9.10.07

Terapias Quânticas





Medicina Integral: a Medicina da Nova Era

Um grupo interdisciplinar de pesquisadores iniciou há 38 anos no México uma forma diferente de tratar a saúde do ser humano. Após estudarem todas as áreas desenvolvidas para a cura de doenças (acupuntura, fitoterapia, homeopatia, cromoterapia, cristaloterapia, etc.) resgatou-se aquilo que se achou válido e se acrescentou o conceito mais moderno da física quântica chegando a definir teorias de função do ser humano, ou seja, a biofísica. O homem através da história da medicina tradicional se preocupou muito apenas com a explicação do corpo e mente do ponto de vista da bioquímica. Vejamos como eles mesmos definem esta nova ciência...

"Sem danificar o delicado equilíbrio da vida, nasce um novo conceito para o tratamento das doenças"

Conceituamos o ser humano como uma entidade em evolução estruturado por corpo, emoções, mente e alma. Quando estes elementos interagem em harmonia se estabelece o estado de Saúde, ao contrário, ao perderem a coerência, se faz evidente o estado enfermo ou doença.

Desde 1968, durante um tempo, um grupo interdisciplinado se dedicou a investigar vários tratamentos alternativos como acupuntura, fitoterapia, cromoterapia, homeopatia entre outras, com o propósito de desenvolver um sistema terapêutico que integre aqueles recursos para garantir uma porcentagem razoável de cura de patologias no menor tempo possível e com maior eficácia.

Atualmente, constituído como Centro de Estudos Kardem, nosso grupo tem sede em Guadalajara, Jalisco (México). Existem participantes do México, Venezuela, Espanha, França, Estados Unidos, Perú e Colombia.

Nossas pesquisas se iniciaram a partir de um ponto de vista diferente ao que predominava naquela época, e assim, tomamos como premissa que o corpo humano é formado por matéria e energia.

Com os avanços da investigação científica se tem avançado também na compreensão do comportamento da matéria até chegar a especialidades como a engenharia genética. Não obstante, não se atingiu o mesmo ritmo de avanço tão acelerado nos estudos em torno dos fenômenos quânticos na conformação de ambientes de energia que permitam uma inter-relação total entre mente e corpo, e o que isto implica no sofrimento. Para atender a essa lacuna no conhecimento, estudamos a fundo o comportamento da energia, aprofundando-nos no universo sub-atômico e desenvolvemos um modelo biofísico* para compreender o ser humano de maneira integral nesse novo âmbito, e poder estabelecer a relação entre as diversas movimentações dos fluxos energéticos e as diversas patologias.

Em base a este modelo criamos uma anatomia e fisiologia energética e sua íntima correlação com os sistemas, aparelhos, órgãos, tecidos e células que integram o corpo humano. Também se compreendeu a fisiopatologia e a etiopatologia para explicar os "comos" e os "porquês" das diversas alterações energéticas que causam as doenças, derivadas entre outras causas, dos hábitos inadequados com relação a exercícios físicos, alimentação, respiração, sono, conflitos emocionais, frustrações e atitudes mentais inadequadas.

Inicialmente se formam alterações e interferências na forma e funções dos elementos biofísicos, e logo se manifestam como doenças nas estruturas biológicas e nos processos bioquímicos do organismo.

Este modelo biofísico do corpo humano, periodicamente é atualizado para se manter em dia com a aplicação dos avanços da Física Quântica na Medicina.

Do princípio que a vida se desenvolve graças a três funções básicas: comer, respirar e dormir, pensamos que nosso primeiro desafio era encontrar a relação entre os diferentes tipos de doenças e os hábitos ligados a estas funções. Os resultados iniciais dessas investigações fizeram surgir o conceito de uma Medicina Integral Personalizada, com o objetivo de se tomar consciência nos seguintes pontos e encorajar o paciente a implementar algumas mudanças em sua vida em prol de sua saúde:

1o. Entender os hábitos negativos desenvolvidos por um paciente para sugerir novos hábitos positivos para sua saúde que o ajudarão a recuperar o equilíbrio. O esforço para se manter uma disciplina e praticar estes hábitos simples é recompensado quando se desfruta de plenitude e se recupera a jovialidade.

2o. Desenvolver sistemas alimentares integrando o critério químico-calórico tradicional com o critério quântico, para não colocar atenção somente no balanço nutricional, mas também equilibrar as diferentes energias, indispensáveis para o funcionamento afinado dos "ambientes" que se formam no interior de cada órgão.

3o. Recomendar os exercícios respiratórios convenientes para propiciar uma oxigenação apropriada e os exercícios corporais pertinentes para liberação dos estados de estresse.

Dados os resultados obtidos, ficou demonstrado que implementar um "Programa de Saúde Integral" simplifica o processo de recuperação e mesmo sem o uso de remédios, em algumas enfermidades a recuperação foi de até 30%.

Para terminar, se tem desenvolvido uma série de recursos a nível de laboratório que permitem corrigir transtornos e alterações energéticas que, ao mesmo tempo em que estimulam o funcionamento correto das funções do organismo, não o intoxicam nem lhe causam danos colaterais para se chegar a cura completa. Assim, não se afeta o equilíbrio da vida. Ao se restabelecer a ordem, é permitido ao corpo recuperar a saúde.

Dr. José Luis González Ladera - Coordenador Acadêmico

Lic. Victor Sánchez Vigil - Coordenador Docente

por Oscar Franco - http://www.vialuz.com/linkArticles.do?id=577&typeId=7


29.9.07

Complementar Holismo e a medicina Ortomolecular

http://www.medicin
 http://www.medicinacomplementar.com.br

http://www.medicinacomplementar.com.br/sdi4/sdi4-arquivos/imagens_biblioteca

http://www.medicinacomplementar.com.br/sdi4/sdi4-arquivos/imagens_biblioteca/PDF/dieta_inteligente.pdf

 http://www.medicinacomplementar.com.br/sdi4/sdi4-arquivos/imagens_biblioteca/PDF/florais_de_salem.pdf


 http://www.medicinacomplementar.com.br/sdi4/sdi4-arquivos/imagens_biblioteca/PDF/saude_plena.pdf






28.9.07

PNL





















O currículo de Azevedo é extenso, invejável e pode ser conferido no seu site pessoal --- http://synectics.cjb.net --- Mas como conhecemos uma árvore pelos seus frutos, vou cometer o pecado da gula e pular direto para a entrevista.


Ferrari

Azevedo, para começarmos situando o leitor, nos dê uma explicação genérica (essencial) da razão de ser da PNL. O que é? Como surgiu? Pra que serve?


Azevedo

A PNL (Programação Neurolingüística) surgiu na efervescência da Califórnia, em 1975. Richard Bandler, então estudante e John Grinder, que era seu professor, sairam com uma câmera em punho, filmando e analisando os melhores comunicadores que conseguiram entrevistar. Seu objetivo era descobrir modelos de desempenho de sucesso. Filmaram jornalistas, terapeutas e professores. Os mais famosos foram: Fritz Perls, pai da Gestalterapia; Virgínia Satir, criadora de Terapia Familiar, e Milton Erickson, criador da moderna abordagem indireta na hipnoterapia. Além disso entrevistaram Alfred Korzibsky, famoso linguísta (que cunhou a famosa frase "o mapa não é território"), Noam Chomsky (criador do que é conhecido como "estrutura profunda e estrutura superficial da linguagem), Gregory Bateson (antropólogo), Edward Hall (escritor sobre percepção e realidade subjetiva) e o psicanalista Paul Watzlavick (que estudou profundamente a teoria dos sistemas e sua aplicação em terapia).


Muitos se perguntam quais são as bases conceituais da PNL. Se estudarmos as obras das pessoas acima relacionadas (e muitas delas já estão em português), encontraremos todas as bases da PNL. Só que Richard Bandler e John Grinder são pessoas objetivas e pragmáticas, não exatamente teóricos conceituais. Eles fizeram uma urdidura desta trama de conceitos e, a partir do híbrido conseguido, criaram a Programação Neurolingüística.


Não vou me alongar demais como surgiu - para isso existem os livros. O importante é o que a PNL é, ou está se tornando, hoje em dia. A PNL é um conjunto de ferramentas em perpétua evolução. O que é a PNL? O melhor termo é ainda o focado no seu objetivo: é uma arte para desenvolver a excelência na experiência subjetiva, através da comunicação humana, para facilitar o atingimento de metas.


Alguns a chamam de uma metodologia ou uma tecnologia. Só que metodologia significa algo já ortodoxo, congelado no tempo. E tecnologia pressupõe um conjunto muito certinho de passos, completamente testado sob os parâmetros científicos e já matematizado, algo que não representa a plasticidade da PNL atual. A PNL usa as descobertas da ciência, mas não é ciência. Ela é muito mutável para ser uma metodologia ou tecnologia. Visa ser principalmente efetiva, no sentido de alcançar resultados. Seria mais apropriado chamá-la de um conjunto de ferramentas pragmáticas de mudança e de busca de excelência, pois assim como no seu início, na década de setenta do século passado, ela se abeberou do que estava sendo discutido como mais moderno, em termos de neurociência, percepção subjetiva, antropologia, linguística e psicoterapia, hoje em dia ela se avizinha do que é discutido hoje, na área da psicobiologia, psicoimunobiologia, treinamento e coaching e tudo o mais que possa ser útil para o seus objetivos...


Muita gente ainda acha que a PNL é um tipo de psicologia, ou um tipo de psicologia simplificada, voltada para o uso pessoal, como uma forma de auto-ajuda. Algumas vezes pode ser usada assim, mas há diferenças intrínsecas. Escutei recentemente, do Dr. Jairo Mancilha, famoso trainer da PNL, a frase: "PNL é diferente de psicoterapia, pois na maior parte das vezes a psicoterapia segue o modelo da medicina: focalizar o que está errado e tentar consertar isso. A PNL segue um pressuposto diferente: focalizar o que está certo, o que faz sucesso, e ampliar isso. Desse modo, a PNL se assemelha principalmente a uma forma de aprendizado, de treinamento perceptivo e linguístico."


Agora, para completar o seu triunvirato - desta primeira pergunta que na verdade são três... - vamos responder para que serve a neurolinguistica. Já disse que não é psicoterapia - mas pode ser usada por psicoterapeutas. E não é em si ensino de alguma coisa - mas pode ser usada por professores, instrutores e treinadores. E também tem aplicação para vendedores, executivos, chefes e líderes, políticos e quaisquer outro tipo de pessoas que interagem com pessoas, seja uma só pessoa ou milhares delas... E isto porquê é, em essência, ferramentas de comunicação eficiente, e de comunicação persuasiva. Como a PNL é, em resumo, uma forma de entender e modificar a experiência subjetiva, através da comunicação, seja interna (de nós para nós mesmos, para nossos estados internos) ou externa (para as pessoas ao nosso redor), fica difícil estabelecer um tipo de local ou ambiente onde ela não possa vir a ser de alguma utilidade...













Perguntinha difícil... De que é feita a PNL? Seus componentes são o mesmo da comunicação humana: palavras, tons de fala, gestos, linguagem corporal em geral. Mas podemos ir mais fundo, dizendo que a PNL é feita de percepções da realidade, do outro e de si mesmo. Sua intenção é buscar percepções mais ricas e, por isso, mais flexíveis, capazes de atingir melhor os objetivos desejados.


