ESCOLA AGARTHA DE FILOSOFIA & MISTÉRIOS:
A “eterna” condição humana de Aprendiz
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“O homem é uma ponte entre o menos-que-o-homem e o mais-que-o-homem.”
F. Nietzsche
O poeta do Super-Homem, acima citado, deixou muitas grandes verdades para a nossa reflexão.
O homem não é o ápice da Criação, ao menos não como ser humano mortal e falível. Revestido de luz, compaixão, perfeição e discernimento, ele se torna já quase outra criatura.
Ora, na classificação dos Sete Reinos da Criação, a Humanidade representa o Quarto Reino, ou seja, ela intermedia os Reinos inferiores e os Reinos superiores. Apenas isto já lhe confere um expresso aspecto de transição e de instabilidade.
Uma das coisas que o homem mais exercita nesta condição, é o seu próprio livre-arbítrio. Então, os esforços dos Mentores espirituais, é tratar de orientar a humanidade a empregar a sua liberdade de uma forma sábia e equilibrada, visando a própria evolução. Porém, existem também as forças das Trevas, que se esforçam na direção contrária. A existência humana se dá entre estas potências espirituais, que disputam este território relativamente neutral, embora os esforços da luz sejam pela evolução humana e o respeito à sua natureza.
De todo modo, todo o ser humano cônscio de quem é, dos seus limites e potencialidades, fará um esforço próprio para estar próximo das forças da Luz, sabendo que a escuridão se lhe penetra facilmente. Para isto ele deve se valer de todos os recursos disponíveis, a começar pela criação de um meio-ambiente são que favoreça a expansão da alma, de associados de boa índole e de um lugar próprio de culto ou de meditação.
Uma coisa que ele deveria tratar de ter sempre em mente, é a importância de salvar a sua própria alma, para além de atitudes simbólicas (batismo, etc.) e crenças improváveis (reencarnação, etc.).
Ele deveria se esforçar para entrar na Senda, e assim começar a garantir a sua própria liberação, inicialmente pela intermediação dos grandes Seres, depois pelos esforços próprios, e finalmente se capacitando a auxiliar ativamente os mais necessitados.
Nas Ciências da Iniciação, dentro das verdadeiras Escolas de Sabedoria, o iniciado apenas deixa realmente de ser um aprendiz, quando alcança a Quinta Iniciação, tornando-se um Adepto, um alquimista consumado, portanto. O nome dado a este grau da Índia é Asekha, ou “não-discípulo”, isto é, um Mestre. Cabe não confundir este título com o seu uso profano, e nem com a função dos instrutores menores em qualquer esfera.
As quatro iniciações anteriores, ditas “elementais”, configuram o plano humano de evolução, cobrindo os planos Físico, Emocional, Mental e Intuitivo. Na realidade, este quadro não tem estado sempre disponível à todos, dependendo da evolução humana e suas raças. No entanto, hoje já se pode ter acesso a todos os planos humanos de evolução, porque a humanidade está começando a viver a sua última raça-raiz.
De todo modo, é importante a todo o ser humano saber que, até o final da sua jornada, ele será sempre um aprendiz. Todas as conquistas humanas são importantes, mas nada disto faz dele um ser liberado. De certo modo, podemos conceder ao Arhat, ou ao iniciado de quarto grau, uma muito nobre condição, porque este ser tem alcançado a primeira iluminação e, com isto, obtido a imortalidade da sua alma ou consciência.
Eis que ele até poderá se julgar um mestre, como muita gente que chega a bem menos também gosta de pensar sobre si mesmo. Um imortal, poderá pensar ele, é alguém que pode desafiar a tudo e a todos, sem temor de morrer de todo (já a morte física é inevitável e universal). Na prática, alguém que chega a isto, já terá se refinado muito.
Mas esta condição ainda não faz dele um Mestre, pois os Adeptos são muito raros, mesmo que eles também sejam em maior número na nova raça. Como dissemos, a evolução humana é dos Quatro Elementos, sujeitos por si sós a certa volatibilidade e volubilidade. É preciso manter a conexão com as Fontes, feita de forma direta e através da Hierarquia. Os dois pólos são necessários: consciência e disciplina, de modo que relaxar pode comprometer até o fluxo da energia que parece tão poderosa no iluminado.
Mesmo sendo um iluminado primário, o Arhat ainda é um ser humano porque pertence a este reino, estando daí sujeito a oscilações de consciência. Verdade que ele já faz parte da glória de Deus, porém ainda não é detentor de uma visão maior, sendo isto sim uma pessoa que pensa mais como indivíduo.
Ora, o verdadeiro Mestre, é um ser que adquiriu uma dimensão coletiva, e que flui nele uma energia de síntese. Quando certas pessoas-de-imaginação professam o “avatar coletivo” (o que quer que isto signifique), elas não alcançam conceber que os mestres são todos eles seres coletivos, no sentido de existirem apenas para vibrar uma nota grupal de união e da grandeza própria deste tipo de concerto social, demonstrando que estes leis trazem sempre novas possibilidades para o ser humano. Assim, o mais provável é que, no dia em que for possível a “difusão” da avatarização, ela já não será mais necessária neste mundo.
Uma coisa a saber, é que ser humano é estar sujeito ao conflito. Jamais se resolverá de todo a sua situação, porque ele tem a semente de Deus no seu coração, solidamente plantada, e a não ser que ele se aliene de um modo ou de outro, não pode aceitar os limites que a Natureza lhe impõe, almejando todavia avançar até a suprema perfeição, seja o que for que isto signifique. Ou seja, ele deve almejar cada vez mais se aproximar de Deus e da verdade, e isto o levará à auto-superação, a vencer limites, a desafiar as fronteiras estabelecidas.
A condição do “eterno aprendiz” apenas é confortável quando nos ajustamos à condição humana de uma forma pacífica, assimilando os próprios limites com humildade e sem abastardar as leis do céu e da terra, ou quando estamos buscando evoluir de uma forma contínua e conseqüente, com o apoio ativo das forças superiores internas e manifestadas. De outra forma, ela se torna uma ilusão. Cair também faz parte de todo o aprendizado, porém cabe saber se levantar sempre, e buscar cada vez cair menos para que a nossa jornada leve aonde ela deve levar.
Da obra “Vivendo o Tempo das Profecias”