois só se tornam uma manifestação perfeita quando está presente o três, normalmente considerado como a consciência que identifica o evento, ou o "olho" que o detecta. Sem consciência as fases um e dois existem como atualidade, mas não como realidade. Em outras palavras: Existem, mas não se manifestam.

O Universo seria uma realidade se não houvesse uma parcela da consciência em todas as coisas para evidenciá-lo? Se não houvesse a consciência também não haveria manifestação perfeita e tudo se passaria como se nada existisse. Suponhamos que haja um outro universo idêntico a este algures no cosmos e que dele não tenhamos ciência. Ele existe para nós? Poderá existir para as consciências que nele se situem, mas não para as demais que o ignoram. Mas, se não houver alguma forma consciente nele? Se assim for ele não existe para nós e não existe para ninguém, portanto é como se fosse inexistente de uma forma absoluta.

Nos seres vivos e, talvez, também nos inanimados sempre existe uma parcela de consciência que é parte da Consciência Cósmica. Ou melhor, todas as frações de consciência juntas são parte da Consciência Cósmica; assim com todas as coisas do universo juntas perfazem o próprio universo. Por essa razão tudo aquilo que tiver alguma parcela de consciência tem conseqüentemente algo de divino, pois é através da consciência de todas as coisas que se manifesta a Consciência Cósmica. Como dizia o Mestre Jesus: "VÓS SOIS DEUS". Neste sentido, como parcela da Consciência Cósmica, o homem é uma criatura divina e perfeita. Toda imperfeição reside na personalidade humana a partir da mente envolvida, no EGO e nunca no EU Cósmico e eterno expresso como Consciência.

Mas como justificar as imperfeições dos seres humanos? Ocorre que a consciência manifesta no indivíduo torna-se dominante no plano material da vida, onde as injunções da matéria, do corpo, determinam as atitudes errôneas permissíveis pelo livre arbítrio. O ser em sua missão no mundo da matéria densa tem que tomar decisões objetivas por isto ele é dotado de duas formas de expressão da consciência. Uma é a consciência clara, pura, perfeita que aflora como intuição e outra é a exteriorização através da razão, sujeito às emoções. Uma flui pela coluna de Hochma da árvore da Vida, pela coluna da misericórdia, perfeita e intuitiva. A outra se manifesta pela coluna da esquerda, pela coluna de Binah, pela coluna do rigor, do intelecto cerebral. Como o ser tem que se desenvolver num mundo material denso e grosseiro naturalmente nele há o predomínio do lado mais grosseiro da "Árvore da Vida".

Se o homem não houvesse esquecido de sua missão cósmica, certamente nele existiria equilíbrio entre as duas formas de manifestação da consciência. Esse equilíbrio deixou de existir pela "queda". A QUEDA do homem implicou num mascaramento da mais importante parcela da sua consciência, e a partir disso ele passou a se deixar guiar fundamentalmente por uma parcela incompleta, falha, e cheia de paixões predominante na coluna do rigor.

Se não existisse o universo, expressão das fases um e dois, certamente a consciência não seria a fase três e sim a fase um. Em essência e em consciência anímica somos uma dessas unidades. É através de nós que a Consciência Cósmica se torna plenamente manifesta. Os seres são tentáculos da Consciência Cósmica. Isto é exatamente o que somos em essência.

Viemos da Consciência Cósmica e para ela por certo voltaremos, pois tudo no Universo está preso à Tríade Imutável: Criação - Conservação - Destruição. Tudo nasce, vive, e morre, exceto o ABSOLUTO. Há um fluir eterno através da existência das coisas. O Supremo Ser sempre está criando a Si mesmo, como dizem os livros sagrados da Antigüidade. Tudo aquilo que foi criado retorna algum dia para aquilo que lhe deu origem.

Se existissem todas as coisas do Universo sem que existissem formas de consciência para registrá-las, tudo seria como se nada existisse realmente. De igual modo, se existisse uma consciência, mesmo Cósmica, mas se não existissem coisas para serem conscientizadas, elas seria estáticas e imanifestas. Deus teria existência se não houvesse a consciência das coisas para torná-Lo manifesto? Existiria apenas como aquele tipo de universo que exemplificamos antes, de uma forma absolutamente imanifesta.

Se meditarmos sobre aquilo que está explícito neste raciocínio, podemos compreender os maiores enigmas da existência. Surge a explicação para o verdadeiro sentido da existência e assim compreenderemos razão pela qual chamamos: O DIVINO TRÊS. Nesta palestra falamos do simbolismo metafísico do numero três e podemos dizer que a sua representação é o triângulo. A consciência pode simbolicamente ser representada por um "olho" dirigindo a visão no sentido dos dois pólos de algum evento. Assim temos o triângulo como algo sagrados.

     O TRÊS É DIVINO E O TRIÂNGULO É SAGRADO PARA OS INICIADOS.
Falamos apenas na TRINDADE METAFÍSICA, porém vale salientar que mesmo no plano material nós vivemos mergulhados nas situações trinas, pois tudo o que se manifesta é trino. Quando algo não parece ser trino por certo se trata de alguma coisa complexa, composta e que pode ser desdobrado em elementos trinos mais simples.




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Autor: José Laércio do Egito - F.R.C.