A PNL interage com os componentes que criam o comportamento humano - a linguagem, a fisiologia individual e as crenças cognitivas. Estas bases, ou fontes, criam estados mentais que se refletem no comportamento exterior, das pessoas e grupos.


Já ouviu falar de "Efeito Borboleta"? Este é o termo que costumamos usar para indicar que a partir de pequenas causas podem ser obtidos enormes resultados, em uma sinergia fantástica. É isso que a PNL persegue: a partir de pequenas mudanças controláveis na linguagem, na fisiologia corporal (postura física, tonus muscular, ritmo respiratório, cinestesia e sinestesia interna) e nas crenças e valores pessoais, busca-se (e espera-se) uma enorme mudança no comportamento observável.


Ferrari

Azevedo, você falou em estados mentais que se refletem no comportamento exterior. Então eu lhe pergunto:


Para a PNL, o que é a mente? E como a PNL se relaciona com ela?


Azevedo

Para a PNL a mente é um conjunto de programas e padrões. A PNL estuda a estrutura da mente, não o seu conteúdo. Pressupõe que existem determinados "esquemas" na estrutura dos pensamentos e percepções que podem ser identificados e utilizados como forma de modificar a mente, tornando-a mais eficiente e adaptada aos objetivos almejados.


Não nos preocupamos realmente se existe algo chamado "mente" como uma entidade energética, sutil, imaterial etc. Alguns acreditam que a PNL advoga algum pressuposto análogo à paranormalidade, pensamento positivo, forças espirituais etc. Nada disso. A PNL é pragmática - visa nos auxiliar a usar melhor a nossa mente para desenvolver comunicação e comportamento de sucesso.


Usamos assíduamente a metáfora do cérebro como o hardware e a mente como o software, uma analogia já bem conhecida e repetida. Muitos alegam que é simplória, ingênua, reducionista até. Eu também pensava assim - até assistir uma entrevista de um renomado neurocientista, no Discovery Channel, onde ele usou essa mesma metáfora... Se os pesquisadores de ponta da neurociência se sentem confortáveis em usá-la, porquê eu não posso usá-la também?


Encaramos a mente como uma "caixa preta" em que só podemos manipular aquilo que entra e aquilo que sai. Então não teorizamos - buscamos modificar os estados mentais a partir de suas entradas (informações perceptivas) e suas saídas (fisiologias, crenças e comportamento). É assim que a PNL se relaciona com a mente.


No fundo a PNL não afirma que temos uma mente. Ela nos diz que temos VÁRIAS mentes. Ou melhor, diversos "estados da mente", estados mentais, que chama de "partes" e que, pessoalmente, prefiro chamar de aspectos.


Estas partes ou aspectos podem ser bem diferentes uns dos outros. Agimos de forma diferenciada em nosso trabalho do que com nossos amigos. Agimos com nossos pais e mães diferentes do que com desconhecidos.


Em situações de estresse somos pessoas bem diferentes de nosso habitual e, é sabido, pessoas muito pacíficas podem fácilmente serem treinadas para a guerra, e se tornarem assassinos frios, soldados perfeitos... O segredo é como acionar os estímulos certos, na matriz mental.


A primeira vista esta concepção pode parecer assustadora. Mas ela não é má em si. Depende muito de como é aplicada. O que ela diz, em essência, é que somos seres muito mais flexíveis e adaptáveis do que podemos supor.


Nossa mente cria modelos da realidade, usando referências dos cinco sentidos. E estes modelos são "filtrados" pela focalização da atenção, de modo que o mesmo estímulo percebido se transforma em comportamentos totalmente diferentes, para várias pessoas. Um esquimó, por exemplo, percebe o gelo e a neve de forma completamente diferente de mim, caso eu o visite em seu iglu gelado. Sua experiência da neve é mais rica, com muito mais referências do que a minha. E mesmo que eu estudasse a neve com afinco, teria sempre uma percepção diferente dele...


Então isso é a mente para a PNL - uma construção de experiências perceptivas, em um processamento em várias camadas. Por praticidade, chamamos de níveis conscientes e inconscientes, mesmo sem nos preocuparmos em científicamente encontrarmos o inconsciente. Usamos o termo porque funciona. A PNL usa tudo o que funciona.


Ferrari

Você diz que a PNL se interessa pelo que funciona. Mas o que é "funcionar" para a PNL? E, a PNL que funciona em um determinado caso, funciona da mesma forma em outro também? Porque?


Azevedo

Você me pergunta duas coisas: vou resumir a minha impressão, baseado no que aprendi de PNL desde 1992:


"Funcionar" para a PNL é atingir objetivos préviamente definidos. Se uma pessoa queixa-se de excessivo desânimo, independente do fato de que há outras coisas em sua personalidade / ambiente, o parâmetro de realização é ela encontrar novas fontes de ânimo, ou se focalizar melhor nas fontes de ânimo que já tem.


No entanto a PNL busca também criar objetivos positivos, nas pessoas cujos objetivos são inadequados ou construídos de forma negativa, e portanto, de difícil realização ou satisfação.


Quanto a segunda parte, eu repito que a PNL é mais uma arte do que uma técnica padronizada. Por isso não é possível aplicá-la como se fosse apenas um apertar de botões. A palavra " programação" nos cria uma impressão algo mecanizada e, talvez, crie expectativas exageradas em alguns casos. No entanto, mesmo com estas expectativas, considero muito mais fácil perseguir objetivos definidos pela abordagem da PNL. Vou me estender mais sobre isso depois.


Ferrari

Vamos entrar então na parte da programação. Porque "programação" neurolinguistica? Em que isto implica?


Azevedo

A PNL utilizou o conceito de programação baseado mesmo no modelo "computacional" da mente humana. Isto é, analisando o cérebro como um hardware e a mente e os pensamentos como um software, a hipótese é que podemos "reprogramar" a mente, retirando "bugs", ou seja, erros de programação gerados no passado.


Isto não é uma novidade da PNL - a Dianética já buscava fazer isso desde a década de quarenta. A Dianética chamou os padrões mentais de "engramas" - algo a ver com programas, mas é melhor entendê-los de forma similar ao conceito de "scripts" ou roteiros da Análise Transacional ou de "padrões mentais" da PNL. Os padrões são sistemas de crenças e percepções filtradas da realidade, criadas em um momento do passado e que podem, por mudanças das circunstâncias ou da próprias pessoa, se tornarem inapropriadas. Assim, "reprogramar" uma pessoa, pelo ponto de vista da PNL, é ajudá-la a modificar os seus padrões mentais.


Assim, vocês poderiam dizer: "mas então o que a PNL faz já era feito exatamente igual pela Dianética, pela Gestalterapia ou pela Análise Transacional, antes dela? A questão é que a PNL deu um passo além destas abordagens - um grande passo além. Ela analisou tudo o que podia ser útil mas não se restringiu à estrutura descritiva criada por uma pessoa só. Ela defende que as pessoas tem estruturas. E que o interessante é usar de forma positiva esta estrutura, usando-a para ampliar a FLEXIBILIDADE da pessoa.


Por exemplo, se uma pessoa apresenta comportamentos infantis em uma situação e comportamentos adultos em outro, ela até se encaixaria em um trabalho no formato de Pai-Adulto-Criança (PAC), como faz a Análise Transacional. No entanto, nem todos se encaixam neste padrão. Há milhares de pessoas diferentes no mundo, e as abordagens de aprendizagem, de motivação e de terapia devem se adaptar às pessoas, e não as pessoas se adaptarem as abordagens. Nem todo mundo tem um complexo de Édipo ou de Electra...


Por isso, a "Programação" na PNL não é algo engessado, tal como acionar botões e sempre encontrar a mesma resposta. Inclusive considero este nome inadequado, apesar de ser quase impossível mudá-lo, depois de trinta anos de desenvolvimento.


Ferrari

Você disse: "As abordagens de aprendizagem, de motivação e de terapia devem se adaptar às pessoas, e não as pessoas se adaptarem as abordagens.". Minha pergunta é:De que forma a PNL se adapta a estrutura da pessoa? E, para a PNL ser PNL ela tem que ter alguma coisa fixa, ou engessada, como você diz. O que seria esta coisa? Está baseada em que?


Azevedo

A PNL juntou vários conceitos e constatações da Teoria da Comunicação, da Linguística, da Cibernética, da Teoria dos Sistemas e da Gestalt, da Terapia Familiar, da Hipnose Ericksoniana, da Neurociência.... E a partir deles criou alguns pressupostos, uma série de parâmetros para entender a "caixa preta" da mente humana, e assim entender como mudar o comportamento humano a partir da comunicação.


Se você observar as pressuposições da PNL, perceberá que a estrutura que ela preconiza não é fechada, afirmativa; é mais aberta, interrogativa. Ela nos diz, sobre a estrutura mental do indivíduo, apenas, que ELE É CAPAZ DE MUDAR. E só isso.


Para facilitar, vamos listar aqui as principais definições:

1. O cérebro da imensa maioria dos seres humanos é similar. Não há grande diferença entre os "gênios" e os indivíduos "normais" além de uma maneira mais eficiente de usar os pensamentos;

2. Padrões de pensamento e comportamento podem ser aprendidos, se aprendermos a eliciar (investigar/descrever) os componentes das crenças (como percebemos o mundo), valores (o que priorizamos no mundo), filtros perceptivos (em que focalizamos a atenção no mundo) e fisiologia (como reagimos corporalmente ao mundo);

3. Não há substituto para canais sensoriais limpos e abertos;

4. Todas as distinções que os seres humanos são capazes de fazer em relação ao ambiente e aos comportamentos podem ser representados por registros sensoriais modais (visuais, auditivos, cinestésicos, gustativos e olfativos). Seus subcomponentes são chamados submodalidades de percepção;

5. O significado da sua comunicação é a resposta que você obtém, independente de sua intenção;

6. Resistência é um comentário sobre a inflexibilidade do comunicador;

7. As pessoas têm todos os recursos necessários para fazer as mudanças desejadas;

8. O valor positivo de uma pessoa é mantido constante mesmo que o valor e a adequação do seu comportamento seja questionado;

9. O mapa não é o território;

10. Todo comportamento tem uma intenção positiva;

11. Ao invés de um eu único, é mais eficaz para conseguir mudanças representarmos a mente como uma coleção de estados internos: constelações de percepções, cognições (crenças/valores) e fisiologias.;

12. Consciente e inconsciente são apenas áreas por onde o foco da atenção flutua, não compartimentos estanques;

13. Se você fizer o que sempre fez, terá a resposta que sempre obteve;

14. A natureza do Universo é mudança, tudo é um sistema aberto e tende a mudar. Sistemas fechados, por melhor que pareçam ser, estagnam e decaem;

15. Não há erros, só resultados;

16. Não há fracassos, apenas experiências de aprendizagem;

17. Crenças, valores, percepções, filtros e identidade pessoal transparecem na linguagem, seja a falada, a escrita ou a corporal. Modificações na linguagem podem afetar as anteriores.

Há outras listagens maiores ou menores, mas esta é a que gosto e uso. Algumas pressuposições são mais polêmicas do que outras, mas juntas dão a entender o que significa "estrutura da mente" para a PNL. Esta diz que a mente é flexível, pensa através de representações dos sentidos, e que a melhor maneira de se orientar para resultados é aumentando a flexibilidade, de tal forma que possa transformar cada experiência em aprendizagem.


Agora, depois destes prolegômenos, respondendo as suas trê perguntas de uma só vez (aliás, vou analisar a sua estrutura de pensamento, para saber porque sempre pergunta em ciclos de três), a PNL se adapta à estrutura da pessoa buscando criar, no momento, um modelo que seja compatível com a mudança desejada. Ela usa o repertório de técnicas e pressuposições da PNL para alcançar isso (esta seria a parte engessada, vamos dizer assim), mas se mantém livre de pré-concepções, de rotular a pessoa como algo fixo.


Ferrari

Azevedo, quando descobrir o porque das santissima trindade, me conta. Agora vamos a próxima pergunta:


Destes 17 presupostos da PNL que você citou, quais são os mais fundamentais? Porque? Como comprová-los?


Azevedo

Eu poderia sair fácil pela tangente dessa pergunta, lembrando que a PNL, como tem a premissa da flexibilidade, considera fundamental o princípio que for mais útil no momento...


Nesta área há discussões. Na prática, os mais úteis são o 2, 4, 9, 10 e o 16, porque são mais abrangentes e de certa forma explicitam melhor a visão sistêmica da PNL.


O 2 mostra o modelo de como tratar da "caixa preta" da mente, pela PNL; o 4 explica o que é submodalidades, um conceito que é o substrato de muitas técnicas; o 9 reforça o fato de que tudo é representação, não realidade completa - e nem precisa ser; o 10 reforça o conceito de "inconsciente bom", uma visão focada em resultados mas diametralmente oposta à abordagem freudiana do inconsciente; e o 16 é a base da ressignificação, uma ferramenta cognitiva que é muito utilizada.


Agora, comprovação... Minha opinião é que a Psicologia é que deve se encarregar de testar as técnicas da PNL em laboratório, pois a Psicologia é que é a abordagem científica mais próxima da PNL. Se rastrearmos os teóricos que foram amalgamados na PNL encontraremos muitas observações científicas exatas. Porém falta ainda verificar se a fusão de tantas abordagens é efetivamente mais eficaz do que o uso delas em separado.


Nem tudo que está na PNL passou por teste científico rigoroso. Muito é aplicado antes, como um modelo útil e que faz sentido no conceito sistêmico da PNL. Os resultados são relatados mas ainda não há uma completa sistematização. No site de O Golfinho, por exemplo, há artigos com algumas pesquisas de cunho mais científico. E sou o primeiro a reconhecer que a PNL não é uma ciência, e sim uma arte da Mudança, baseada em Comunicação e Persuasão, com aplicação na Aprendizagem, Negócios e Terapia, entre outras áreas.


O pressuposto 2 está bem calcado na interação das descobertas da neurociência com a visão mais moderna da psicologia cognitiva-comportamental. Considero este ponto pacífico. O 4 é uma hipótese ainda polêmica para alguns, pois entendem os pensamentos abstratos como não calcados em submodalidades sensoriais. Ao meu ver isto é um erro, pois os conceitos abstratos remetem à idéias sensoriais sim, só que estilizadas, simplificadas, despidas da associação sensorial.


O 9 é um conceito teórico, contudo muito útil. É uma ferramenta mental, não uma lei científica. O 10 é uma constatação prática de grandes terapeutas, tais como Virgínia Satir e Milton Erickson, fruto de suas vivências. E o 16 comprovou-se como uma abordagem de êxito, e é a base da terapia familiar, terapia sistêmica e de toda a terapia cognitiva-comportamental.


Assim como estes, os outros pressupostos podem ser rastreados e justificados. Analisar isto detidamente é um trabalho de monta, e foge da alçada deste nosso papo. Recomendo a quem se interessar a procurar os autores que citei, e pesquisar também nas bibliografias dos livros de PNL, onde há citações de muitas pesquisas. Uma das melhores biografias está no livro "A Estrutura da Magia", de John Grinder e Richard Bandler.


Ferrari

Você citou uma divergência de paradigma entre a Psicologia tradicional e a PNL. Poderia falar a respeito disto?


Azevedo

Esta é uma polêmica muito comum. Para a maioria das pessoas, a PNL é uma forma de psicoterapia. E a maioria dos livros de PNL considerados mais "sérios" são, na verdade, de aplicações da PNL na mudança de comportamentos individuais, e, assim, apresentam descrições de resultados terapêuticos.


No entanto os praticantes de PNL afirmam que a PNL não é terapia - é aprendizagem. Como pode ser isso?


Para entender bem isso, vamos falar da Psicoterapia.


A psicoterapia herdou da Medicina e da própria Biologia o paradigma da investigação científica - investigue o que está errado, isole a causa do erro, da disfunção, e busque soluções de conserto, de "cura".


Esta abordagem obteve grande sucesso na Medicina - e algum na Psicoterapia. Acontece que, à medida que passamos para questões mais intangíveis, torna-se cada vez mais difícil isolar a "causa" do insucesso, da disfunção. No caso, por exemplo, da causa ser de origem física - genética, um vírus ou bactéria, problemas ambientais - esta abordagem é útil. No entanto, para a maioria dos casos, os problemas vêem de questões difusas. De certa forma um problema aparece quando a pessoa está às voltas com tantas questões complicadas que ultrapassou a sua capacidade pessoal de superar o estresse de conviver com eles... Buscar isolar "uma causa" ou mesmo "algumas causas" pode ser uma investigação lenta, onerosa e, em muitos casos, infrutífera.


A abordagem psicoterapêutica básica, ensinada nas faculdades, ainda é a clássica "descrição de sintomas - encaixe em um diagnóstico - preceituação de tratamento". As pessoas são ajustadas ao tratamento, e não o contrário.... O estudo do DSM-IV, alentado livrão que descreve toda e qualquer desordem mental e sua abordagem de tratamento, torna-se, muitas vezes um antolho para o psicoterapeuta iniciante, que busca enquadrar o paciente em categorias rígidas.


Devemos fazer ressalvas aqui: nem todo psicoterapeuta é tão rígido, inflexível em sua forma de atuar, que siga estreitos caminhos de psicodiagnóstico e tratamento. Com a experiência, buscam lidar com a imensa flexibilidade do ser humano e adaptar seus conceitos para o indivíduo real que está ali, à sua frente.


Em contrapartida, a PNL seguiu o caminho que poderemos chamar, de forma genérica, de Modelagem de Sistemas Eficientes. Isto é, começou com a investigação do que dava certo, não no que estava errado. É uma outra abordagem. Sim, em seu início se beneficiou muito daqueles geniais psicoterapeutas que aprenderam a agir assim, ao tratar o outro: Virgínia Satir, Milton Erickson, Fritz Pearls... Mas não se ateve só a isso. A PNL desenvolveu um ferramental de comunicação e persuasão e aprendizagem, não específicamente uma psicoterapia.


Nesta abordagem é privilegiada, desde o início, aquilo que a pessoa já sabe fazer certo, e aquilo que ela pode melhorar. São experimentados modelos novos, mudanças de pontos de vista, sejam cognitivos ou comportamentais (metaposicao, ressignificação e remodelagem), se motiva o indivíduo - agora encarado como um aluno, e não como um paciente - a experimentar estratégias novas de pensar, sentir e agir. O indivíduo reaprende a tomar rápidamente o leme de sua própria vida, a "fazer força", ao invés de aguardar passivamente que se descubra uma cura milagrosa para ele...


Ferrari

Azevedo, vamos então entrar neste paradigma. Neurolinguisticamente falando, me diga, o que é aprender?


Azevedo

Ainda bem que você mencionou "neurolinguísticamente falando". A área da Aprendizagem é um tema caro a muitas áreas profissionais, e aqui vou fugir um pouco de alguns conceitos difundidos.


A Neurolinguística encara o Aprendizado de duas formas: o Aprendizado pela cópia - a chamada Modelagem - e o aprendizado pela inovação - a chamada Ressignificação e Reestruturação/ Reframing.


No primeiro tipo de Aprendizado, o indivíduo faz uma conexão com uma pessoa (que é chamada de "Modelo") ou uma descrição de pessoa, dotada de uma habilidade, comportamento ou estratégia de sucesso.


Esta conexão é chamada de "link neurológico" e, em essência, é um estado de focalização mental desencadeado pela atenção, interesse, motivação, envolvimento total. Neste estado nós descrevemos que o indivíduo está "neurológicamente aberto ao aprendizado". É um estado especial, chamado "pleno de recursos".


Neste estado, com as habilidades sensoriais focalizadas no Modelo, pressupomos (vide a 1, 2, 3, 4 e 7 pressuposições) que as pessoas têm a capacidade de copiar, imitar e adaptar o comportamento observado ou descrito para suas próprias especificidades - isto é chamado Modelagem.


Observa-se este comportamento muito facilmente em crianças pequenas. É impressionante a rapidez e habilidade com que elas imitam os outros, principalmente os adultos que são importantes para ela. Não adianta dizer o que a criança deve fazer. Ela aprende a fazer o que observa, não o que lhe dizem para fazer...


No segundo tipo de Aprendizagem, a pessoa faz uma síntese criativa e, utilizando descrições inusitadas advindas de outras áreas do conhecimento, refaz a percepção (modificando os filtros de percepção, pelos mecanismos de Omissão, Distorção e Generalização) e, também, modifica as Crenças e Valores provenientes desta percepção. Um dos mecanismos que usamos para isso são as analogias e metáforas e o objetivo é que o significado da experiência seja modificado (Ressignificação) ou a estrutura ambiental ou contextual da experiência seja refeita, ou, pelo menos, percebida de forma diferente (Reestruturação ou reposicionamento ou reframing).


Ferrari

Azevedo, temos então duas faculdades humanas de aprendizagem "imitação" e "criatividade". O que elas tem em comum, o que tem de diferente?


Azevedo

Em comum, imitação e criatividade dependem de grande capacidade de observação.


A PNL chama esta habilidade de estar "para fora", totalmente conectado com o objeto de sua percepção, o mínimo possível fechado em seu próprio mapa de descrição de mundo.


Também há outra semelhança: no fundo, a imitação é uma forma de criatividade. O indivíduo "recria", construindo dentro de si, com tijolinhos próprios, o edifício percebido apenas de fora, em que o outro habita. Há muito de inferência aí, de preencher lacunas não percebidas. E isso também é criatividade.


E de diferente, a imitação é "subida", e a criatividade é uma "descida".


Como? A PNL descreve a dinâmica do indivíduo dentro de um conceito que chama de Hierarquia de Valores, um termo criado por Bateson e absorvido pela PNL. Esta hierarquia começa a partir de baixo:

. sistema global

. identidade

. crenças/valores

. capacidades potenciais

. comportamento expresso

. ambiente externo


Na imitação (ou modelagem) nós "subimos" na hierarquia, observando algo que dá certo no ambiente e decupando detalhes sobre o comportamento, capacidades, crenças e valores que conseguem alcançar aquele êxito no ambiente. Fazemos adaptações sim, mas de início imitamos mesmo, até descobrir o que é essencial e o que é acessório e, portanto, descartável.


Na criatividade, ao contrário, partimos de "cima para baixo". Analisamos o ambiente global e o conectamos com nossa identidade - qual é o nosso lugar no mundo? Depois criamos valores e crenças que reforcem este lugar e nossa missão e assim por diante.


Algumas pessoas poderiam alegar que é "de dentro para fora", mas reafirmo que é necessária muita capacidade de observação para criar algo útil. Não é só devanear, sem contato com a realidade e suas necessidades objetivas.


Ferrari

Vou usar uma analogia que é muito popular na PNL para lhe fazer a próxima pergunta. É o seguinte: Um computador também é capaz de aprender por imitação, mas não é capaz de criar (re-criar). Porque? Em termos de aprendizagem, e baseado nesta analogia, qual é a diferença entre o computador e o ser humano?


Azevedo

Aí teremos que explicar a diferença entre raciocínio indutivo e dedutivo.


O raciocínio dedutivo é aquele que parte do geral para chegar ao particular. Elegemos uma premissa e tentamos prová-la ou contestá-la. Este é o pensamento mais lógico, trabalhoso, fastidioso, mas de grandes resultados, e que nos ajudaram a desenvolver a nossa civilização tecnológica, passo a passo. O raciocínio dedutivo é a base da imitação, como falamos, pois ele utiliza "modelos prontos", estratégias mentais já disponíveis, buscando encaixar as pecinhas...


De certa maneira poderíamos dizer que o computador, em um futuro não tão distante, poderá ser capaz de apresentar raciocínio dedutivo do quilate que se apresenta no homem, graças à sua velocidade em buscar padrões gerais e sua capacidade de comparar situações. Em termos de PNL diríamos que o raciocínio dedutivo é aquele em que o homem faz uso do filtro de Generalização, buscando entender um conceito em termos gerais e então, depois, encaixar o particular neste estado geral.


O raciocínio indutivo é aquele que observa pistas e detalhes aparentemente desconexos e busca fazer analogias. Seu intento é partir do particular para o geral. É exatamente o caso do pensamento metafórico, que é a base da criatividade - fazer conexões inusitadas e depreender fenômenos gerais destes. Ele é o "insight", o "eureka", o "satori" e muitos termos mais... Neste caso poderíamos dizer que o homem utiliza mais o filtro perceptivo de Distorção e Omissão.


Um computador, até, poderia ser programado para, aleatóriamente, fazer distorções e conexões inusitadas, para encontrar idéias novas. Mas, em todo caso, ele teria que verificar através do raciocínio dedutivo se estas conexões são válidas mesmo. Pode ser até que seja isso que o ser humano faz, dentro de seu inconsciente. No momento, a maioria dos pesquisadores da mente e do cérebro acreditam que estas mudanças de percepção e compreensão não são aleatórias, e sim estimuladas por enquadramentos mentais provenientes do ambiente interno e externo.


Um computador dificilmente trabalhará neste nível... O que nos faz crer que é provável que o pensamento dedutivo um dia poderá ser imitado com perfeição por um computador, mas teremos uma boa diferença na forma interna como o computador procederá a um pensamento indutivo, que é a base da criatividade. Ele até poderá aparentar ser criativo. No entanto a sua indução poderá ser, no fundo, uma sucessão hiper-rápida de aleatórias deduções.


Ferrari

Podemos dizer então que a PNL é uma técnica de reapredizagem? Uma técnica que se vale da dedução e da indução, é isto? Mas se a dedução e a indução são faculdades natas no ser humano, qual a vantagem de se usar esta técnica chamada PNL?


Azevedo

E quem disse que dedução e indução, ou a arte do pensamento, é uma capacidade inata do ser humano? São faculdades aprendidas. E, como tal, podem ser mal aprendidas. Temos o potencial para, mas não a habilidade inata. Pensar não é um instinto nosso, e sim uma capacidade. Aprendemos a pensar na escola, na família e com os amigos. E assim herdamos determinadas características culturais, em nossa forma de pensamento, que podem nos ajudar ou prejudicar.


A maioria das pessoas possui desvios de pensamento. Pensa de forma errônea, incompleta, ou distorcida. Deixa-se levar por conclusões apressadas, não sabe sopesar prós e contras, não sabe transformar decisões em comportamentos, não sabe planejar.


A PNL, repito, não inventou os modelos que ensina. Ela buscou normatizar estes modelos, a partir de uma ferramenta descritiva, com base na cibernética e na teoria dos sistemas. Ela faz um corte transversal em várias disciplinas psicológicas, comunicacionais, gerenciais, pedagógicas, neurológicas e até físicas, para montar modelos efetivos - isto é, que alcancem os objetivos desejados.


As práticas de PNL, com os exercícios de mudança, podem ser considerados "mecanismos de Eureka". Isto é, eles visam alinhavar o pensamento lógico e o intuitivo, a dedução e a indução, conectando toda a motivação e emoção que podem estar dispersas no indivíduo, para ficarem à serviço de suas decisões. A PNL utiliza técnicas que poderíamos chamar de meditativas e hipnóticas para recuperar "estados focalizados" e assim fazer com que a pessoa utilize o seu pensamento da melhor maneira possível.


Por isso muitos dos exercícios recorrem a "estados alterados de consciência", ou estados de transe... Diria até melhor, eles não são estados alterados de consciência; são "estados normais de consciência". Estado alterado é aquele em que vivemos neste mundo moderno, em perpétuo distresse (estresse negativo), com a consciência fragmentada...


Ferrari

Continuando na metáfora do computador e assumindo que aprender (dedutivamente e indutivamente) é igual a programar e re-programar, perguntou:Por que um computador não consegue se auto-programar e se auto-reprogramar e o ser humano consegue? Qual é o truque?


Azevedo

Na verdade os pesquisadores já conseguem fazer computadores capazes de aprender, o que é o mesmo que se auto-programar... O que é diferente, é claro, é a imensa complexidade do cérebro humano, que ainda não foi sequer aproximada, mesmo dos mais sofisticados computadores modernos.


Apesar de muitas vezes utilizarmos a analogia do cérebro com um computador, convém lembrar que é uma analogia bem pobre. O sofisticado supercomputador Deep Blue, aquele que derrotou Kasparov no xadrez, em comparação com o mesmo cérebro na cabeça do Kasparoz, é apenas uma brincadeira de criança. Pode ser muito mais rápido em fazer algo especializado, mas não tem a flexibilidade necessária para cuidar de um organismo vivo e autoconsciente, que ao mesmo tempo que jogava xadrez com ele, fazia o coração bater, cuidava das emoções e percepções e mantinha em funcionamento bilhões de células... Seria como comparar um ábaco a um computador real. Os dois computam dados e fazem processamento, mas quanta diferença...


Respondendo rápidamente a sua pergunta, diria que não há truque. O computador não consegue ainda se reprogramar porque ele trabalha de forma apenas linear. Ou ele faz uma coisa ou não faz. Ele segue trilhas rígidas. O ser humano, em contrapartida, trabalha com tendências conflitantes. Uma parte dele deseja algo e, ao mesmo tempo, outra parte dele deseja o oposto. Ele sopesa alternativas. Entra em conflito. Pensa em prós e contras. Fica angustiado ao tomar decisões, pensando se está fazendo a coisa certa e se não ficará arrependido. E devemos dar os parabéns a alguém, quando está fazendo isto, pois é apanágio do ser humano; nenhuma máquina pode duvidar, hesitar, mudar de idéia ou se arrepender. Nenhuma máquina busca ser melhor do que foi construida – pois quando o conseguir, terá autoconsciência, e será humana, não uma máquina.


Nós nos auto-programamos porque avaliamos muitas escolhas. Podemos mudar de idéia. É como diz a PNL: "se você tem uma escolha, você é uma máquina. Se você tem duas escolhas, está em um dilema. Tendo três ou mais escolhas, está sendo flexível e verdadeiramente humano".


Eu aventaria até que a melhor comparação com o cérebro humano seria a própria Internet. A Internet é uma rede que se amplia e onde cada computador seria similar a um neurônio cerebral. Hoje em dia o "cérebro" que é a Internet deve ter cerca de 500 milhões de "ciber-neurônios", que são computadores individuais conectados, em um dado momento. Em comparação, no cérebro humano há mais de 10 bilhões de neurônios. Mas alguns autores dizem que na verdade há 100 bilhões de neurônios. Eu não os contei, mas de qualquer modo é coisa à beça. E, ainda mais, as conexões entre computadores normalmente são feitos de forma um-para-um. Enquanto isso, um neurônio costuma se conectar com outros neurônios de forma múltipla, usualmente um número entre 10 a 100. Estas conexões (sinapses) tornam o cérebro muitíssimo mais eficiente do que se tivesse uma conexão linear.


Por isso aqueles que se surpreendem com as maravilhas do "cérebro eletrônico" não percebem que este não tem a capacidade cerebral de uma simples mosca. Um dia, talvez, assim como nos filmes de ficção científica, poderemos nos surpreender em ver a Internet decidindo e escolhendo por conta própria, como se fosse um ser senciente. O que ela fará com esta capacidade? Algo bom, espero, pois seremos partes dela, e preferiria não fazer parte de um organismo auto-destrutivo...


Ferrari

Azevedo, ainda na analogia, quando vamos programar um computador, temos um sistema trino: programador - programação - programado, onde o programador é o ser humano, a programação é a linguagem e o programado é o computador. Sendo assim, pergunto: Quando um ser humano vai programar a si mesmo, como se dá este sistema? Quem é o programador, o programado e a programação?


Azevedo

Nesta questão está implícita uma pressuposição: a da indivisibilidade do Eu. Fomos educados a nos perceber como um eu, um conceito monista, um bloco único de ser, apenas uma personalidade. E a PNL advoga, bebendo da fonte das neurociências, que isto é apenas uma simplificação. Somos vários eus, ou várias partes, como costumamos dizer. Não somos um só, somos legião – que não me apedrejem os carolas...


Isto é, temos várias sub-personalidades, estados de ego, aspectos de ser. E estas partes agem e reagem de forma bem similar à câmara dos deputados e senadores de nosso país – há opiniões expressas, acordos velados, negociações intestinas... Há o "partido da situação" e há "partidos de oposição", várias facetas diferentes da mente.


Entendendo bem este conceito, sabemos então quem programa quem, em um exercício de "reprogramação neurolinguística". Este é, na verdade, uma "chamada à assembléia" de todas as nossas partes internas. E elas se põem a negociar, a procurar um denominador comum. Evidentemente que o partido da situação, que normalmente detém o controle da "presidência da câmara", é que fez a chamada geral. Ele é o programador. Mas deve ouvir a todas as opiniões, e fazê-las entrarem em acordo.


Muitas vezes há um dos "severinos" na posição de controle, em nossa câmara interna, prejudicando o equilíbrio e a ecologia total de nossa personalidade. E, então, pedimos a presença de um interventor, de um negociador externo. Somos acudidos por programadores ou consultores externos, um expert em neurolinguística, por exemplo. Contudo, na maior parte das vezes, podemos cuidar de nossas próprias assembléias constituintes e constituidas, em nossa mente.


Então, depois destas metaforadas todas, quem é o programador, e quem é o programado? Normalmente a parte dominante é aquela que deseja o bem maior, mas está sendo obstada por "táticas intervencionistas" de partes rebeldes. A parte dominante é a programadora, e busca alianças com a parte programada, bem como pede apoio de outras partes, que possam colaborar.


E o que é o programa? É a carta de intenções, é a constituição interna, as leis de comportamento aceitas tácitamente por nossa mente e personalidade. São leis, e muitas delas precisam de apoio para "pegar", não é?


Esta metáfora política nos faz entender melhor que não estamos lidando com algo mecânico, exatamente como um hardware e um software, e sim com uma coisa mais flexível, que tem a ver com comunicação, negociação e motivação...


Ferrari
Entrevista Concluida

Azevedo, eu poderia atravessar o ano falando sobre PNL com você, mas não quero esticar demais o tópico e acho que para os leitores do Caneca já foi uma boa colherada sobre o assunto. Agradeço imensamente a sua disposição e colaboração. A partir de agora considero a entrevista concluida e abro espaço para as perguntas dos leitores e qualquer consideração que quiser deixar. Você fica livre pra responder as perguntas ou não. Mais uma vez, muito obrigado. E forte abraço.


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Antonio Azevedo

http://synectics.cjb.net


Tendo como formação básica Administração e Comunicação, Antonio Azevedo atua como consultor, coach e palestrante.


Seu principal foco é o impacto da comunicação e da criatividade no desempenho pessoal e profissional. Atua desde 1980 no Marketing e Propaganda e desde 1990 profissionalmente no Treinamento do Potencial Humano.


Certificado como Trainer em Programação Neurolingüística pelo Dr. John Grinder (Quantun Leap), um dos criadores da PNL, e também na SBPNL-SP (Gilberto Cury), INAp-Rio (Dr. Jairo Mancilha), NPA (Arline Davis) e NLP in Rio (Cristina Zouein e Johann Kluczny). É Facilitador de Qualidade e Produtividade, pela Fundação Vanzolini e FCO - Christiano Otoni. Participou de vários cursos e seminários internacionais, com Jefrey Zeig, Steve Andreas, Joseph O'Connor, Ernest Rossi e outros nomes da PNL e da Hipnose Ericksoniana

http://www.portalcmc.com.br/entrev01.htm



Existem ferramentas de análise do comportamento humano que auxiliam nas relações corporativas e de negociações em geral. A Programação Neurolinguística (PNL) e o Rapport são exemplos de ciências que estudam e identificam o comportamento.


A PNL é uma ciência que estuda o funcionamento da mente humana e proporciona a excelência nos resultados, considerando que cada ser humano tem uma leitura de mundo única e, por este motivo, precisa ser tratado de maneira particular.


As nossas vivências do passado, principalmente as que aconteceram na nossa infância, entre 0 e 7 anos, são responsáveis pela criação da maioria de nossos comportamentos atuais e das nossas crenças, ou seja, tudo que determina o que somos como adultos e que cria a nossa realidade atual, podendo ser de sucessos ou insucessos.


Para Telma Nogueira, especialista em PNL da Humanity, “utilizando a PNL podemos reprogramar comportamentos indesejados, ou seja, dar novos significados as novas vivências e ampliando crenças que herdamos de nossos pais, da nossa cultura e de pessoas importantes da nossa vida. Também permite programar novos comportamentos de maneira ética e responsável possibilitando construir um presente e um futuro mais rico e feliz”.


Já o Rapport é uma técnica eficiente e poderosa, que consiste em espelhar a comunicação verbal e não verbal do outro, tendo como resultado uma sintonia no diálogo que melhora relacionamentos pessoais e profissionais. Esta técnica aproxima e equipara a sua visão de mundo a de outra pessoa, sem que se precise aceitar o ponto de vista e valores dela, apenas compreendendo, respeitando e usando uma comunicação adequada.


João Luiz Cortez, consultor internacional em Desenvolvimento Humano e Corporativo da Iluminatta,explica que o Rapport tem a ver com sintonia e empatia, o que ocasiona, muitas vezes, uma conversa positiva com pessoas que acabaram de se conhecer. “Existem conexões que não dependem da idade ou sexo das pessoas, porém, existe aquela pessoa que não conseguimos dialogar. Essa diferença pode estar entre ter Rapport ou não”.


O Rapport está relacionado na capacidade das pessoas que se colocam no lugar do outro, na percepção e respeito da opinião alheia. “Estar aberto, não significa concordar e, sim, tentar compreender o porquê a pessoa pensa daquela forma, aceitar, e continuar com a própria opinião. Ou, simplesmente, mudar de ideia com o que o outro pensa”, explica Cortez.


A abertura para um diálogo saudável, tanto para uma negociação de negócio, quanto para as relações pessoas é interessante, pois, permite o sujeito compreender sua intenção em escutá-lo, trazendo para o momento uma conversa que poderá ser peça-chave futuramente. Mostrar-se solicito a opinião do outro, perguntar sobre o que ele pensa e sente, são fundamentais para qualquer âmbito de negociação na vida.
Onde podem ser aplicados


No desenvolvimento humano a PNL proporciona a evolução de comportamentos que atuam contra os objetivos pessoais – para isto é necessário o autoconhecimento.


Já nos negócios a PNL e a técnica de Rapport proporcionam melhores resultados, ampliando a possibilidade de sucesso, tendo apenas o indivíduo como decisor para isso. “Em Negociação e Vendas a PNL proporciona a modelagem de comportamentos ideais de sucesso, buscando sempre a excelência. Proporciona entender o que o seu cliente busca, trazendo a ele a melhor solução”, explica Telma.


O Rapport em Negociação e Vendas é primordial, pois é fator que predomina o sucesso em uma negociação, eliminando qualquer forma de imposição, se atendo na possibilidade de gerar sintonia com o seu cliente, criando um ambiente de confiança onde ele mesmo te dirá o que ele quer, de forma que se sentirá acolhido, como se você fosse a pessoa que mais o entende naquele momento. “De nada adianta ser o melhor conhecedor de técnicas de vendas, se não utilizar o Rapport para aplicá-las”, enfatiza Telma.


Para João, o Rapport é a chave do sucesso de uma negociação. “Perceber as necessidades do negociante é primordial, pois, assim, será possível estabelecer acordos onde os dois possam ganhar. Quando ambos apresentam alternativas a negociação pode ser ganha-ganha, que são as negociações sustentáveis”, conclui.



https://pt.wikipedia.org/wiki/Programa%C3%A7%C3%A3o_neurolingu%C3%ADstica
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www.lucla.com.br


MARIA DE LOURDES FERREIRA MACHADO


21.9.07

Cromoterapia





* ) As cores 
são um bálsamo para as nossas dores e sofrimentos físicos, emocionais ou espirituais: usando-as em conjunto às forças do sol e da água, formam um amálgama energético e terapêutico incomparável. Esta obra aborda tais temas, aponta o conhecimento astrológico esotérico em termos terapêutico e mediúnico e, além disso, explana sobre o aparelho de radiônica (que realiza a cromoterapia e a leitura da aura simultaneamente).
Quem adentrar nesse conhecimento terá uma iniciação de muita luz.

** ) http://www.gasparetto.com.br/newsletter/set07/lancto_livro_cromoterapia.html

***) http://pt.scribd.com/doc/37060678/Apostila-Cromoterapia-2010




Essence Terapias e Integrativas ॐ


# ) Cromoterapeuta e Reikiana Master, Canal de Oitavas     Sol Lessa


# ) Cromoterapeuta e Reikiana, Radiestesia e Quick Massage      Claudia Lessa

16.9.07

meditação Terapiastral







 




Projetos

 






Projetos de oitavas




Conhecer a si mesmo, ainda que seja um passo de cada vez.


O ser humano tem esta fantástica capacidade!



Num campo de energias, utilizamos apenas conceitos básicos e interagimos com a energia em complexidade, natural de sua existência, filtrando apenas o necessário ao que chamamos de Foco. Nosso corpo é capaz de sintetizar, ampliar e trabalhar pelo nosso bem estar.


É uma ferramenta poderosa de utilização desta capacidade, e não de um milagre inventado, mas sim de uma gota energética direcionada a novos pensamentos.

Não há um botão de liga e desliga do mundo atual, mas há uma chave de conversão de energia em resultados otimizados. Terapias integrativas tem como trabalho e método, interagir com o todo e atuar nesta chave para que vc obtenha seus melhores resultados... é a Atitude!

Limpando, relaxando e criando estas novas emoções direcionadas ao cuidado, ao estímulo, ao equilíbrio e autoestima! Uma concentração de dados e métodos aplicados com eficiência a cada caso, mas é fundamental seu empenho em querer realizar cada etapa! Estas opções torna cada movimento especial. Ao agir, cada decisão e improviso amplia o que for melhor ao SER, desejando para si que aconteça o melhor.


Os contratempos e a vida cotidiana distraem nossos objetivos, é preciso perseverar, para que nossa saúde e todo quadro de atividades diárias esteja equilibrado.


É sua autodisciplina e sua forma de valorização pessoal.
Como facilitadores, os terapeutas ajudam a agir, a ampliar a visão das possibilidades e criativamente constroem junto ao SER _ cada projeto de oitavas.


 


Assessoria a grupos presenciais.

ASSESSORIA  VIRTUAL

Os facilitadores e terapeutas buscam doar-se em práticas e resultados para seu bem estar. - Evento especial com agendamento específico a grupos
Assessoria integrativa em oitavas Integrativas ॐ

Dinâmicas e Terapias de Oitavas
Ampliando a outras terapias integrativas presenciais  conforme agendamento adequado ao grupo solicitante  e com prévia análise das disponibilidades.
Entre em contato via email: integrativas@gmail.com



31.8.07

[] CHAKRAS



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CHAKRAS MAIORES - ENUMERAÇÃO

- Os chakras maiores são em número de sete:

Denominação:
Centro básico ou fundamental
Centro sacro ou sexual (genésico)
Centro solar ou umbilical (gástrico)
Centro cardíaco
Centro laríngeo
Centro frontal ou cerebral
Centro coronário

Em sânscrito:
Muladhara
Swadhisthana
Manipura
Anahata
Vishuddha
Ajna
Sahashara

Além destes, alguns outros são destacados nos estudos sobre chakras: o centro esplênico (do inglês splen = baço), "uma parte espiritual no interior do coração físico", o alta-maior e o bindu. O número de chakras médios e menores é muito grande; daí alguns afirmarem que é infinito o número dos chakras.

A enumeração varia por diversos motivos. Leadbeater (Os Chakras, Ed. Pensamento) põe de lado o centro sexual (sacro) por "entender que o despertamento deste centro deve considerar-se como uma desgraça pelos graves perigos a ele relacionados", mencionando que "no plano egípcio de desenvolvimento se tomavam esquisitas precauções para evitar tal despertamento" (vide também - A vida oculta da Maçonaria, Pensamento). Por isto, prefere estudar, em seu lugar, o chakra do baço (esplênico). Edgard Armond, embora assinale o sacro (genésico) além do esplênico, ao tratar da reativação dos chakras não o inclui, esclarecendo que "essa passagem não só é suprimida pela sua diminuta influência na aplicação dos passes, mas sobretudo pelos graves e notórios viciamentos existentes no setor do sexo, pois seria maléfica, em todos os casos, a excitação desse centro de força." (Passes e Radiações, Ed. Aliança Espírita Evangélica).

A enumeração também varia de acordo com os sistemas adotados em relação aos centros. Nos sistemas tibetanos de meditação, bem como na concepção budista dos centros psíquicos, o sagrado não é considerado como centro independente, porém se acha combinado com o fundamental a formar um só centro (Anagarika Govinda, Fundamentos do Misticismo Tibetano, Pensamento). André Luiz (Entre a Terra e o Céu, psicografia de Chico Xavier, FEB), não menciona o chakra fundamental, incluindo, no entanto, o esplênico. No Yoga tibetano, por outro lado, o centro frontal e o coronário são considerados como um só, e assim são mencionados nas escrituras (Anagarika Govinda, op. cit., pp 151/152). A escola japonesa Shingon omite o centro sagrado. Indica, porém, o centro das espáduas e os dois centros situados à altura dos joelhos (Coquet, op. cit., pp 14/15).

O Shat-chakra-Nirupana (Descrição dos seis centros), considera o coronário como de ordem mais elevada do que os simples chakras. O Espírito White Eagle nomeia entre os sete chakras principais o esplênico, mas omite o muladhara como centro independente, indicando, porém, o genital ou sacro a que denomina de kundalini.



Ao contrário do que pode parecer ao observador apressado, no estudo dos chakras apresentam-se também opiniões divergentes. Isto é um fato que não pode ser esquecido a fim de evitar as "pregações" sobre chakras, quando são repetidos os ensinamentos deste ou daquele autor, como se se tratasse da palavra única e definitiva. As referências que faremos a seguir buscam destacar um pouco mais estas divergências.


Rajneesh sustenta que Kundalini não é a energia da vida, mas um dos caminhos que podem ser tomados por esta força; por isto é possível despertar a iluminação através de outros caminhos, embora Kundalini seja o mais curto. Neste caso, o Brahma-randhara (o ponto central do Sahashara), será o maior terminal (se for outro o caminho ele não será o término). Kundalini é para ele, pois, uma passagem relacionada com os chakras. Os chakras estariam no corpo etérico, de modo estático, "mortos" até que a energia penetrasse neles através da passagemda Kundalini. Essa força estaria localizada no muladhara, a que Rajneesh denomina o centro do sexo (naturalmente, como no sistema tântrico, ele une o básico ao genital). Outros caminhos seriam utilizados pelos diversos métodos do yoga, zen, budistas, taoístas e cristãos. Seriam utilizadas outras passagens que não pertencem ao duplo etérico: as do corpo astral, do corpo mental, etc. Apesar disto, mesmo nestes métodos, pode ocorrer o surgimento de Kundalini, porque os corpos estão interligados entre si e com os sete chakras. Qualquer dos métodos pode levar a energia da vida a atingir o sahashara (vide Meditação - A Arte do Êxtase, Cultrix/Pensamento, p. 67/86).


A utilização dos chakras dar-se-ia no momento em que a passagem de Kundalini é bloqueada, porque o trabalho deles só é necessário para romper bloqueios. Se não existissem obstáculos não se perceberia, segundo Rajneesh, os chakras, porque estes existem para ajudar a ascensão da energia através de Kundalini. Assim, se ocorre um bloqueio, a Kundalini retrai-se; para evitar que ela desça, o chakra começa a trabalhar, tornando mais viva a energia, de modo a facilitar o rompimento do bloqueio.


Ao que parece, Rajneesh chama de Kundalini o Brahma nádi, localizado no interior do Sushumna, pois é exatamente por ele que a energia vital se eleva em busca dos centros superiores.


Posição distante é a de Anagarika Govinda. Afirma este Lama que não é possível concentrar-se sobre os centros mais altos sem ter adquirido o controle sobre os centros mais baixos, “como acreditam ingenuamente alguns “místicos modernos” (op. cit., p. 181). No entanto, ao explicar o sistema de Yoga budista, em que a Kundalini não é mencionada, cita ele o Yoga das Seis Doutrinas de Náropa, em que o discípulo é aconselhado a meditar nos quatro chakras superiores, formados como um guarda-sol ou rodas de uma carruagem (coronário, laríngeo, cardíaco e umbilical). No sistema do budismo tântrico, ao invés de Kundalini, o princípio que ocupa o centro de meditação é o Dákini: a Khadoma Dorje Naljorma (rdorje rna-hbyor-ma; Sânsc.: Vajra-Yogiuí).


“As Khadomas, semelhantes a todas as personalizações femininas da vidyá ou do conhecimento, têm a propriedade de intensificar, concentrar ou integrar as forças das quais elas fazem uso, até serem focalizadas num ponto incandescente, e significam a chama sagrada da inspiração que leva à iluminação. As Khadomas, que surgem como visões ou como imagens interiores produzidas conscientemente no decorrer da meditação, são, por isso, representadas como uma aura de chamas e evocadas com a sílaba-semente HÚM, o símbolo mântrico da integração. Elas são a personificação do “fogo interior” que na bibliografia de Milarepa foi chamado “sopro acalentador das Khadomas” que rodeia e protege o santo, semelhante a um “manto puro e suave”. (op. cit., p. 208).


O Swami Satyananda Saraswati, no entanto, é de opinião distinta. Sustenta ele que o praticante deve primeiro procurar ativar o ckakra frontal antes de qualquer outro, porque, segundo ele, este chakra tem o poder de dissolver o Karma, auxiliando a diminuir qualquer perigo que possa surgir quando é ativado o karma de chakras inferiores.


Aurobindo, em Bases of Yoga (trad. bras. Consciência que Vê, vol. I), ao referir-se ao método do Yoga Integral, ensina: “Não há método neste Yoga a não ser concentrar-se, de preferência, no coração, e chamar a presença e o poder da Mãe para assumir o ser e, pelas operações de sua força, transformar a consciência: você pode se concentrar também na cabeça ou entre as sobrancelhas, mas para muitos isto é uma abertura difícil demais.” (P. 32).


Considerando que ninguém é tão forte para superar, por suas aspirações e vontade isoladas, os impulsos das forças da natureza mais baixa, conseguindo no máximo um domínio incompleto, recomenda Aurobindo que o indivíduo utilize aspiração e vontade para trazer para baixo a força divina, e, como isto não pode ser feito só pelo pensamento, é necessário concentrar esta aspiração no coração (vide p. 32; vide também Consciência que Vê II, p. 146). Pode também utilizar-se da aspiração, chamamento ou oração, para trazer a força divina, ou concentrar-se sobre o coração (na cabeça ou acima dela), meditando sobre a Mãe, chamando-a para dentro. Isto não quer dizer que a Kundalini não desperte; ela se ergue para encontrar a Consciência e a Força Divinas acima do indivíduo (p. 85). Adverte em Lights on Yoga (Consciência que Vê, II) que há necessidade de orientação para que as forças da natureza mais baixas não se misturem com a Força Divina que desce ou para evitar que poderes não divinos se apresentem como a Mãe divina (p. 1470). Só há segurança com o centro do coração completamente aberto e o domínio do psíquico, mas isto não é difícil. Ondas inferiores podem emergir e perturbar o trabalho (p. 1480).


No Cristianismo, o caminho da oração é exaltado na obra de Teresa de Ávila e de Juan de La Cruz. Teresa de Ávila descreve a subida através das sete moradas até atingir o castelo interior, enquanto Juan de La Cruz descreve os seis patamares. No Espiritismo, o caminho da oração e da caridade é o recomendável. É necessário, no entanto, não esquecer que as lições dos mentores espirituais se concentram sempre na necessidade de um despojamento do espírito.


A obra de Emmanuel pode ser seguida como um roteiro para o caminho espiritual, se o espírita realmente procurar executá-la ao lado da recomendação dos espíritos a Kardec sobre a auto-análise (Conhece-te a ti mesmo)diária, examinando constantemente o móvel de cada uma das ações ou inações. Se o mundo moderno não oferece as mesmas possibilidades de outrora, é possível no entanto tomá-lo e aceitá-lo como um desafio à nossa capacidade de entrega ao Senhor Jesus. O mundo tem armadilhas redobradas que estimulam as forças mais baixas de nossa natureza, em face do karma negativo que carregamos. No entanto, se centrarmos a mente e todo o nosso ser no Divino, não faltará, a nosso favor, o Auxílio Espiritual a sustentar-nos na porfia. Uma confiança e uma entrega totais ao poder de Deus e o trabalho da oração e da caridade desinteressada, são condições para o desenvolvimento espiritual. Os centros superiores irão desabrochando, porque mantemos neles todo nosso trabalho. Mas é preciso cuidar bem, porque até no último centímetro da estrada pode haver a queda.


Dizia Teresa que só na 6ª e 7ª moradas, “ligadas entre si”, reina apenas o sobrenatural; nas demais, até mesmo na 5ª, era possível a contaminação com forças satânicas e instintivas. Mas, mesmo na 7ª morada, potências, sentidos e paixões não estão sempre em paz; apesar das guerras, dos trabalhos, e fadigas a alma, no entanto, está em paz (Moradas VIII, cap. II, nº 13). E como ela advertia que não se devia crer que visões, êxtases, espírito de profecia, etc., fossem sinais de perfeição, é importante recordar com os amigos espirituais que os fatos da mediunidade, por mais espectaculares que sejam, não induzem a considerar o médium um santo. Como dizia Teresa: “A santidade, bem o sei, não consiste nestes favores.” (Fundaciones, IV, 8).


Quanto à caridade, uma frase de Teresa relembrará os ensinamentos espirituais que temos recebidos: “Enfim, irmãs minhas, aquilo com que quero concluir é que não façamos torres sem fundamentos, porque o Senhor não olha tanto a grandeza das obras, como o amor com que se fazem.” (Moradas VII, cap. IV, nº 18).


Não podemos deixar aqui de recordar as palavras do Senhor Jesus: “Procurai em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça e o resto vos será acrescentado”. O problema é de orientação de nossa conduta como um todo.


Alguns, com evidente engano, situam o “resto” como sendo bens materiais a serem incorporados ao património do aspirante. É certo, porém, que a assertativa tinha em vista as riquezas espirituais de que é acumulado aquele que persevera “até o fim” no caminho. O espírita deve, pois, afastar-se do caminho abissal de buscar adquirir poderes, seja qual for o método. O desenvolvimento da mediunidade não deve ser fruto de nenhum açodamento. Antes, o espírita deve dedicar-se ao auto-aperfeiçoamento. Os dons mediúnicos, quando existentes, devem ser recebidos como acréscimo de misericórdia e aumento de responsabilidade, devendo ser empregados com a única finalidade de servir.


Antes de qualquer desenvolvimento mediúnico é indispensável o treinamento moral, sem o quê a prática medúnica só resultaria em perigo e fonte de graves perturbações mentais. As práticas moralizadoras não são um fim em si mesmo. O objetivo é sempre o Reino, a união com Cristo. Sem elas, no entanto, nenhum caminho pode ser adentrado. Antes de fixar-se, mesmo intelectualmente, na questão do desenvolvimento dos chakras, o espírita deve redobrar os esforços no treinamento moral, que não deve ser confundido com as atitudes farisaicas de uma “falsa moral” ou de uma “moral da época”. Deve concentrar-se ele no exame da motivação de seus atos para escoimá-los dos fundamentos do egoísmo. Isto é indispensável para o contato com seu verdadeiro guia espiritual que deverá instruí-lo na senda a percorrer.


CHAKRA SAGRADO - sacro ou genital


É denominado no Yoga de Swadhisthana: significa "one is own above". Isto parece indicar que a morada primitiva de Kundalini situava-se neste chakra, tendo mais tarde descido para o Muladhara. Situado na região lombar, ao nível da parte baixa dos órgãos genitais, é formado de seis pétalas.


Leadbeater e o Garuda Purana indicam, como cor o brilho, do sol; Coquet, Tara Michael, Schat-chakra-Nirupana e o Siva Samhita, apontam o vermelhão, e Aurobindo, o vermelho violáceo-escuro.


Na representação yogue deste chakra vê-se uma mandala, em cujo interior se encontra um nenúfar com oito pétalas brancas como a neve, acompanhado de uma lua crescente (Yantra), com o bija mantra "Vam" ao centro; no interior da lua existe mais oito pétalas. O animal místico semelhante a um crocodilo é makara.

Do mesmo modo que o centro básico (Muladhara), o sagrado recebe duas correntes particulares: uma proveniente da própria Kundalini e a outra da vitalidade solar. A energia que aí se concentra é de natureza muito material.


Segundo Coquet, “sua função é a conversação da vitalidade que anima e sustenta o corpo físico, com os diferentes órgãos de assimilação. Este centro afeta, sobretudo, os órgãos genitais ou gônadas, que são a exteriorização física” (op. cit., p. 67). No futuro, ele “deverá ser perfeitamente controlado e a maior parte de suas atividades serão submetidas à vontade e à razão”, sendo a energia que alimenta os órgãos sexuais transferida para a garganta, possibilitando um nível mais alto de criação no campo do pensamento e das idéias, como já começa a ocorrer entre os grandes pensadores da humanidade.


É este o ponto de vista de Aurobindo: “A energia sexual, utilizada pela natureza para a reprodução, é, na sua natureza real, uma energia fundamental da vida. Ela pode ser utilizada, não por uma elevação, mas por uma certa intensificação da vida vital emotiva. Ela pode ser dominada e desviada dos fins sexuais e utilizada para a criação, e a produtividade estética, artística ou outra, ou conservada para elevar as energias intelectuais. Inteiramente dominada, ela pode também ser transformada em uma forma de energia espiritual. Era um fato bem conhecido na Índia antiga e chamava-se a conversão de Retas em Ojas pelo Brahmacharya. Mal utilizada, a energia sexual conduz à desordem e à desintegração da energia da vida e dos seus poderes.” (cit. por Coquet, op. cit., p.p. 76/77).


O descontrole do centro genésico resulta numa exacerbação do prazer sexual, no apego a outro ser ou a objetos, no ciúme e no instinto de posse, na autoproteção. Isto repercute, inclusive, na vida após a morte. André Luiz destaca o fato de que o descontrole do centro genésico impede o espírito de uma visão mais ampla da realidade, mesmo em prejuízo da própria pessoa que só enxerga o parceiro sexual, “em vista do apego enlouquecedor aos vínculos do sexo”. (Entre a Terra e o Céu, p.27), perturbações estas que acabam por eclipsar as qualidades morais já conquistadas.


Satyananda desenvolve interessantes considerações a respeito do Swadhisthana, como centro do inconsciente. Segundo ele, o centro frontal mantém uma conexão com o centro genital, e deste modo mantém sob controle a mente consciente, incluindo o inconsciente coletivo, que é muito mais poderoso que a própria consciência individual. Por isto é que, apesar da maior parte das pessoas não se aperceber do fato, é o inconsciente coletivo quem controla, em grande escala, o comportamento. O centro genital funciona, assim, como um computador onde são armazenadas as experiências diárias, sejam conscientes ou inconscientes, tenha importância individual ou não. Destarte estariam ali os dados referentes às experiências e o karma que contribuíram para o processo de evolução humana. Há uma parte do karma que existe em potência e outra parte em que ele se encontra atualizado, mastanto uma como a outra só raramente são conhecidas da mente consciente do indivíduo. Agora bem, se a energia vital (Kundalini) é despertada, ela ascende através dos chakras, desencadeando todo o processo de evolução psíquica, de modo que tanto o karma ativo como o inativo expandem-se e afluem à consciência. No entanto, se o indivíduo é incapaz de encarar a tarefa de analisar ou controlar o karma, registrado no centro genital, a energia se retrai e desce para o muladhara. O centro genital e o karma ali armazenado seriam, para Satyananda, um obstáculo bastante considerável à evolução espiritual do homem. Daí recomendar o mestre hindu que se procure primeiro despertar o chakra frontal a fim de arredar este obstáculo; é que a superconsciência que reside no centro frontal é totalmente ciente dos trabalhos da mente inconsciente no centro genital, podendo assim controlar o karma desatrelado.

CHAKRA FUNDAMENTAL ou básico


É denominado em sânscrito de Muladhara (Mula = raiz; adhara = suporte) ou apenas de Adhara. Acha-se situado à altura da base da coluna vertebral. É formado de 4 pétalas em forma de cruz: a 15 representa o desenvolvimento do reino mineral, a 25 do vegetal, a 34 do animal e a 45 do hominal. Powell e Leadbeater indicam a cor das pétalas como sendo de “ígnea cor vermelha alaranjada”; Michel Coquet - fogo alaranjada; Aurobindo - vermelha; Tara Michael - carmesin. Nos livros, Schat-chakra-Nirupana e Síva Samhita, vermelho.


Na representação yogue deste chakra vê-se um pericárdio em forma mandálica enfechando um quadrado (yantra) de cor amarelo ouro. As pétalas que envolvem o pericárdio são de um vermelho escarlate. A sílaba sagrada (bija) no meio do chakra é "Lan". O animal é um elefante branco.


Neste chakra se encontra adormecida a energia básica, denominada, em sânscrito, Kundalini. Ensina Coquet: “A humanidade, em gera, é sobretudo controlada pela vontade de viver e existir; está ali um aspecto de sua consciência que controla e organiza toda sua vida, e produz também isto que nós conhecemos sob o nome de reencarnação. E, do modo que o princípio de vida firma-se no coração, do mesmo modo a vontade instintiva e inconsciente de existir está localizada na base da coluna vertebral.” (op. cit., p.54).


”É extremamente perigoso o desenvolvimento deste chakra. Exige uma disciplina dos corpos físico, emocional e mental durante uma série de reencarnações, uma moral rigorosa.


”O aspecto vida domina, pois, quase inteiramente o centro coccígeo, tendo este por principal função participar na formação do veículo físico. É esta a razão pela qual toda a energia do centro coccígeo está centrada na procura do desenvolvimento e da perfeição ao nível do corpo denso.” (Coquet, op. cit., p. 55).


O centro fundamental é responsável pela força e vida das glândulas supra-renais, localizadas na parte superior de cada rim, na altura da primeira vértebra lombar, as quais segregam importantes hormônios: a córtico-supra-renal segrega adosterona, o cortisol e andrógenos; a medula supra-renal segrega a adrenalina.


Existem chakras mais baixos subordinados, todos eles, ao centro básico, localizados entre o cóccix e os calcanhares, controlando os instintos animais. São Atala, na planta do pé; Vitala, no dorso do pé; Nitala, na articulação superior da perna com o pé; Sutala, no joelho; Mahatala, na parte inferior da coxa; Rasatala, na parte superior da coxa; Talatala, na parte média da coxa. (Uttara-Gitta - II, 26 e 27).


O Uttara-Gitta descreve o Muladhara como: "O Patala, onde as cobras vivem enroscadas abaixo do umbigo, é o lugar conhecido com o nome de Bhogindra. Este lugar, terrível como o dia do juízo final e como o ardente inferno, tem também o nome de Mahapatala. O eternamente denominado Giva manifesta-se nesta esfera em serpentina roda, semelhante a um círculo".


No Muladhara se encontra a base do Sushumna nádi; ali está o lugar de reunião (kanda) da raiz de todos os nádis. Nesse centro localiza-se também o nó Brahma, o primeiro nó a impedir a subida de Kundalini. Os outros dois se encontram no centro cardíaco - o nó de Vishnu; e no frontal - o nó de Rudra ou nó de Shiva.

CHAKRA SOLAR - Umbilical ou Gástrico


O seu nome em sânscrito é Manipura, isto é, "cheio de jóias". No Tibet é denominado Manipadma, "o adornado com jóias" (Satyananda). Coquet, no entanto, indica as raízes "mani" significando gema flamejante, e "pura", cidade.
Está situado à altura do plexo solar na junção das vértebras dorsais e lombares, alguns centímetros atrás da coluna vertebral. Não se deve confundi-lo com o plexo solar que é somente um reflexo seu. Segundo Leadbeater, “sua cor predominante é uma curiosa combinação de vários matizes do vermelho, ainda que também contenha muito do verde. As divisões são alternativas e, principalmente, vermelhas e verdes” (conf. Powell). Coquet indica-lhe uma cor rosa com uma mistura de verde. Tara Michael descreve-o apenas flamejante. Aurobindo - violeta; Satyananda - azul escuro. O Schat-chakra-Nirupana indica a cor azul; o Siva Samhita a dourada; e o Garuda Purana - o vermelho.
Apesar de lhe serem apontadas de um modo geral dez pétalas, o Dhyanabindu Upanishad e o Sandilya Upanishad referem-se a doze. A exteriorização física encontra-se no pâncreas.
O Manipura é representado como um lótus de dez pétalas de cor cinza plúmbeo com letras em sânscrito em cada uma delas. Dentro do mandala se encontra um triângulo vermelho invertido, com o bija mantra ao centro "Ram".
”A energia solar”, ensina Coquet, é uma força de natureza emocional fortemente influenciada pelos desejos e pelos nervos sensitivos do tato. O centro solar é o cérebro pelo qual reage o reino animal; semelhantemente à consciência de uma grande parte das pessoas pouco evoluídas e dos aspirantes sobre a senda, está fundamentalmente polarizada no centro solar.” (op. cit., p. 84).
Este centro se “responsabiliza pela penetração de alimentos e fluidos em nossa organização.” (André Luiz, op. cit., p. 120.; Evolução em Dois Mundos, p. 27).
O centro solar está relacionado, em particular, com o centro cardíaco, o timo e o centro frontal, ligação que depende, em seu funcionamento, do seu desempenho satisfatório.
O despertamento do centro solar revela uma natureza benevolente e cheia de compaixão. Entre os poderes decorrentes estão o domínio sobre o fogo, a habilidade de ver o corpo por dentro, o livrar-se de doenças e a aptidão para enviar o prana ao centro cardíaco; além disto, a concentração sobre o Manipura desenvolve a digestão (Satyananda).
Leadbeater, por sua vez, assinala que seu despertar condiciona o indivíduo a perceber as influências astrais, distinguindo vagamente sua qualidade, possibilitando a percepção de que existem locais que são agradáveis e outros não, embora sem identificar a causa.
Uma grande parte da energia da natureza emocional e astral se derrama pelo centro solar, devendo cada indivíduo esforçar-se por transmutar esta energia em aspiração, porque por ele é que operam o médium e o vidente (Coquet).
A grande tarefa encontra-se em transferir as energias do centro solar para o cardíaco. Localizado entre os chakras inferiores e os superiores, o solar é um centro de síntese onde se reúnem as energias dos centros inferiores que devem ser elevadas; é o ponto de fusão entre as energias da personalidade e as da alma. O indivíduo pode optar pelo desenvolvimento espiritual, buscando elevar a consciência a níveis superiores, ou pode preferir mantê-la unida aos centros inferiores, o que o tornará egoísta, egocêntrico, hipersensível, angustiado, etc. As doenças de fundo emocional, geralmente causadas pelas frustrações e inibições, encontram nele sua causa. Também os males do estômago, do intestino, as perturbações hepáticas, etc., decorrem de perturbações no centro solar.
O desenvolvimento do centro solar, como de todos os demais centros, acarreta determinadas perturbações relacionadas com a qualidade da energia respectiva. Por isso Coquet adverte que se faça um esforço consciente com relação ao centro solar e à vida emocional, pois “a usura e a degradação que surgem predisporão o indivíduo a uma frágil santidade, na verdade inexistente, e isto por causa das energias interiores mal dirigidas e, sobretudo, mal empregadas”. (op. cit., p. 85). Torna-se indispensável operar a transferência de energia para o centro cardíaco.
Coquet recomenda que as pessoas cuja consciência ainda está fortemente localizada no centro solar, que se exprime mais pela emoção que pela razão, devem abster-se de exercícios respiratórios e até de exercícios cuja finalidade seja desenvolver faculdades psíquicas: no primeiro caso, porque os exercícios respiratórios só fariam intensificar desejos e emoções; no segundo caso, porque o desenvolvimento obtido se prenderá às forças instintivas de sua natureza menos elevada.

CHAKRA CARDÍACO


Em sânscrito é denominado de Anahata (imbatível, inviolado), estando situado entre as omoplatas, ligeiramente à esquerda da espinha dorsal. Satyananda esclarece que ao contrário do coração físico, o espaço astral ocupado por este chakra é vasto e informe.
Possui doze pétalas, correspondendo aos doze raios de sua energia primária. No entanto, o Yoga Kundalini Upanishad aponta-lhe 16 pétalas. Segundo Leadbeater, Powell e Tara Michael, elas seriam de uma brilhante cor de ouro; para Coquet sua cor é próxima do amarelo ou ouro incandescente; para Aurobindo é o rosa dourado. Satyananda descreve-o como normalmente escuro, tornando-se de um vermelhão radiantemente brilhante quando ativado. O Schat-chakra-Nirupana atribui-lhe o vermelhão; o Siva Samhita, o vermelhão escuro, e o Garuda Purana, o dourado.
André Luiz indica-o como centro da emoção e do equilíbrio geral (Entre a Terra e o Céu, p. 128), dirigindo a circulação das forças de base (Evolução em dois Mundos, p. 27).
Ele é representado por um lótus de cor escura com doze pétalas de cor vermelha em torno. No interior do mandala se acham dois triângulos entrelaçados (estrela de Salomão), de cor cinza esfumaçado. O animal é umantílope negro e o bija a letra "Yam". Quando ativado, ele adquire um brilho radiante.
É o centro do amor e diz respeito ao princípio espiritual do ser.
Leadbeater indica um segundo lótus no coração, abaixo do maior (op. cit., p. 129). Aurobindo, no entanto, em More Lights on Yoga, traduzido como 32º volume da coleção A Consciência que vê, afirma: “Nunca ouvi falar de dois lótus no coração; mas ele é a sede de dois poderes - na frente, o vital mais alto ou ser emocional, atrás, e escondido, o ser psíquico ou alma.” (p. 207).
Como função do centro cardíaco, aponta Aurobindo, por isso, o comando do ser emocional superior, da parte mais elevada do vital, com o psíquico profundamente atrás (vide p.p. 203 a 205).
”O centro do coração”, ensina Coquet, “terá todas as chances de desenvolver-se harmoniosamente e sem perigo se o neófito, ou o homem em geral, viver tendo em consideração, sobretudo, os interesses do grupo, cultivando o sentido amplo da fraternidade e da tolerância, amando coletivamente e buscando servir o plano divino sem preocupação de agradar, de ser apreciado ou recompensado.” Seria perigoso procurar os poderes criadores do centro laríngeo antes que o despertar do centro cardíaco não tenha começado, adverte ele.
Esta é a atitude natural que procura cultivar o Karma-yoguin, também recomendado pelos instrutores espirituais que supervisionam a elaboração da Doutrina Espírita; encontra-se retratada em todo decorrer da vida do Cristo, que sempre fez referência não só à atuação criadora do Pai, como também ao magistério divino, na revelação da Boa-Nova.
Entre as habilidades que resultam do seu despertamento, Satyananda indica:
Ø aquisição do controle do ar;
Ø o despertar de um amor cósmico e não individualista;
Ø desenvolvimento da eloqüência e do gênio poético;
Ø aquisição do poder de ter seus desejos satisfeitos;
Ø tornar o sentido do tato tão sutil que pode sentir a matéria astral, através do sentido astral, sensação que pode ser transmitida a outros (o sentido desse chakra é a pele e o órgão ativo, o coração).
Motoyama acrescenta que seu despertar provoca o desenvolvimento do poder de cura psíquica. “Prana pode ser transmitido através das palmas das mãos e dirigido à área doente do corpo de outra pessoa. A técnica bem conhecida da “imposição das mãos” está provavelmente relacionada com o estabelecimento de uma conexão íntima entre o anahata e as mãos. Poderes psicocinéticos também se desenvolvem quando o anahata é despertado.”

CHAKRA LARÍNGEO


Em sânscrito, denomina-se Vishudda, palavra derivada de shuddhi, que significa purificar. Situa-se na base e atrás da garganta, na nuca, na junção da espinha dorsal e da medula espinhal alongada, no Sushumna nádi. Corresponde à glândula tiróide e estende-se até a medula alongada, envolvendo a glândula carótida, indo na direcção das omoplatas, relacionando-se, ainda, com os plexos nervosos da faringe e da laringe.


Possui dezasseis pétalas na periferia, nas quais, segundo Leadbeater, “embora haja bastante do azul em sua cor, o tom predominante é o prateado brilhante, parecido com o fulgor da luz da lua quando roça o mar. Em seus raios predominam alternativamente o azul e o verde.” (p. 28). Powell indica-lhe o prateado brilhante com muito azul. Aurobindo, cinza; Satyananda, cinza-violeta; Schat-chakra-Nipurana, purpúreo escuro; o Siva Samhita, ouro brilhante; o Garuda Purana, prateado.


É representado por um lótus transparente com dezasseis pétalas de cor cinza fumaça (violeta-cinza). No pericárdio se encontra um círculo de cor branca (Yantra) envolvido por um triângulo; no centro está o bija mantra "Ham". O animal é o elefante.


O centro laríngeo tem a função de purificar o corpo, eliminando os venenos provenientes do exterior. A glândula tiróide, que corresponde ao centro laríngeo, tem uma função antitóxica. Além disto, a consciência criadora reside neste centro. É, segundo Aurobindo, “a mente física, a consciência externalizadora expressiva” (op. cit., p. 203).


A expressão da verdade, através do pensamento, da palavra e da ação é feita através do centro laríngeo. Para isto é necessária a harmonia do centro criador ou sagrado com o laríngeo, pois é necessário que as forças daquele tenham sido elevadas ao outro centro criador, o laríngeo (Coquet).


O centro laríngeo é o responsável pela recepção das ondas telepáticas. Dali são transmitidas a outros centros. O reconhecimento consciente pode ocorrer nestes últimos, e por isso o indivíduo pode sentir como se os pensamentos de outros estivessem sendo registados à altura do centro umbilical ou de outros centros.


A respeito, ensina Powell: “O despertar do centro astral correspondente dá a faculdade de ouvir os sons do plano astral, isto é, a faculdade que no mundo astral produz efeito semelhante ao que denominamos audição do mundo físico.


”Quando o centro etérico está desperto, o homem, em sua consciência física, ouve vozes que às vezes lhe fazem todas as espécies de sugestões. Pode ouvir música, ou outros sons menos agradáveis.


"Quando funciona plenamente, o homem se torna clariaudiente nos planos etérico e astral"


CHAKRA FRONTAL (cerebral, terceiro olho, lótus medular)


É denominado, em sânscrito Ajna, cujas raízes significam “saber” e “obedecer”. Ajna significa “comandar”. É, pois, como o nome indica, um “centro de comando”.


Localiza-se à altura da raiz do nariz, entre os dois olhos, no ponto onde os nádis Ida, Pingala e Sushumna se encontram para formar um único canal que segue em direção ao Sahasrara. Aos olhos do clarividente ele surge no meio da testa. É também a opinião de Aurobindo.


Está dividido em duas partes, cada uma das quais com 48 pétalas (num total de 96 pétalas), por isto as escrituras hindus só se referem a duas pétalas. Uma delas, segundo Leadbeater, é de cor rosada, com muito amarelo, enquanto na outra sobressai um azul-purpúreo (correspondente com a cor da vitalidade - prana - que o chakra recebe). Coquet e Powell indicam as mesmas cores. Satyananda indica o cinza (ele destaca que outros autores descrevem-no como transparente). É preciso não esquecer que Satyananda descreve sempre os centros astrais,
enquanto Leadbeater, os etéricos. Aurobindo indica a cor branca.


É representado como um lótus branco resplandescente com duas pétalas. No centro do pericárdico encontra-se um triângulo branco invertido contendo o Itara-Linga luminoso como um cristal e o bija-mantra “Om”.


A força vital coletada através dos nádis é distribuída parte para o Sahasrara e parte para os corpos físico, astral e causal.


Satyananda ensina que este centro está conectado com a glândula pineal(epífise). Também Coquet adverte haver uma “interessante relação de forma entre os dois lobos da glândula pituitária, de função especialmente ligada ao mental e aos sistemas nervosos, e por natureza dupla, com os dois lados do centro frontal”.


Para Coquet, a sua principal função estaria em desenvolver, no homem, uma verdadeira personalidade, um “ser interior”, resultado das encarnações anteriores e de milhares de experiências. Seres que não possuem uma personalidade definida e própria são apenas estações repetidoras de pensamentos, idéias e aparências alheias, influenciados que são pela publicidade, cinema, leitura, multidão e, acrescentamos, televisão. As pessoas que procuram manter uma aparência (cultura, arte de falar, de vestir-se, etc.), agem ensaiando comportar-se como os que possuem verdadeira personalidade e assim surge o culto, a idolatria, ou simplesmente a procura de um mestre. Isto é efeito da falta de desenvolvimento do centro frontal.


Quando um homem, pelo contrário, observa Coquet, revela um caráter idêntico a si mesmo, calmo, flexível, sereno e simpático, cujo humor é sempre igual e a personalidade atraente, imponente e magnética, está, sem dúvida, agindo corretamente pelo centro frontal.


Para Aurobindo, este é o centro de comando da vontade, da visão e do pensamento dinâmico.


A concentração sobre o centro frontal é geralmente feita no ponto entre as sobrancelhas. Satyananda adverte que é necessário despertá-lo primeiro que qualquer outro centro. Para ele, este chakra tem o poder de dissolver o karma, auxiliando, com isto, a diminuir qualquer perigo que possa surgir com a ativação do karma de níveis mais baixos.


Segundo Satyananda, o despertar do centro frontal permite o contato com o “guru interior”, a fonte inata do conhecimento e sabedoria profundos que reside no centro frontal individual ou até com o “guru exterior”, o nosso anjo guardião (o guia espiritual). Além disto, ele possibilita também comunicações telepáticas e percepções clarividentes.


”O centro cerebral”, ensina André Luiz, “se representa no córtex encefálico por vários núcleos de comando, controlando sensações e impressões do mundo sensório.” (Evolução em dois Mundos, FEB, p. 99; vide também p. 125).